Há cerca de três anos, mais ou menos, não havia economista
ou jornalista de economia sério no Brasil que não mostrasse, com fatos e
números, que as contas do Brasil estavam caminhando para o caos. As pedaladas
ainda nem tinham ganhado tanta notoriedade, mas muita gente já olhava para os
balanços maquiados de Guido Mantega e Dilma Rousseff com um olhar altamente
desconfiado.
Ora, se gente séria estava dizendo que a coisa estava muito
pior do que proclamava a propaganda oficial e os discursos robotizados da
presidente, natural seria que todo bom administrador se preparasse para os
tempos de vacas magras que estavam por vir.
Agora, um prefeito de uma cidade de mais de um milhão de
habitantes, que já foi deputado estadual e federal, que tem secretários de
Finanças, de Planejamento e economistas à disposição não podia ter entrado de
gaiato no conto do vigário petista. Ele tinha que, ao menos, ter iniciado,
pouco antes de 2014, um plano de contingência que não penalizasse o cidadão com
o travamento de pagamentos de serviços essenciais à cidade.
Mas o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB) prefere divulgar
hoje que a cidade vive um ciclo de dois anos de perdas de arrecadação e que vai
fechar 2016 com 500 milhões de reais a menos do que o previsto. Por isso, vai
enviar à Câmara m orçamento para 2017 que prevê 230 milhões de reais de
déficit.
Mas o pior vem agora. A Prefeitura de Campinas está pagando
as contas com uma espécie de pedalada. Segundo o secretário de Administração, Sílvio
Bernardin, os bancos onde a Prefeitura tem contas estão pagando as dívidas com
os maiores fornecedores, dívidas essas que serão depois cobradas da Prefeitura.
Claro que com os devidos juros. Ou seja, o prefeito de Campinas, usando de um
artifício bancário, está endividando ainda mais uma cidade que já está sendo considerada
quebrada e que, no ano que vem, terá um enorme déficit de mais de duas centenas
de milhões de reais.
Desde 2014, quando o Brasil real invadiu o paraíso criado na propaganda petista e todo mundo percebeu que a economia estava em cangalhos vítima de uma política destruidora levada a cabo pelo governo Dilma, o prefeito de Campinas deveria ter começado a fazer os cortes que seu secretário de Finanças diz estar fazendo hoje.
Desde 2014, quando o Brasil real invadiu o paraíso criado na propaganda petista e todo mundo percebeu que a economia estava em cangalhos vítima de uma política destruidora levada a cabo pelo governo Dilma, o prefeito de Campinas deveria ter começado a fazer os cortes que seu secretário de Finanças diz estar fazendo hoje.
Mas a maquina pública de Campinas só fez inchar com mais
assessores, as empresas públicas mais se endividaram, projetos que nada acrescentam
à cidade – como uma nova zona azul para estacionamento a ser explorada por uma
empresa privada – continuaram consumindo tempo e dinheiro da Prefeitura. O projeto
do teatro de ópera, um desperdício de 80 e tantos milhões de reais do governo
estadual e que vai custar muito caro aos cofres municipais também continua em
pé. Ou seja, a situação de penúria nos cofres públicos só atinge postos de
saúde, escolas, segurança, creches, coleta de lixo, transportes públicos e
passa ao largo de projetos grandiosos que renderão boas imagens na propaganda
política para a tentativa de reeleição do burgomestre. E a folha de pagamento,
que consome mais de 50% de todo o orçamento, não diminui de jeito nenhum.
Cada dia mais difícil encontrar gestores de qualidade e competência no serviço público. O que nos espera em outubro?
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