segunda-feira, 11 de abril de 2016

Primeira vitória


A admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff foi o primeiro passo rumo a uma vitória que, se ainda não se pode dizer conquistada, tem tudo para ser confirmada no próximo domingo. Então terá sido dado o segundo e mais importante passo. Uma vitória no plenário da Câmara, praticamente obriga o Senado a aceitar o processo.

Como todos que leem esse blog sabem, eu gostaria de ver o PT longe do poder – de qualquer poder – há muito tempo. Antes de Lula ser eleito em 2002, eu já escrevia o Xeque Mate no Correio Popular e não só era crítico do governo petista de Campinas, como deixava claro que o melhor para o Brasil seria a eleição de José Serra, do PSDB. A continuidade do programa político-econômico liberal era o caminho que o país deveria seguir. E, se tivesse seguido, hoje seríamos uma potência a sentar à mesa com os grandes do mundo. Com Lula e Dilma, vale dizer, com o PT no poder, viramos chacota mundial e a economia do país caminha para entrar numa situação pior que a recessão: a depressão.

O caminho de volta ao desenvolvimento que é possível e pode ser sustentável, não será fácil, mas com Dilma será impossível. Num provável governo Temer, podemos ter o início de uma nova fase cheia de alguns sacrifícios, mas com luz no fim do túnel.  

O resultado de 38 a 27 na Comissão do Impeachment pode ter até decepcionado alguns mais otimistas, mas surpreendeu negativamente o governo, pois é bom lembrar que a comissão foi formada como quis o Planalto, com regras impostas pelo STF que anulou eleição de uma comissão onde a oposição teria um número maior de deputados e obrigou a Câmara a seguir regras que favoreciam o governo no rito do processo todo. Esse resultado traz uma esperança maior aos brasileiros – pelo menos à sua inegável maioria – de que dias melhores podem começar a acontecer a partir da aprovação, no plenário da Câmara, e a posterior e rápida admissão do processo no Senado. Após essa admissão, Dilma será afastada por até 180 dias do cargo, assumindo Michel Temer que, obviamente, não sairá mais.

Há, claro, a possibilidade de o TSE pode cassar a chapa eleita em 2014, já que as denúncias de uso de propinas para irrigar a campanha não cessam.  E daí se cassar? É a Justiça decidindo com provas, oras bolas. Se cassar, que assuma quem de direito na linha sucessória e convoque eleições – diretas ou indiretas, dependendo do tempo que falta para terminar o governo – como manda a Constituição.  Encerrado o governo tampão, novas eleições, quando, se espera, o eleitor brasileiro demonstre ter aprendido quão caro custa eleger demagogos e ladrões. E dê uma basta na existência física do PT, no voto.

Mas um possível governo Temer será difícil ainda por vários motivos. O primeiro é que ele vai governar com a espada na cabeça? Um processo correndo no TSE pode eliminá-lo do cargo, mesmo ele tendo separado suas contas durante a campanha. A decisão do TSE pode também ocorrer já no fim do seu governo, o que não causaria muitos estragos. Mas, mesmo que o TSE demore, Temer vai governar com o PT na oposição. E, até o dia 31 de dezembro de 2018, o PT será um partido grande, mesmo que perca vários deputados por conta do processo todo em que o partido está envolvido.  

E o PT na oposição pode fazer muito barulho, como sempre fizeram. E esse barulho pode se estender às ruas, principalmente porque não haverá tempo de substituir as direções de centenas de entidades sindicais e associações de classe para as quais o governo foi bondoso demais financeiramente. Com o nosso dinheiro, claro.

Haverá muitas passeatas e ameaças de greves, algumas das quais se consumarão e atrapalharão planos do governo. Haverá boicotes dentro do governo – já que deve haver muitos concursados que não podem ser demitidos e entraram no governo às custas de concursos fraudulentos – haverá pedidos de impeachment quase que diários (o PT acha que é golpe só quando o presidente é petista), enfim, as turbulências poderão resultar até em confrontos físicos por aí. Do tamanho desses confrontos pode até depender a normalidade democrática do país, mas aí já é uma outra história, embora eu ache difícil haver número suficientes de radicais para preocupar as Forças Armadas, por exemplo.

Mas é uma fase que o Brasil terá de passar se quiser chegar ao fim do escuro túnel que o PT construiu com seu governo incompetente e corrupto ao longo dos últimos 13 anos. Mas, por mais difícil que seja, será bom ver a economia caminhando no rumo certo, ver um presidente que sabe falar e entende os meandros da política, ver um governo que não endeusa ditaduras e ditadores e que volta seus olhos de negócios para países que realmente podem contribuir com o nosso desenvolvimento.

Antes assim, do que seguir rumo ao desconhecido conduzido por uma navegante cega que tem como timoneiro um ladrão da pior espécie. 

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