quarta-feira, 6 de abril de 2016

Números otimistas a favor do Brasil

Eu só não digo que o impeachment de Dilma Rousseff já está decidido porque estamos no Brasil, onde palavras de honra de políticos são trocadas a todo instante por algum dinheiro e cargos. Mas a situação hoje é extremamente favorável a que, em duas semanas mais ou menos, a gente esteja se livrando da maior praga política que já se abateu sobre esse sofrido país.

Se na ditadura de Vargas o Brasil viu melhorarem algumas relações de emprego como lenitivo ao governo autoritário e de tendências nazistas e na ditadura militar houve de fato progresso econômico e desenvolvimento sustentável em meio a prisões ilegais, censura total, tortura e mortes, o que vemos hoje é um quadro de horrores, onde um governo eleito aparelha totalmente o estado a ponto de falir a maior empresa da América do Sul, de colocar o Brasil no segundo ano consecutivo de recessão, de mentir descarada e diariamente sobre as finanças do país e de promover a maior corrupção que se tem notícia na história do mundo.

Esse quadro esgarçou de tal modo a paciência do brasileiro que, hoje, o governo conta com uma rejeição de mais de 80% da opinião pública e esse percentual está refletindo diretamente nos corações e mentes daqueles que têm o poder de decidir se esse governo continua ou se será impedido de continuar desgovernando o Brasil.

A desesperada oferta de ministérios e cargos a obscuros políticos, cujos objetivos sempre foram se enriquecer à custa do erário, não está dando certo. A negociação em curso não está surtindo efeito algum por um motivo muito simples: a pressão sobre os novos e velhos aderentes e fisiológicos nunca foi tão grande. Os que estão sendo contatados para votar a favor do governo ou para se ausentar no dia da votação, estão sofrendo toda sorte de assédio desde que embarcam num avião de volta às suas bases. E, nas bases, a situação não é diferente: praticamente em todo lugar que ele se encontre, inclusive dentro da própria casa, há quem diga que esse governo não pode continuar. Sem contar, é claro, que o próprio deputado está vendo a economia derreter, os preços subirem e o mercado reagir de modo distinto quando há notícias boas e ruins em relação à permanência do PT no poder.  Se a possibilidade de impeachment aumenta, cai o dólar e sobe a bolsa, Quando o governo consegue algum fato favorável a ele, cai a bolsa e sobe o dólar.

A pressão é também da imprensa. Da boa imprensa que resta ao Brasil, já que esse setor foi um dos mais visados pelos planos de poder eterno do PT: aparelharam-se jornais desde há muito tempo. Eu entrei, pela segunda vez, no Correio no ano 2000. Nas eleições daquele ano foi descoberto um núcleo do PT funcionando em plena redação e com poderes de publicar reportagens distorcidas a favor do candidato petista e contra o candidato tucano. O núcleo foi desfeito, mas sobraram muitos jornalistas que se colocavam a lealdade ao PT acima da lealdade à notícia e  à profissão.

O jornal O Estado de São Paulo está publicando, a partir de hoje, um painel sobre o placar do impeachment. A primeira publicação mostra boa vantagem dos que querem que o governo Dilma se encerre já, mas insuficiente para que o processo saia da Câmara vitorioso e seja enviado ao Senado. São, segundo o jornal, 234 deputados a favor do impeachment e 110 contra. E, no meio, 56 indecisos, 10 que não revelaram o voto e 103 que não foram encontrados ainda.

Mas, embora não haja motivo para desconfiar dos números do Estadão, há fatores que podem distorcer o resultado e, claro, não por culpa do jornal. Entre os indecisos, há os que não revelam o voto por temer pressões de um lado ou de outro, do mesmo modo entre os poucos que dizem não revelar mesmo. E há os 103 ainda não encontrados, que podem fazer o placar pender totalmente para um lado ou para o outro.

Mas há um outro placar que talvez seja mais confiável que o do Estadão e, de novo, sem que o jornal tenha culpa. É o placar que uma comissão de deputados vem fazendo e refazendo diariamente. Ela é composta de deputados que estão a favor do impeachment e que, por isso mesmo, têm de ser precisos em seus cálculos, já que deles dependem a atuação em busca dos votos.

Dois deputados dessa “comissão” disseram, entre ontem à noite e hoje, que o placar definido por políticos com larga experiência e com acesso a todos os partidos, ou seja, com conhecimento da grande maioria dos pares e de suas tendências, era de 352 votos a favor do impeachment.  O que significa que já há 10 votos a mais do que o mínimo necessário para enviar o processo aprovado ao Senado. Onde, diga-se, não haverá muito o que fazer diante da vontade soberana da Câmara dos Deputados.

E, para completar, o discurso de Dilma de que só vai entregar os cargos prometidos depois da votação do impeachment, segundo se comenta em Brasília, é mentiroso. Os ministérios não estão sendo assumidos porque os que foram contemplados sabem que não podem conter seus deputados e obrigarem-nos a votar a favor do governo ou se ausentar no dia da votação. Eles temem aceitar um ministério e se verem obrigados a sair em menos de um mês. Eles sabem a tendência de seus partidos e, por isso, não querem assumir agora.

Enfim, o quadro hoje é extremamente positivo para o Brasil, vale dizer, para todos aqueles que querem a saída do poder de um partido que se exauriu na roubalheira, na corrupção e na total incompetência de gerenciar um país.

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