segunda-feira, 28 de março de 2016

Um sonho antigo: o fim das trevas petistas

O fim do governo petista, cujo extermínio deve ser iniciado nesta terça-feira, 29 de março, é, para mim, a realização de um sonho ideológico que nasceu pouco antes de o PT de Campinas eleger Jacó Bittar, em 1988. O PSDB tinha sido fundado um ou doía anos antes, durante o primeiro governo de Magalhães Teixeira e o ideário liberal da social democracia me era muito mais simpático do que o esquerdismo sem rumo do PT. Ou com rumos totalitários que poderiam desaguar numa ditadura socialista.

O próprio Jacó não sabia direito o que fazer como prefeito de Campinas. Tinha dirigido um sindicato pequeno e apenas isso. Comandou uma greve na Replan com repercussão nacional, ficou famoso e se credenciou à candidatura. Foi eleito na esteira de dois assassinatos, pela repressão, durante uma greve de metalúrgicos da, se não me engano, Siderúrgica Nacional. São Paulo, Piracicaba e Campinas, onde o PT tinha representações mais organizadas, elegeram prefeitos petistas naquela eleição.

Eu trabalhava na TV Campinas e fui recebê-lo no estacionamento interno quando ele chegou para a primeira entrevista como eleito. Já o conhecia de pelo menos uma noitada regada a uísque na casa dele, junto com o desembargador João Penido Burnier, e de algumas entrevistas como repórter da Rádio Educadora, hoje Bandeirantes, uma delas feita com ele e o candidato do PT a governador e que terminou num boteco perto da sede dos Petroleiros, regada a doses de conhaque Palhinha ou algo parecido. O candidato era Lula.

Jacó só escolheu um – sim, apenas um - dos secretários do seu governo. Todos os outros lhe foram impostos pelo partido. A secretaria de Cultura, por exemplo, foi entregue ao atual assessor do Planalto para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, cuja gestão foi um desastre completo. De resto, todo o governo Bittar foi uma bagunça e durou só dois anos com o PT. Jacó brigou com o vice (Toninho da Costa Santos desde o início), saiu do partido, tentou fazer alguma coisa, mas ele próprio era totalmente despreparado para o cargo. Aliou-se a Collor, a Quércia, foi para o PDT de Brizola, fez o diabo, mas seu candidato à sucessão ficou em quarto lugar. Grama voltou à Prefeitura em 93, eleito facilmente em 92.

A volta de Magalhães Teixeira, a derrubada de Collor, a posse de Itamar Franco e a participação do PSDB no governo federal que redundaria no Plano Real e na eleição de FHC foi uma sequência que, talvez, nem os próprios simpatizantes tucanos sonhavam. O Brasil ganhava uma moeda, um plano de estabilidade, brecava a inflação, tinha um presidente que sabia o que dizer e, finalmente, um rumo a seguir.

Com a eleição de Lula em 2002, começou o pesadelo. As críticas ao que havia de bom do governo anterior (e que o PT usaria a seu favor, mas continuaria criticando), as odiosas falas de Zé Dirceu sobre “herança maldita” que jamais existiu, as mentiras em série que os petistas vomitavam nas entrevistas e nos discursos, compunham um cenário obscuro, cujo destino não era muito difícil de imaginar.

Alguns poucos imaginaram que o Brasil ia piorar muito nas mãos petistas. Reinaldo Azevedo, desde a finada revista Primeira Leitura (e depois o blog que o levaria à merecida fama), Olavo de Carvalho, Millôr Fernandes, alguns articulistas da Veja, Diogo Mainardi e alguns outros que só conheci depois. Eu, na minha modesta coluna Xeque Mate, no ano 2000, fazia o que podia.  Lula foi eleito (mas perdeu em Campinas) e iniciou o que seria a mais vergonhosa era que o Brasil sofreria, em todos os sentidos. Sim, porque tudo que ele pode ter feito e que resultou em melhorias para parcela da população, era de vidro e se quebrou. Os milhões de favorecidos pelas esmolas distribuídas e tornadas moedas de troca eleitoral, hoje estão voltando à miséria, com seus parcos benefícios sendo comidos pela inflação. Só em 2015, mais de 4 mil e 600 fábricas e 100 mil lojas foram fechadas no Brasil.

No plano internacional, a coisa só não foi pior porque o primeiro mundo tem dirigentes educados que não costumam rir em públicos das bobagens que outros presidentes dizem. Lula foi um orador fanfarrão, que era mais visto como algo exótico produzido nos trópicos, jamais como o estadista que ele queria aparecer. Nem como o operário que chegou ao poder para dar lição aos políticos tradicionais ele pode posar: a riqueza acumulada muito acima dos seus ganhos oficiais, prova que ele se apropriou do que não era seu, como qualquer ladrão que chega ao poder.

O pesadelo continuou com a eleição de uma presidente que, apesar de se dizer economista, (ela se dizia doutora também, mas não fez nada mais, descobriu-se depois, que um curso de graduação), em muitos discursos disparou a dizer frases sem sentido e se tornou alvo de chacota nacional. E suas duas especialidades cantadas em prosa e verso pela propaganda petista – gerente exemplar e especialista em energia – não eram nada mais que propaganda enganosa: esteve ligada à Petrobras durante toda a era de trevas pela qual passou a empresa, que agora agoniza com um passivo de meio trilhão de reais e com apenas um quinto dessa quantia em caixa para tentar se reerguer. Sem contar o mar de lama que se espalha por todo o Brasil, oriundo das práticas petistas de adotar o Estado como seu e seus cofres como de uso pessoal de quem deles têm a chave.

A corrupção que começou no governo petista desde o primeiro dia em busca de maioria no Congresso, grassou célere pela República toda. Cargos e dinheiro jorravam pelos propinodutos cada vez maiores. Se faltavam cargos, a generosa caneta petista os criava a baciadas, acomodando toda a militância que passava a viver para o partido  e não para o governo – às custas do sacrifício de todos os brasileiros que produziam e pagavam impostos.

Um governo tão pífio que não soube aproveitar a onda mundial que colocou o Brasil como uma das maiores economias do mundo, resultado das exportações agrícolas e minerais. Ao invés de fortalecer a produção dando-lhe a infraestrutura necessária, o governo Lula preferiu tentar garantir a reeleição, distribuindo dinheiro aos mais pobres, crédito fácil ao comércio e investimentos em empresários escolhidos a dedo que depois seriam usados para financiar – legal e ilegalmente – as campanhas eleitorais, além de deixar ricos vários dirigentes partidários e sindicais.

O fim da negra era petista, que começa nesta terça-feira – sem o PMDB nada mais restará ao lulopetismo a não ser assistir aos atos que terminarão no impeachment da presidente e na posse de Michel Temer – é, portanto, para mim, a realização de um sonho ideológico. Michel Temer é a solução? Acho que não, como achava que Itamar Franco também não seria. A política pode nos surpreender positivamente também,  mas se Temer não andar direito, nossa voz, agora mais forte, vai soar de novo: nas redes, nos jornais, na TV, nas rádios e nas ruas. A luta por um governo decente começa retirando o que é sujo do poder. O trabalho, depois de retirado o lixo, será o de reconstrução do país. E não será fácil.  Mas nenhum país chegou à condição de primeiro mundo sem enfrentar grandes percalços. No Brasil não será diferente. Depende de todos nós. 

sábado, 26 de março de 2016

Chega de PT, para o bem do Brasil.


A saída do PMDB do governo petista, prevista para a próxima terça-feira, vai marcar o início real do fim do poder de Lula e sua quadrilha. Sem o maior partido a lhe dar sustentação, Dilma Rousseff não tem a menor chance de continuar presidente, nem digo de governar, já que isso ela não faz há muito tempo (desconfio que desde sempre, pois tem se mostrado, cada vez mais, um enorme engodo).

Com o impeachment previsto para ter seu desfecho em meados de maio, o Brasil pode encerrar uma fase que, se teve algo de bom – o assistencialismo barato que tirou milhões da miséria para mantê-los na pobreza – agora vê essa única conquista se esfarelar na rabeira dos escândalos todos de corrupção e na incompetência petista de governar. Com 9,5 milhões de desempregados segundo os índices deste fim de março, o contingente de pobres do Brasil – 14 milhões de famílias vivem do Bolsa Família – vai aumentar de forma notável.

A herança lulopetista já se avizinha como uma das maiores desgraças que um país pode conceber. Sim, houve avanços, mas eles são mínimos perto dos estragos todos causados por essa mistura de socialismo, sindicalismo, liberalismo, paternalismo, incompetência e corrupção.

Aos 13 anos e 3 meses de governo petista, o Brasil, depois de figurar como “a bola da vez” no cenário mundial por pelo menos dois anos, despenca em todos os índices econômicos usados para medir a qualidade de um governo. O desemprego explode, a inflação cresce, a dívida pública assume valores inimagináveis, a violência viceja impune (recordes de homicídios em 2015), a saúde mais mata do que cura, a educação se vê infiltrada de militantes de esquerda travestidos de professores, o tráfico de drogas encontra terreno fértil, o trânsito nas grandes cidades está um inferno e o governo Dilma é um amontoado de irregularidades que jamais se viu em qualquer outro governo do mundo.

O PT deve ser escorraçado do Palácio do Planalto, mas deixará um rastro de sujeira que o novo governo precisará trabalhar com máscaras cirúrgicas para não ser infectado, ou mesmo para suportar o cheiro que ali vai permanecer por algum tempo.

A opinião pública, finalmente, descobriu que muitos dos males que todo o povo enfrenta têm origem no governo petista e, diante dos gigantescos escândalos de corrupção, mostra agora que é oposição em quase sua totalidade. Uns 10% ainda apoiam o governo, mas quase 70% querem o impeachment e talvez algo beirando 80% apoiam as investigações da Lava Jato, apoiando também o juiz Sérgio Moro de tal forma que ele foi considerado a 13ª pessoa mais poderosa do mundo em recente trabalho de uma revista norte-americana.

O fim melancólico do governo petista mostra também que o projeto da esquerda que sobrou após a derrocada da União Soviética é tão furado quanto os governos anteriores, que só se mantiveram no poder à base da força, da extinção física da oposição. Sem o poder das baionetas as esquerdas não conseguem governar.

Talvez seja essa a grande lição que o povo brasileiro deve tirar dessa era de trevas pela qual o país passou sob o PT: a esquerda não tem projeto de governo, não sabe o que fazer para desenvolver corretamente um país sem rapiná-lo, não consegue governar sem calar a oposição, não tem projeto de governo, só de poder.

Que essa desgraça que em breve se findará, sirva de lição a todos aqueles que só agora percebem a fria em que o Brasil entrou ao eleger Lula: a intenção dele e do seu partido jamais foi fazer o Brasil e seu povo se desenvolverem dentro do cenário mundial. Na verdade, o que eles tentaram esse tempo todo foi fazer do Brasil a sede do partido, fazer das finanças públicas suas finanças pessoais, fazer da classe política um grande rebanho alimentado a propinas, enfim, fazer do povo movido a esmolas sociais, a base de apoio para que eles jamais tivessem de abandonar o poder. Chega de PT para o bem do Brasil!

terça-feira, 22 de março de 2016

Que vergonha, Unicamp!

Tudo bem, eu sei que a Associação dos Docentes da Unicamp, a tal de Adunicamp está longe de representar todos os professores da Unicamp. Representam uns 10% no máximo, mas, como toda entidade de esquerda, que sonha com uma bosta de regime ditatorial que não deu certo em lugar nenhum do mundo, pelo contrário, desgraçou nações e populações, faz bastante barulho. Um barulho, aliás, sempre maior do que a capacidade dos dirigentes de administrar a entidade, de verdadeiramente representar os professores, tarefa ara a qual foram eleitos. Barulho esse que a faz falar em nome de toda a universidade, sem ter um respaldo moral para tanto.

Dominada por partidecos de esquerda que vivem pendurados nas tetas de governos, entidades como a Adunicamp têm sempre um propósito diferente daqueles para os quais são eleitas. Usam a entidade para promover uma ideologia que tem no extermínio físico da oposição a primeira medida para se manter no poder. Sonham com um país em que a grande maioria da população seja formada por iguais. Iguais na miséria, na impossibilidade de crescer, na impossibilidade de opinar, na impossibilidade de se organizar fora dos padrões determinados pela elite governante. Os dirigentes de entidades como a Adunicamp sonham em fazer parte dessa elite governante.

E, sendo de esquerda, é lógico que a Adunicamp fez campanha para Lula e Dilma. Claro que surfaram na onda quando o Brasil cresceu por conta do crescimento mundial, principalmente do chinês. E, obviamente, botou a culpa na economia internacional pelo fato de o Brasil do PT virar piada no mundo, depois de ter sido subtraído por tenebrosas transações que estão sendo escancaradas todas pela Operação Lava Jato. E depois de entrar na pior recessão que se tem notícia desde que Cabral por aqui aportou por conta da péssima administração, da incompetência mesmo.

E, sendo de esquerda, a Adunicamp gosta de mentir, de enrolar, de iludir. Assim, juntando todas essas desonestas maneiras de fazer política, a Adunicamp promoveu um debate chamado “Unicamp contra o golpe”. Aconteceu hoje, ali pelo meio dia, no auditório da Adunicamp.

Como se vê, logo no título do debate a entidade já mostra a bunda. É que não existe golpe algum em andamento. Fosse golpe, o STF não teria ditado as normas do processo de impeachment. Fosse golpe, a comissão teria um membro sequer do PT ou de partidos aliados do governo. Fosse golpe, não haveria respaldo constitucional. Enfim, fosse golpe, o PT já teria caído faz tempo. E, finalmente, fosse golpe, o PT teria praticado o primeiro, quando comandou a cassação de Collor.

Mas para as esquerdas, a tática de repetir eternamente uma mentira – criada por um lacaio de Hitler, lembrem-se – foi adotada fortemente e usada diariamente, tanto pelos altos escalões do governo petista quanto pela arraia miúda dessas entidades fantasmagóricas como a Adunicamp.

Fui informado que o evento, que trouxe quatro debatedores da fina flor esquerdista (que me perdoem as flores), reuniu uma multidão de 75 pessoas. A Unicamp tem 1.750 docentes. Menos de 4,5% compareceram. Acho até muita gente pelo que a entidade representa.

Quanto ao debate em si, quando a premissa é errada (golpe), o enunciado fica viciado e o resultado é tão claro quanto um discurso de Dilma sem teleprompter (aquela telinha que fica na frente da câmera onde se lê o que se vai falar).  

Um amigo indignado

O blog abre espaço hoje para um jornalista que eu quero muito bem e que tenho saudades dos grandes papos que já levamos.

Jary Mércio andou por Campinas durante um bom tempo. Trabalhou comigo no Jornal de Hoje (ele, Caio Blinder e eu éramos a editoria de Nacional e Internacional no longínquo ano de 1979) e no Correio Popular (ele era editor de Cultura e eu, depois de um tempo na Política, fui para a editoria dele, onde fui subeditor). Quando voltei ao Correio, dez anos depois, encontrei Jary editando a Revista do Correio (atual Metrópole) e ele me convidou pra escrever uma croniqueta semanal, que acabou virando a coluna Farol que durou quase oito anos.

Depois que ele saiu do Correio, perdemos contato e só fui saber que ele estava trabalhando em Maringá, no Paraná, alguns anos depois. Ficamos ‘amigos’ no Facebook e temos mantido contado. Ele era simpatizante (pero no mucho) do PT, mas inteligente que é, foi percebendo a realidade. Não é a primeira vez que ele se manifesta contra os desmandos, a corrupção, a inépcia e a desonestidade intelectual dos petistas. O artigo abaixo - um desabafo altamente categorizado - foi publicado na página dele no Facebook.

Golpe? Que golpe?

Jary Mércio


Que golpe? Desde quando impeachment é golpe? Foi golpe contra o Collor? O PT e o movimento estudantil não comandaram as manifestações pela saída de um presidente legitimamente eleito, mas que vinha se mantendo ilegitimamente no poder, por seus atos contra o povo? Teve ditadura depois? O Congresso foi fechado, houve tortura? Ou assumiu o vice, que implantou o Plano Real, que acabou com a inflação e permitiu uma melhora da economia brasileira, o que, por caminhos tortos, acabou resultando, inclusive, na eleição do Lula, mais tarde? 

Mas agora é golpe? É golpe por quê? Por que é contra um governo que se intitula de esquerda, mas que não fez reforma agrária nem reforma alguma, só adoçou a boca do povo com medidas paliativas, empregos postiços, créditos sem fundo? Mas fosse qual fosse a ideologia desses piratas que ocupam o Palácio do Planalto, respondam-me, por que é golpe? Não se seguirá um rito, cobrado pelo Congresso e determinado pelo STF? Não se formou uma comissão processante na Câmara, da qual o PT e toda a esquerda participam? Sim, o PT, que não quis participar da Constituinte, expulsou deputados que participaram, e hoje tenta usar a Constituição para fugir de prestar contas à Justiça? 

E desde quando Lula e o PT, que se arvoraram em donos da ética, são também donos da democracia, como querem fazer parecer? Porque parece que são. Parece que sem eles, o mundo acaba. Que democracia é essa deles? Aquela que o próprio PT pratica, onde as decisões são tomadas entre quatro paredes depois de fazer o povo de bobo em intermináveis assembleias dos tais Orçamentos Participativos, das quais "todo mundo" participa mas nas quais ninguém decide nada porque as decisões são tomadas mesmo é pelos caciques do partido, no que chamam de centralismo "democrático"? 

A democracia que para vocês corre risco é aquela que tinha a República "Democrática" Alemã, a gloriosa Alemanha Oriental, comunista, do Muro da Vergonha e das medalhas olímpicas dopadas, porque tudo era mentira ali? Ou a democracia da celestial República "Democrática" da Coreia (do Norte), onde o Lula de lá é Deus? Ei, agora não estou falando com os que concordam comigo, estou falando com vocês mesmos que não tiram esse golpe da boca, o que tanto motiva os senhores a fazerem parte dessa manada? Ninguém pensa mais? Um fala, o outro repete a palavra de ordem dos marqueteiros palacianos (digo, os que não estão presos)? 

Essa é a intelectualidade brasileira, que não se respeita, confunde os tempos históricos, falseia a realidade, finge que não vê que essa gente está arruinando o País? Por que querem que permaneça no governo essa gente que nem quer governar, só quer o poder para continuar roubando e esfolando o povo? Por que tanto ódio por um juiz que apenas cumpre seu dever e por que tamanho apreço por assaltantes que querem levar o Brasil para o abismo? Até quando vão fazer esse ridículo papel de pelegos mentais? Tenho vergonha dessa geração de mentirosos e medrosos, paranoicos sem causa. 

Por que tanto medinho? Não há Guerra Fria, não há movimentação nas casernas, o que há é o povo que não aguenta mais tanta roubalheira, que sempre existiu, sim, mas que agora está escancarada e atingiu um nível insuportável. Nunca vi tanta gente intelectualmente desonesta ao mesmo tempo, pregando uma mentira, escravos do auto-engano, almas omissas, negacionistas profissionais. Não sei de quem vou acabar tendo mais asco, se dos ladrões oficiais de Brasília (mas vale também para os ladrões oficiais de todas as cidades do País, independentemente de partido) ou dos zumbis descerebrados, divulgadores desse golpe de marketing que tenta, mais uma vez, confundir corações e mentes dos brasileiros. 

Respeito quem tem opinião divergente da minha, não sou dono da verdade, não tenho opinião sobre tudo, mas, esses que falam em golpe, não pensem que não sei que a maioria de vocês nem sabe do que está falando.

sábado, 19 de março de 2016

Rabo de Lagartixa II


Quando a ditadura militar já não tinha mais forças para levar adiante seu autoritário projeto e o povo na rua – não muitos, mas barulhentos – clamava por seu fim, eu trabalhava no Diário do Povo e escrevi um artigo chamado Rabo de Lagartixa. A analogia era, claro, com o regime que agonizava. Depois que é cortado, o rabo da lagartixa ainda se mexe, tem uns espasmos, parece estar procurando o corpo, mas logo fenece, fica estático, morto. E a lagartixa, em pouco tempo, ganha um rabo novo. Os espasmos da ditadura ainda espocavam aqui e ali, mas a grande lagartixa democrática já via seu novo rabo aparecer, um pouco tímido, mas firme em busca da retomada do poder.

Os militares perderam a indicação do seu candidato favorito (Mário Andreazza) e tiveram que engolir Paulo Maluf, que, claro, comprou os delegados do PDS que votaram pela escolha.  As forças democráticas escolheram Tancredo Neves, que recebeu elogios até do último general de plantão, João Figueiredo. E Tancredo derrotou Maluf e o Brasil voltou à democracia. O novo rabo da lagartixa estava instalado.

A história atual tem algumas coincidências com a de 31 anos atrás. Claro, não vivemos uma ditadura, mas o partido que está no poder tem muitos dos ingredientes que levariam o Brasil a um regime autoritário caso fossem misturados corretamente. Não conseguiram misturar porque as instituições da sociedade democrática que são fortes no Brasil não deixaram.

E por ter uma vocação muito grande para o autoritarismo é que o PT repete, ao ver o poder escorrer entre os dedos, os esbirros dos carrancudos generais e aliados que, 21 anos depois de assumirem o governo, relutavam em deixá-lo.

As mentiras de Dilma Rousseff para ser reeleita foram o primeiro grande sinal de que a coisa havia desandado. A economia dava enormes sinais de fracasso, sinais esses devidamente maquiados para se levar a mentira até o fim do segundo turno. A compra descarada de eleitores com ameaças desonestas do fim de programas sociais, o uso descarado da máquina pública a favor dos candidatos do PT e muitas outras ações não republicanas que infestaram as eleições, eram a prova cabal de que o governo não tinha mais o que fazer pelo país, mas jamais pensaria em entregar dedos e anéis a quem tinha outras ideias que poderiam fazer o país crescer e a crise acabar. Parece que a decisão do PT, a partir do primeiro e desastroso mandato de Dilma, era apenas se manter no poder e o país que se danasse.

Assim, o PT se aproximou perigosamente dos atos ditatoriais que marcaram o fim do regime militar. A propaganda enganosa ululando, acordos espúrios com ganhos imediatos, alianças com os piores nomes da República, contrapartidas exigidas à imprensa dependente das verbas oficiais e um mar de blogueiros (isso, claro, não havia há 31 anos) a infernizar as redes sociais com mentiras e mais mentiras, louvando o governo e tentando destruir adversários. Uma guerra em muitos aspectos muito pior do que a realizada pelos generais para preservarem o poder.

Guerras sempre têm alguns heróis e a atual não foi diferente. Quando a última cartada para a manutenção do poder foi dada – a chamada de Lula para compor o Ministério com o propósito de blindá-lo da primeira instância, mas que significaria ele assumir um terceiro mandato onde Dilma mandaria menos que a rainha da Inglaterra – foi destruída por um juiz que, cumprindo seu papel, revelou ao Brasil um Lula que todos da oposição sabem que existe, mas que a grande maioria ignorava.

A liberação – em oportuníssima hora – pelo bravo juiz Sérgio Moro das gravações das escutas telefônicas que faziam parte da investigação ao que o ex-presidente está submetido, mostrou uma trama criminosa, com a participação direta da cúpula do governo, não apenas para proteger o investigado de vários crimes, mas também para desestabilizar os investigadores e com isso melar as investigações. Uma interferência absurda do Poder Executivo no roteiro da justiça buscada pelo Poder Judiciário.

O povo na rua no dia 13 de março, o maior da história do Brasil, deu o respaldo suficiente para que, ouvidas as gravações e constatados os perigos nelas contidos, políticos, juízes, advogados e outros se posicionassem com muito mais firmeza contra a corrupção, contra um governo incompetente e autoritário e a favor do impeachment que pode acabar com essa triste fase do Brasil.

O povo na rua fez a OAB, por exemplo, pelo indiscutível placar de 26 a 2, apoiar o impeachment. O povo na rua deu forças ao combalido – e investigado com justa razão – Eduardo Cunha de apressar a escolha da Comissão de Impeachment e até de convocar uma bissexta sessão numa sexta-feira para diminuir o tempo do processo. E o povo na rua deu força também para que a comissão escolhida tivesse maioria de deputados contra o governo, apesar de a base aliada ser ali maioria.

Mas tem mais. A força emanada do grito de “basta” de milhões de brasileiros em mais de 300 cidades fez o próprio partido do governo se sentir acuado onde antes ele era incensado. As ruas agora são do povo que quer mudanças e não mais das passeatas movidas a enormes verbas sindicais, a condução gratuita, a sanduíches de mortadela e a cachês de 30 ou 40 reais.

O falso domínio das ruas foi por água abaixo e o PT, juntando todas as suas forças, conseguiu levar às ruas 13 vezes menos gente dos que as passeatas pelo impeachment e pela defesa do combate à corrupção.

O PT e seu governo estão acabando. As bravatas que temos ouvido e as que ainda vamos ouvir, os arroubos retóricos e os discursos inflamados (e mentirosos) que serão feitos por aí serão apenas aqueles espasmos do rabo da lagartixa que, cortado, se debate em busca de um corpo. E morre em seguida. 

terça-feira, 15 de março de 2016

Delcídio confirma que Hélio foi eleito com dinheiro sujo do PT

Em 15 de dezembro do ano passado, publiquei aqui no blog um post com o título “Doutor Hélio foi eleito em Campinas com dinheiro sujo do PT”. Eu me baseava no depoimento do grande amigo de Lula, José Carlos Bumlai. Ele havia confirmado que recebeu um empréstimo do Banco Schahin, de R$ 12 milhões e que metade desse valor foi para pagar a chantagem que o empresário Ronan Maria Pinto estava fazendo à cúpula do partido: se não recebesse o dinheiro, diria o que sabia sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel (PT). A outra metade serviu para irrigar campanhas, principalmente a do “doutor” Hélio em Campinas.  

Agora, na delação do senador Delcídio do Amaral, a informação é confirmada: veio mesmo dinheiro sujo do PT para bancar a campanha de Hélio em 2004. Na verdade, o dinheiro que chegou foi para o segundo turno. Quem trouxe, segundo boatos à época, foi o amigo de Zé Dirceu, Luiz Carlos Rocha Gaspar que, no governo de Hélio, foi nomeado presidente da empresa municipal  Companhia do Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia (Ciatec) e foi um dos secretários mais omissos que Campinas já teve. E, detalhe curioso, só saiu da Ciatec um ano depois da posse do atual prefeito Jonas Donizette (PSB), sobrevivendo a Hélio, Vilagra (obviamente), Pedro Serafim e ao início do atual governo.

A delação de Delcídio é clara:

Com duas confirmações fica difícil duvidar que a grana suja do PT tenha irrigado mesmo a campanha de Hélio. Claro que ele nega. O PDT, que Hélio preside em Campinas, soltou nota com o mantra esperado: “...todas as doações foram legais, registradas e aprovadas pela justiça eleitoral etc. e tal”. É o mesmo que todos dizem., até o PT. Só que, diante dos fatos, a negação é um detalhe totalmente inverossímil.

Espera-se, portanto, que Hélio de Oliveira Santos não conspurque a eleição de Campinas, tentado se imiscuir como candidato em outubro. Ele foi cassado por omissão, sua mulher – a toda poderosa chefe de Gabinete do governo dele - está condenada a mais de 40 anos de prisão por corrupção e seu governo espalhou um mar de lama por Campinas como nunca havia sido espalhado.  Por alguma brecha da lei, dizem que será possível que ele faça campanha como candidato e, ao ter o registro cassado, já perto da data da eleição, coloque alguém no lugar para aproveitar seus possíveis votos. É uma total falta de respeito ao eleitor um corrupto como ele fazer campanha aproveitando brechas da lei.

Chega de corruptos, pediram 100 mil campineiros nas ruas domingo passado, na maior manifestação da história da cidade. O recado vale especialmente para gente da laia de Hélio de Oliveira Santos.

domingo, 13 de março de 2016

100 mil protestam em Campinas e entram para a história


Campinas viveu neste domingo a maior manifestação de sua história. 100 mil pessoas lotaram as ruas do Centro e protagonizaram um ato sem paralelo na vida política da cidade. 

Estive nos memoráveis comícios de Ulysses Guimarães e a turma do então MDB durante a ditadura, em passeatas contra a ditadura durante o fim dos anos 60 e 70 do século passado, bem como no grande movimento das Diretas Já. Nenhum deles chegou aos pés do que ocorreu hoje na cidade. 



No caminho para o Centro já era visível que estávamos diante de um grande acontecimento. Às 9h30 saímos do Taquaral, subimos a Diogo Prado, a Olavo Bilac e, na Júlio Mesquita já se via um grande número de pessoas caminhando para o Centro ou dentro dos carros, buzinado a cada aceno, a cada camisa amarela que se via na rua - e eram muitas.

Cheguei ao local combinado para encontrar a turma - o Café Regina - e foi difícil circular por ali. O café estava lotado, a Barão de Jaguara estava lotada e o Largo do Rosário estava lotado. Isso pouco antes das 10h.

No Largo, foi difícil atravessá-lo até o principal caminhão de som que comandava a massa. Ele estava na Glicério e a multidão se desenvolvia na frente do caminhão, em direção à Catedral e atrás dele, até perto da Benjamin Constant. Quem conhece Campinas sabe que não é pouco.

Os organizadores chegaram a falar nos microfones que a manifestação iria ficar por ali mesmo, já que seria difícil sair de tão grande era a multidão. Mas saímos, por volta do meio-dia.



O mar de gente subiu a Glicério, entrou na Conceição e, nessa rua, deu pra ter uma ideia melhor do momento que a cidade estava vivendo: já havia gente ocupando a Praça Carlos Gomes e os caminhões de som (eram 4 trios elétricos) ainda estavam na Glicério. E havia muita gente atrás deles.

Subimos a Conceição até o Centro de Convivência, lotamos o local e depois, porque muita gente ficou de fora, voltamos até o Jardim Carlos Gomes, onde encerramos nossa participação depois de cantar o Hino Nacional num gigantesco coro de 100 mil vozes. 

Pelo caminho todo, nenhum incidente, nenhuma provocação, nenhum furto ou briga. Todo mundo em paz, movido apenas pela indignação cívica que nos leva às ruas pedir que o Brasil mude de rumo, que os políticos parem de roubar, que nossa voz seja ouvida e, principalmente, que estamos atentos aos movimentos em Brasília.

O melhor de tudo é que o que se viu hoje em Campinas se viu também por quase todo o Brasil. Todas as capitais e centenas de cidades grandes, médias e pequenas tiveram algum tipo de manifestação contra o governo Dilma e contra o estrago que o PT fez no Brasil.



O recado das ruas, por mais que institutos de pesquisas diminuam os números, por mais que os ladrões de sempre apareçam na imprensa com avaliações porcas do que está ocorrendo, por mais que Dilma e a gangue petista tentem se agarrar aos cargos e ao dinheiro dos impostos que nos roubam, o recado das ruas está claro: não vamos mais aceitar que esse governo continue. O fim dele é essencial para que o Brasil volte a ser um país confiável no mundo.

Nós, a grande maioria do povo brasileiro, estamos fartos da incompetência e da corrupção: queremos o Brasil de volta!

A crise brasileira em Portugal

No meio da semana que passou fui procurado por uma rádio de Portugal – Antena 1 de Lisboa – por sugestão do amigo Carlo Carcani, para ser entrevistado sobre  a situação do Brasil. O programa para o qual foi gravada a entrevista se chama Visão Global e vai ao ar aos domingos, ao meio-dia. Se alguém quiser ouvir, o link segue abaixo. O tema "Brasil" vai do início do programa até o 14º minuto. Eu entro no 3º minutos, mais ou menos. 


sábado, 12 de março de 2016

CHEGOU A HORA DE FAZERMOS A DIFERENÇA!


Em 1968, eu andava pela Barão de Jaguara, no Centro de Campinas (SP) gritando “Mais pão, menos canhão!” Eu e mais uns 200 ou 300 estudantes da PUCC e de alguns cursinhos das cercanias. Era início da noite e a gente andava de punho erguido e olhos atentos à repressão. No Largo do Rosário estava a tropa da PM. Chegar até lá, vindo da PUCC era o desafio. A tropa não ia deixar que a turma ali se aglomerasse. Era proibido. Aliás, a curta passeata do Pátio dos Leões (entrada da PUCC) até o Largo do Rosário também era proibida. Iríamos enfrentar algumas bombas de gás lacrimogêneo e, os mais ousados, alguns cassetetes de borracha nas costas. Alguém podia até ser detido e depois era um “deus-nos-acuda” para encontrá-lo e tentar liberá-lo.

Com o fim da ditadura, só 17 anos depois, ganhamos o direito de protestar, de sair em passeata, de exigir que os governos façam a coisa direito ou peçam pra sair, ou sejam impedidos de continuar como a Constituição permite. Foi assim com Collor e só o povo na rua, mobilizado em todas as praças, deu força aos parlamentares para que eles se organizassem e derrubassem o corrupto presidente eleito e formassem novo governo com expressiva maioria.


Hoje a história se repete e, mais uma vez temos, nós todos, a história na mão. O que vamos fazer com ela? Vamos deixar que a corrupção e a incompetência continuem desgraçando o Brasil ou vamos sair todos às ruas exigindo que a classe política nos livre de todo mal, representado pelo PT e seus asseclas?

Não há dúvida que entre continuar sofrendo sem ver luz no fim do túnel ou ter a esperança de melhorar, vamos ficar com a esperança.

Um governo corrupto – embora a corrupção não deva  ser tolerada - pode até levar um país a algum desenvolvimento; um governo corrupto e incompetente, afunda qualquer país e vive sempre em crise, sem perspectiva de melhora. Já um governo corrupto, incompetente e fraco é a desgraça total: não há saída que não a total defenestração dos dirigentes e sua substituição por outros que mudem os rumos, as políticas todas e faça o país se reerguer dos escombros provocados pela hecatombe do governo anterior.


Esse é o Brasil de hoje: o governo do PT é corrupto, incompetente e fraco. Aliás, a cada dia, conforme vão surgindo as delações premidas, ele se torna mais corrupto;  conforme vão surgindo os dados estatísticos da economia, ele se torna mais incompetente; e conforme os partidos da base aliada vão abandonando o governo, ele se torna mais fraco.

Nós somos a pá de cal que falta para sepultar o governo petista que desgraçou o Brasil com suas políticas demagógicas, com seu populismo arcaico, com seu sistema que beira o coronelismo, com sua corrupção desenfreada.

A chance é estarmos todos, neste domingo, nas ruas e avenidas do Brasil gritando “Fora Dilma – e leve o PT junto” – a todo pulmão. Com multidões espalhadas pelo país por um objetivo único, os políticos todos, a partir da noite deste domingo, se sentirão fortalecidos para satisfazer a vontade da grande maioria do povo brasileiro.

Por isso esse domingo é essencial para os rumos do Brasil. Do mesmo modo que fomos essenciais para derrubar Collor, hoje somos imprescindíveis para derrubar Dilma e o PT. O Brasil não pode continuar à mercê de uma quadrilha que quer perpetuar a miséria de grande parte da população para usá-la como reserva de votos; o Brasil não pode continuar à mercê de uma quadrilha que não tem projeto de governo, apenas de poder; o Brasil não pode continuar à mercê de uma quadrilha que sonha com uma ditadura eterna tendo o povo brasileiro com escravo.

Chega da impostura do PT! Vamos pras ruas amanhã mudar definitivamente a história do Brasil!


segunda-feira, 7 de março de 2016

NÃO VAMOS NOS INTIMIDAR!


No último dia 4 escrevi aqui que as reações da petralhada diante do depoimento de Lula ao MP demonstravam claramente que eles queriam o confronto. Hoje, três dias depois, parece que esse desejo de “partir pro pau” ganhou mais força entre os quadrilheiros que querem se perpetuar no poder afundando o Brasil e roubando os cofres públicos.

Não sei se amanha manterão o discurso, covardes que sempre foram. Mas, nas redes sociais e também na grande imprensa, a notícia de que os movimentos que apoiam a gangue do capo Lula estão querendo marcar manifestações para o mesmo dia 13 de março, dia escolhido, há mais de dois meses, pelos movimentos a favor do impeachment para realizarem suas manifestações tem a clara motivação de confronto.


Agora há pouco, a Folha online estampava como manchete o fato de Dilma ter chamado uma reunião com seus asseclas mais diretos para discutir a possibilidade da coisa desandar nas ruas domingo que vem. Bobagem. A preocupação de Dilma é outra:  ela sabe que as passeatas de domingo ganharam enorme impulso nos últimos dias e que alguns milhões nas ruas farão com que seu governo acabe antes da metade do ano.

Por isso eu acho que a petralhada está só ameaçando e, com isso, tentando botar medo no povo para que a manifestação seja um fracasso. Nós não podemos cair nessa!


Aliás, não podemos cair em nenhuma dessas armadilhas que a esquerdalhada adora preparar, como dizer que estão defendendo a democracia, como dizer que o impeachment é golpe e outras deslavadas mentiras. Eles vivem da propaganda enganosa. Foi assim em todos os lugares onde a esquerda chegou ao poder, desde a Rússia de Lenin e Stálin até a Venezuela de hoje. Desgraçam o país mas a propaganda é cor de rosa sempre.


Mas se eles resolverem mesmo sair às ruas, que venham! Nós não os receberemos com sanduíche de mortadela nem com vale-passeata de 50 reais.

Se quiserem partir para o confronto, que tenham certeza que nós não fugiremos. O pau vai comer mesmo! E como tenho certeza que seremos em número muito maior, acho que ele nem terão coragem de nos provocar, a não ser de longe e sempre em grupelhos protegidos pelos trogloditas da CUT.
Portanto, não vamos arrefecer o movimento com essa provocação da petralhada.

SE O PREÇO PARA QUE NOSSA VOZ SEJA OUVIDA EM BRASÍLIA, PARA QUE A JUSTIÇA DO BRAVO SERGIO MORO CONTINUE EM SUA CRUZADA MORALIZANTE CONTRA A CORRUPÇÃO, PARA QUE O PROCESSO DE IMPEACHMENT GANHE A CELERIDADE NECESSÁRIA E QUE O STF PERCEBA QUE NÃO HÁ MAIS SUSTENTAÇÃO ALGUMA – JURÍDICA, ÉTICA E POLÍTICA – NO GOVERNO PETISTA, SE O PREÇO, REPITO, FOR DE ESCARAMUÇAS NA RUA, COM SANGUE ESCORRENDO PELO ASFALTO, NÓS, OS VERDADEIROS BRASILEIROS QUE JAMAIS ADOTARIAM UMA BANDEIRA VERMELHA COMO SÍMBOLO MAIOR DO BRASIL, VAMOS PAGAR COM CORAGEM E DETERMINAÇÃO!

O LADO DO BEM DESSA LUTA É O NOSSO!

NÃO VAMOS NOS INTIMIDAR JAMAIS!



domingo, 6 de março de 2016

A gigantesca mudança de Lula pode ter sido um grande roubo

Oito caminhões levaram a mudança de Lula em 2010
Sabe aquele montão de contêiners que Lula levou de Brasília, disse que são presentes que ele recebeu durante os oito anos de mandato   e que mandou pra casa em São Bernardo, para o sítio em Atibaia, para um galpão do Sindicato dos Metalúrgicos e ainda deixou um monte no depósito da Granero, cujo aluguel foi pago pela OAS? 

Pois é, tudo que estiver ali de presente que ele ganhou e que ultrapasse o valor de 100 reais ele não poderia ter levado. Se levou, foi roubo. Ou apropriação indébita.

É que um decreto não permite que um presidente da República leve para casa, depois do mandato, qualquer presente recebido que tenha um valor acima de 100 reais.

Parte da mudança chegando em São Bernardo do Campo
O Decreto é o 4.081, de 2002, último ano de FHC no governo. Em seu art. 10, item II, o texto é claríssimo, vedando ao agente público, “receber presentes” que tenham valor acima de 100 reais.  No parágrafo 2 desse item é que a porca entorta o rabo, pois ele diz: “Os presentes que, por qualquer razão, não possam ser recusados ou devolvidos sem ônus para o agente público, serão incorporados ao patrimônio da Presidência da República ou destinados a entidade de caráter cultural ou filantrópico, na forma regulada pela Comissão de Ética dos Agentes Públicos da Presidência e Vice-Presidência da República”

Parte da mudança no depósito da Granero, fotografada pela Lava Jato
Taí, passou de 100 reais e não pode ser devolvido, tem de ser incorporado ao patrimônio da Presidência da República (e não do presidente) ou doado a uma entidade cultural ou filantrópica.

Lula levou pra casa dezenas de contêiners cheios. Será que ninguém teve a coragem de dizer pra ele que não podia? Será que mesmo sabendo da proibição Lula disse “vou levar porque eu ganhei e pronto”, concretizando um ato de autoritarismo, arrogância e ilegalidade na cara dura, certo da impunidade? Pois tudo que ele levou – já que não há notícia de que ele levou alguma mudança quando tomou posse - e que ultrapassar o valor de 100 reais, tem de ser devolvido já que pertence ao Brasil e não ao ex-presidente. Foi  roubo, aliás, mais um na triste carreira desse “merda de metalúrgico”. 

sexta-feira, 4 de março de 2016

O PT quer o confronto

Escrevi ontem que Lula, o PT e Dilma chegaram ao fim. Claro que, embora desejasse, não tinha qualquer informação sobre a ação da Justiça hoje, que lançou a 24ª etapa da Operação Lava Jato e alcançou a cúpula petista e, vale dizer, a cúpula governista, já que Lula jamais deixou de ser governo.

As motivações da Justiça – e não da Polícia Federal, que é apenas o braço operacional da Justiça – para levar Lula a depor coercitivamente, devem ser muitas pelo que temos visto e lido nos últimos dois anos dessa operação, que é, de longe, a mais completa e mais importante ação contra a corrupção em toda a história brasileira. E, claro, não vou contestar essas motivações, muito pelo contrário: fosse eu a decidir, sem as amarras da lei a me segurar, já teria botado Lula na cadeia há muito tempo.

O que ainda me espanta, embora fosse previsível, é a reação destemperada dos líderes petistas, sejam eles líderes partidários, parlamentares ou ministros do governo. O que se viu desde que se constatou que a Lava Jato estava batendo à porta de Lula, foi uma espécie de chamamento para a guerra, feito por gente que deveria ter um pingo de responsabilidade para conter eventuais excessos da militância que podem descambar para conflitos generalizados.

O ministro da Previdência, Miguel Rossetto, chegou a usar equipamento do Ministério para lançar um protesto contra a ação sobre Lula. O presidente do PT, Rui Falcão, chegou a convocar a militância para ir às ruas protestar contra a PF, o MP e Justiça Federal, instituições de Estado que merecem, de todos os cidadãos, o maior respeito.

O próprio Lula, ao invés de voltar para sua casa após seu depoimento, decidiu ir para a sede do partido, fazendo exatamente o que o partido está acusando a Justiça de fazer: politizar a investigação. E em seu discurso à militância ali reunida, criticou duramente as instituições criadas e mantidas pelo povo brasileiro exatamente para fazer Justiça, coibir desmandos e combater a corrupção. Se Lula e seus comandados se encaixam nas categorias que essas entidades são obrigadas a combater, não é um problema político, é um problema policial e como tal deve ser tratado.

Assim, a reação dos petistas demonstra mais uma vez que o partido não está preocupado com o Brasil, não está preocupado em causar arruaças por aí que podem desandar para algo pior e que exija intervenção de forças mais duras no combate a esse tipo de ação. O PT está preocupado em se manter no poder e em defender seus membros mesmo que sobre eles pesem todas as provas, todas as acusações, todas as delações feitas até por quem até ontem gozava da confiança e da intimidade do poder.

O que pode acontece daqui pra frente é imprevisível, mas com a economia derretendo, com o PIB caindo inacreditáveis 3,8% ano passado e sem chances de melhorar neste ano, é possível imaginar que os protestos de 13 de março serão os maiores que o Brasil já viu. E podem jogar, de vez, a pá de cal que está faltando para que esse governo, responsável pela maior recessão que o Brasil já enfrentou e pelo maior esquema de corrupção que o mundo já viu, seja afastado do poder, seja pela ação do Congresso, da Justiça ou pela simples renúncia da presidente, pois desde antes de assumir o atual mandato, na sequência de um desastroso primeiro mandato, já deu mostras de que não tem qualquer condição de governar e, muito menos, de tirar o país do buraco econômico em que se encontra. Buraco criado pelos 13 anos e 2 meses de governo petista, diga-se.

quinta-feira, 3 de março de 2016

O fim de Lula, Dilma e do PT


A delação do senador Delcídio do Amaral (PT), que a Revista Isto É revelou hoje, põe fim à carreira de Lula como político, líder partidário ou seja lá que título mais ele acha que tem.  E deve levá-lo à cadeia, se a Justiça for aplicada corretamente.

Lula é um facínora da política e pronto. Sua primeira eleição, por exemplo, teve dinheiro a rodo dos sindicatos ligados à CUT. Sabe aquele dia de salário que todo trabalhador é obrigado a dar para o governo? Sim, o tal do Imposto Sindical. Pois ele abasteceu a primeira campanha de Lula, como se lê no site oficial da Petrobras, numa história contada por um ex-sindicalista que participou de toda a operação. E ele conta o fato, criminoso ao extremo, como uma façanha heroica, certo da impunidade, da proteção que o governo petista dá aos seus delinquentes.

Delcídio conta que Lula foi o mandante do encontro com o filho do Cerveró (aquele que foi gravado e acabou com a carreira do senador), bem como ele, Lula, mandou fazer pagamentos à família de Cerveró, para comprar seu silêncio.

Mas Delcídio sabe outras coisas. Disse que Lula e Palocci compraram o silêncio de Marcos Valério no Mensalão. Coisa vários milhões, possivelmente de dólares.

Durante os sete anos em que escrevi a coluna Xeque Mate do Correio Popular devo ter escrito algumas poucas linhas de aprovação de alguma ação do PT, quer como governo de Campinas ou, a partir de 2003, como governo do Brasil. Mais que elogiar – não havia o que elogiar – eu mostrava as falácias, as enganações, alguma provável roubalheira (sem provas não podia afirmar), a ideologia atrasada e assassina que grassava na ala mais à esquerda do partido, as mancadas das alianças internacionais, os erros na economia etc. Fui demitido por não abrir mão da crítica, por ter certeza que estávamos vivendo um dos maiores embustes políticos da história do Brasil e por não aceitar a propina que me foi oferecida pelo governo de Hélio de Oliveira (PDT), então aliadíssimo ao PT, a quem devia sua eleição no segundo turno em 2004.

Depois do mensalão, do qual Lula se livrou por conta a covardia do PSDB, o Petrolão superou toda e qualquer expectativa, mesmo as minhas que jamais foram favoráveis à quadrilha da estrela vermelha.
Os crimes todos que estão vindo à tona revelam que, no poder, Lula e sua gang se sofisticaram nos meios de roubar dinheiro público, mas, ao mesmo tempo, tamanho era o apoio de grande parte da imprensa e a apatia da oposição, se descuidaram da segurança com que roubos aos cofres públicos têm de comportar.

Um juiz honesto e capaz e uma equipe idem bastaram para desmascarar toda a “cosa mostra” que se formou para sugar o dinheiro dos impostos – elevadíssimos, por sinal – que pagamos.

Desmascaramento que culmina agora, com a delação de ex-líder do governo, homem de confiança do poder petista e que fez parte da cúpula que assaltava o Brasil e ajudou em muito a blindar Lula, Dilma e outros estrelados para que a lei não os alcançasse. Isso ele também conta na delação.

Conta também que Dilma investiu na nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), pois ela seria relevante para o governo, já que o nomeado cuidaria dos habeas corpus e recursos da Lava Jato no STJ. Sim, foi isso mesmo que você leu: Dilma escolheu a dedo um ministro do STJ que já estava acertado para livrar a cara dos criminosos do PT e aliados.

Enfim, acho que não sobra pedra sobre pedra. As ações criminosas de Lula e Dilma ora reveladas apontam para um só caminho: o impeachment da presidente e a prisão imediata de Lula para que ele não possa mais interferir, da maneira como vem interferindo, nas investigações.

E os crimes são tantos que o triplex do Guarujá e o sítio em Atibaia devem passar para segundo plano, embora tenham sim que ser punidos, pois não chegam nem aos pés do que a quadrilha, chefiada por Lula, aprontou nesses quase 13 anos de poder.

Não há mais o que fazer: o PT, como eu já dizia desde quando Jacó Bittar chegou ao poder em Campinas, é um partido sujo, que rouba o dinheiro público para enriquecer seus membros e se manter no poder. Infelizmente eu tinha razão. 

quarta-feira, 2 de março de 2016

Um portal nada transparente

Com muito alarde por aí foi publicado que a Câmara de Vereadores de Campinas passaria a publicar – finalmente! – o nome de todos os seus funcionários com os respectivos salários. A publicação foi feita, mas para acessá-la a Câmara coloca tanta dificuldade que fica quase impossível para um cidadão chegar à informação que deseja.

Mas não é por menos que dificuldades são criadas. Por muito tempo no Brasil cultivou-se o fato de que os salários devem ser um segredo entre empregador e empregado. Quando trabalhei na Prefeitura, em 1979, me lembro do meu primeiro holerite. Nele estava escrito do lado de fora do envelope, algo mais ou menos assim: “Não divulgue seu salário. Ele só interessa a você”. A intenção, já naquele tempo, era evitar que os salários absurdos, prenhes de leis e decretos que incham o resultado final, fossem descobertos e causassem indignação entre servidores. Era também uma forma de evitar que a imprensa soubesse dos apadrinhados que recebiam fortunas dos cofres públicos todo mês.

No primeiro governo de Magalhães Teixeira, se não me engano, causou furor na cidade a descoberta de que um servidor do Gabinete recebia o equivalente hoje a pouco mais de R$ 100 mil mensais. Ele foi identificado, houve alguma gritaria na imprensa, mas ficou tudo por isso mesmo: o salário era legal, baseado em leis, portarias, decretos e outros arranjos, todos feitos para engordar alguns holerites e surrupiar – essa é a palavra para o ato de você receber um dinheiro pelo qual não trabalhou – o erário.

Recentemente, um colega jornalista da Assessoria de Imprensa se aposentou. Nunca trabalhou em outro lugar que não a Assessoria, era gentil, atendia bem aos jornalistas, mas jamais foi chefe, diretor ou teve qualquer outro cargo cujo salário fosse elevado. Pois verificando no portal da Prefeitura, descobri que ele se aposentou com mais de R$ 16 mil mensais. Como chegou a tanto? São as mutretas todas das leis e decretos feitos por gente que delas se beneficia. Afinal, vereadores – que fazem leis – e prefeitos, que fazem leis e decretos – têm grandes interesses em ver seus apadrinhados com grandes salários. Como eles  - prefeitos e vereadores - se beneficiam disso é mais ou menos notório por aí.

Mas, voltando à nossa Câmara dos Vereadores. Acessei o tal Portal Transparência e ali há muitas informações sobre gastos da entidade. Mas o principal, que é o salário que é pago a cada servidor – efetivo ou comissionado – está cercado de cuidados que dificultam o acesso.

Logo de cara, o cidadão que quer saber o salário dos servidores da Câmara como um todo, já é impedido. Tem de saber o nome completo do servidor sobre o qual se deseja informações salariais. E, antes de botar o nome completo do servidor, o cidadão tem de botar seu próprio nome, seu e-mail e seu CPF. Sim, até o CPF. E quem tem confiança de informar o CPF para um site cujos mandatários são políticos?

Depois testei o treco. Coloquei meu nome, e-mail, CPF e o nome de um amigo que trabalha lá. Resposta: “Servidor não encontrado”. Como tenho certeza que ele trabalha lá, talvez eu não tenha colocado o nome completo dele, que não sei. Coloquei nome e sobrenome, mas talvez ele tenha mais um nome que quase não usa e que poucos conhecem. Assim fica difícil.  

Portanto, se você quer ver a quantas anda  o gasto com salários que você ajuda a pagar dos servidores da Câmara – e creio que a maioria das pessoas que acessa o site quer ver o quadro geral – não pode, porque o Portal Transparência da Câmara de Campinas evita divulgar de modo acessível, como deve mandar a lei, quanto paga para seus 168 funcionários efetivos e 385 comissionados, além dos 33 vereadores.

Ou seja, o Portal Transparência da Câmara, pode ser tudo, menos transparente.