No próximo sábado a politica municipal de Campinas ganha o
principal fato novo para as eleições de outubro. O vereador Artur Orsi se filia
ao PSD, numa grande festa no Club Fonte São Paulo, a partir das 11h.
Desde o último governo de Magalhães Teixeira, complementado
por Edivaldo Orsi – já lá se vão 20 anos – Campinas sofreu na mão de políticos
de baixa estatura política e/ou moral. Chico Amaral realizou um governo
medíocre, montado num dos piores secretariados que Campinas já viu. Saiu
desgastado, empanando o que restava de seu governo anterior. Depois dele,
Antonio da Costa Santos (PT) não pode ser enquadrado em qualquer categoria,
pois não teve tempo de mostrar a que veio, assassinado que foi em 2001.
Sucedido por Renato Simões – a vice, Izalene Tiene era apenas uma testa de
ferro do então deputado petista – o que se viu naqueles três anos e pouco na
cidade foi um circo de horrores, com uma administração destrambelhada, sem rumo
e, provavelmente, arrecadando muito para os bolsos e planos petistas.
Hélio de Oliveira, cuja eleição se deveu à mala de dinheiro
e ao marqueteiro que José Dirceu mandou de Brasília, fez jus aos seus patronos:
instalou uma quadrilha no Palácio dos Jequitibás que seria uma espécie de
miniatura da que vicejou no Mensalão e depois no Petrolão petistas. Cassados –
ele e a quadrilha – a herança de seu governo corrupto se deve ao dinheiro que
Lula mandou e que rendeu ruas asfaltadas na região do Ouro Verde e do Campo
Grande. O resto do governo foi tocado a propinas. Que não volte nunca mais é o
que a cidade espera e deseja.
O curto período de Pedro Serafim, eleito após a cassação de
Oliveira, não comprometeu a cidade, mas a chegada ao poder de Jonas Donizette
fez dar a impressão de que os velhos tempos da maquiagem nas ruas e muita
publicidade na mídia tinham voltado. E tinham mesmo.
Donizette faz um governo que não empolga ninguém, não tem
liderança, tem um secretariado bagunçado e incompetente em sua maioria e não
consegue criar um projeto que mostre a que veio. Um dos maiores, o BRT, travou
no governo de Oliveira, andou um pouco com Serafim, e voltou praticamente à
estaca zero com Donizette. Uma placa na Lagoa do Taquaral anunciando um obra
cuja verba viria do governo estadual é um retrato desse governo: está lá anunciando
o desassoreamento da lagoa (obra urgente, por sinal) há quase dois anos e o
prefeito não tem força para exigir do governo estadual o cumprimento da
promessa de financiamento da obra. Um governo
fraco. Pífio.
Por isso Artur Orsi chega para empolgar boa parte do
eleitorado que vê nele a esperança de Campinas voltar a ter um prefeito
realmente preocupado com a cidade e seus cidadãos.
Opositor ferrenho de Oliveira (foi ele o autor do pedido de
cassação que acabou com o corrupto governo de então) manteve seus princípios no
governo atual, mesmo depois de seu partido ter apoiado Donizette e ter no
governo várias secretarias e muitos outros cargos. Acabou isolado dentro do
PSDB, mas não abriu mão de fiscalizar a administração municipal. Denunciou
vários desmandos e foi vítima da “ira” do governo, que escalou um vereador
advogado para o triste papel de inventar malfeitos que Orsi jamais
cometeu. Lamentável.
Sem futuro no partido que ajudou a criar junto com seu pai,
e pronto para galgar novos degraus em sua carreira política, Orsi, com a
votação mais expressiva entre todos os 33 vereadores de Campinas, se viu
obrigado a sair do ninho tucano – dominado com mão de ferro pelo deputado
Carlos Sampaio – para poder colocar seu nome como uma opção para o governo de
Campinas.
Orsi não é novo na política, está em seu terceiro mandato de
vereador, mas é a grande novidade para as próximas eleições. Novidade em termos
de ficha limpa, de honestidade e de visão privilegiada de um campineiro que há
mais de 20 anos trata das coisas da cidade com o carinho e determinação que
elas merecem. É, disparado, meu candidato a prefeito.
Quanto ao fato de ele estar se filiando a um partido que faz
parte da base aliada do governo petista de Dilma Rousseff, há que se levar em
conta as alianças municipais, estaduais e federais. Há no Brasil um verdadeiro saco
de gatos em termos de alianças. Valem os interesses regionais: as mais
estranhas alianças já foram feitas sem que seus participantes mudassem de
opinião sobre muitas coisas. O próprio partido do atual prefeito de Campinas foi
aliado de sempre do PT, até que seu líder Eduardo Campos, resolvesse disputar a
presidência.
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