2016
2016 começa com um feriadão, emendando sexta, sábado e
domingo, repetindo o que ocorrera na semana anterior, nas festas do Natal. No
país dos feriados, nada melhor do que o exemplo ser dado logo de cara. Não sei
quantos feriados simples e prolongados teremos neste ano, mas as previsões
indicam que todos vão trabalhar bem menos e muitos nem vão trabalhar. A primeira
manchete do ano da Folha de São Paulo foge do habitual otimismo que se aplica
nessas datas e é daquelas que ninguém gostaria de ler: “Brasil pode perder até
2,2 milhões de vagas formais neste ano”.
É um número alarmante, pois a ele será somado o público que
está tentando entrar no mercado de trabalho, que ultrapassa fácil o milhão e
meio por ano e o quase milhão de vagas fechadas em 2015. Assim, a massa de
desempregados que em 2016 se somará à atual será de mais de 3,7 milhões de
pessoas, batendo nos 4,7 milhões de desempregados no fim do ano.
E pra mostrar que o ano é novo, mas o governo é o mesmo
incompetente e mentiroso de sempre, a presidente da República, Dilma Rousseff,
comete na mesma Folha, um artigo onde diz ter certeza de que 2016 será melhor
que 2015. Apesar de admitir que cometeu alguns erros, Dilma bota a culpa
principalmente no cenário internacional para justificar a crise no Brasil.
Mentira: todos os países desenvolvidos estão crescendo e entre os remendados,
como o Brasil, somos um dos poucos a mostrar PIB negativo. Ou seja: a crise foi
criada aqui mesmo por conta de uma política econômica destrambelhada, por conta
da monumental corrupção e por conta das escolhas totalmente erradas que o
governo petista vem fazendo desde os tempos de Lula.
Um exemplo atual: a
totalmente desnecessária encrenca com o novo embaixador de Israel. Querer
mostrar as garras para Israel só agrada a paisecos que querem acabar com os
judeus. Como os judeus tem poderes que ultrapassam em muito o território
encravado no Oriente Médio, as consequência dessa bobagem ideológica (ideia,
dizem, do nefasto Marco Aurélio Garcia) podem refletir também na economia de
modo negativo.
Mas vamos em frente que 2016 já começou e os ecos dos
desejos de “feliz ano novo” já se perdem por aí e o ano escancara suas mazelas
sobre nós.
Em seu artigo, no meio de números inflados pelas mentiras de
sempre, uma verdade: Dilma diz, acho que com orgulho, que “quase 14 milhões de
famílias receberam o Bolsa Família”. O Brasil deve ser o único país do mundo
que um programa social que deveria ajudar as pessoas a saírem da pobreza, vem
aumentando a cada ano. Se considerarmos que em cada família dessas há dois
adultos, só aí teremos quase 28 milhões de desempregados, já que empregados
formalmente não podem receber o benefício. Mas, claro, os desempregados que
recebem essa esmola não entram nas estatísticas de desemprego, em mais uma
formidável maquiagem que o governo Brasileiro faz em seus tenebrosos índices.
Dilma volta a dizer que a crise política se deu por que a
oposição não aceitou o resultado das urnas. Tenho certeza de que caso houvesse
uma fiscalização honesta por parte da Justiça Eleitoral, ela também não poderia
aceitar o resultado. Pois além das denúncias todas de uso descarado da máquina
pública para favorecer a candidata oficial, hoje sabemos que muito dinheiro
advindo da corrupção sustentou a campanha de 2014 de Dilma. A última denúncia,
feita por empresário em delação premiada, fala em R$ 100 milhões exigidos, caso
contrário a empresa perderia contratos juntos à Petrobras. Resumindo: Dilma é
uma presidente eleita irregularmente e, caso a Justiça funcione nesse país,
deve ter o registro de sua candidatura cassada. Dela e do vice.
Mas 2016, além do desemprego, do PIB negativo, da
continuação das mentiras e da incompetência habituais do governo petista,
promete um cenário catastrófico também no campo político.
Com as três maiores autoridades políticas do país – Dilma,
Eduardo Cunha, presidente da Câmara e Renan Calheiros, presidente do Senado – sob
investigações por diversos crimes, a pauta política se baseará na judiciária:
quanto mais apertada a autoridade for pelos juízes, mais lento e complicado
será o processo político.
Dilma acuada tente de acuar Cunha e buscar apoio em Renan.
Cunha acuado tende a atacar Dilma e tentar acordo com Renan. Renan acuado tente
a agradar a todos pela frente e atacar por trás. Mas Cunha pode ser virar
contra Renan também, bastando para isso que ele perceba movimentos suspeitos do
presidente do Senado.
Enfim, será um grande circo que, espero, termine com a
deposição deles todos e com novas eleições ali pelo meio do ano, com uma lista
de candidatos a presidente saneada dos bandidos atuais.
Circo, aliás, cuja única boa notícia em 2015 foi a firmeza
com que os bravos rapazes de Curitiba mantiveram a Operação Lava Jato. Pela
primeira vez na história do Brasil, empresários corruptos e servidores públicos
dos mais altos escalões estão ou estiveram atrás das grades, muitos já
condenados, bem como alguns políticos de peso. Faltam apenas os grandes chefes
que todos sabemos quem são. E há confiança no ar que respiramos de que a vez deles
está chegando. Vamo que vamo!
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