sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Vamo que vamo!

2016
2016 começa com um feriadão, emendando sexta, sábado e domingo, repetindo o que ocorrera na semana anterior, nas festas do Natal. No país dos feriados, nada melhor do que o exemplo ser dado logo de cara. Não sei quantos feriados simples e prolongados teremos neste ano, mas as previsões indicam que todos vão trabalhar bem menos e muitos nem vão trabalhar. A primeira manchete do ano da Folha de São Paulo foge do habitual otimismo que se aplica nessas datas e é daquelas que ninguém gostaria de ler: “Brasil pode perder até 2,2 milhões de vagas formais neste ano”.

É um número alarmante, pois a ele será somado o público que está tentando entrar no mercado de trabalho, que ultrapassa fácil o milhão e meio por ano e o quase milhão de vagas fechadas em 2015. Assim, a massa de desempregados que em 2016 se somará à atual será de mais de 3,7 milhões de pessoas, batendo nos 4,7 milhões de desempregados no fim do ano.

E pra mostrar que o ano é novo, mas o governo é o mesmo incompetente e mentiroso de sempre, a presidente da República, Dilma Rousseff, comete na mesma Folha, um artigo onde diz ter certeza de que 2016 será melhor que 2015. Apesar de admitir que cometeu alguns erros, Dilma bota a culpa principalmente no cenário internacional para justificar a crise no Brasil. Mentira: todos os países desenvolvidos estão crescendo e entre os remendados, como o Brasil, somos um dos poucos a mostrar PIB negativo. Ou seja: a crise foi criada aqui mesmo por conta de uma política econômica destrambelhada, por conta da monumental corrupção e por conta das escolhas totalmente erradas que o governo petista vem fazendo desde os tempos de Lula.

Um exemplo atual: a totalmente desnecessária encrenca com o novo embaixador de Israel. Querer mostrar as garras para Israel só agrada a paisecos que querem acabar com os judeus. Como os judeus tem poderes que ultrapassam em muito o território encravado no Oriente Médio, as consequência dessa bobagem ideológica (ideia, dizem, do nefasto Marco Aurélio Garcia) podem refletir também na economia de modo negativo.

Mas vamos em frente que 2016 já começou e os ecos dos desejos de “feliz ano novo” já se perdem por aí e o ano escancara suas mazelas sobre nós.

Em seu artigo, no meio de números inflados pelas mentiras de sempre, uma verdade: Dilma diz, acho que com orgulho, que “quase 14 milhões de famílias receberam o Bolsa Família”. O Brasil deve ser o único país do mundo que um programa social que deveria ajudar as pessoas a saírem da pobreza, vem aumentando a cada ano. Se considerarmos que em cada família dessas há dois adultos, só aí teremos quase 28 milhões de desempregados, já que empregados formalmente não podem receber o benefício. Mas, claro, os desempregados que recebem essa esmola não entram nas estatísticas de desemprego, em mais uma formidável maquiagem que o governo Brasileiro faz em seus tenebrosos índices.

Dilma volta a dizer que a crise política se deu por que a oposição não aceitou o resultado das urnas. Tenho certeza de que caso houvesse uma fiscalização honesta por parte da Justiça Eleitoral, ela também não poderia aceitar o resultado. Pois além das denúncias todas de uso descarado da máquina pública para favorecer a candidata oficial, hoje sabemos que muito dinheiro advindo da corrupção sustentou a campanha de 2014 de Dilma. A última denúncia, feita por empresário em delação premiada, fala em R$ 100 milhões exigidos, caso contrário a empresa perderia contratos juntos à Petrobras. Resumindo: Dilma é uma presidente eleita irregularmente e, caso a Justiça funcione nesse país, deve ter o registro de sua candidatura cassada. Dela e do vice.

Mas 2016, além do desemprego, do PIB negativo, da continuação das mentiras e da incompetência habituais do governo petista, promete um cenário catastrófico também no campo político.
Com as três maiores autoridades políticas do país – Dilma, Eduardo Cunha, presidente da Câmara e Renan Calheiros, presidente do Senado – sob investigações por diversos crimes, a pauta política se baseará na judiciária: quanto mais apertada a autoridade for pelos juízes, mais lento e complicado será o processo político.

Dilma acuada tente de acuar Cunha e buscar apoio em Renan. Cunha acuado tende a atacar Dilma e tentar acordo com Renan. Renan acuado tente a agradar a todos pela frente e atacar por trás. Mas Cunha pode ser virar contra Renan também, bastando para isso que ele perceba movimentos suspeitos do presidente do Senado.

Enfim, será um grande circo que, espero, termine com a deposição deles todos e com novas eleições ali pelo meio do ano, com uma lista de candidatos a presidente saneada dos bandidos atuais.

Circo, aliás, cuja única boa notícia em 2015 foi a firmeza com que os bravos rapazes de Curitiba mantiveram a Operação Lava Jato. Pela primeira vez na história do Brasil, empresários corruptos e servidores públicos dos mais altos escalões estão ou estiveram atrás das grades, muitos já condenados, bem como alguns políticos de peso. Faltam apenas os grandes chefes que todos sabemos quem são. E há confiança no ar que respiramos de que a vez deles está chegando. Vamo que vamo! 

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