Durante o lamentável governo de Hélio de Oliveira (PDT) em
Campinas não foram poucas as vezes em que o marketing da Prefeitura caprichou
na apresentação de futuras obras que iriam modificar para melhor a cidade. A
restauração do Centro, a construção de um grande teatro, parques municipais,
novo desenho de Viracopos, reformulação viária de grandes regiões, transporte público
elétrico (VLT), abertura de avenidas para desafogar o trânsito etc. e tal.
Eram todos factoides, ou seja, anúncios para aparecer na
imprensa com grande destaque e depois esquecidos, porque não havia a
menor vontade política e também faltavam recursos públicos (às vezes até havia
recursos, mas o governo tinha outras “prioridades”, prioridades essas que ajudaram
a o prefeito a ser cassado e a quadrilha toda ser descoberta).
Agora, no governo de Jonas Donizette (PSB) a coisa parece se
repetir. Não bastasse esse governinho ter adotado a mesma tática de maquiar a
cidade e fazer dessa “cosmetologia” uma forma de governo, o anúncio de
factoides, tal qual o prefeito cassado, faz parte também do modo de governo do
alcaide.
O Correio Popular estampa hoje em manchete que Campinas terá,
em dez anos, 11 novos corredores de ônibus e outros meios de transportes. O
projeto está sendo elaborado e vai ser apresentado à Câmara ainda neste ano.
Como se sabe, desde o fim do governo do “doutor” Hélio, a
Prefeitura está tentando implantar um tal de BRT (Bus Rapid Transit) que
ligaria, por vias exclusivas, a região do Campo Grande ao centro. Hélio
anunciou, Pedro Serafim tentou viabilizar e Jonas refez tudo. Até os ônibus que
seriam usados nos corredores foram comprados pelas empresas privadas e hoje
circulam por aí em ruas e avenidas não propícias a esse tipo de veículo. Só
faltou o dinheiro que viria do governo federal, coisa de quase R$ 400 milhões. Sem
a verba federal, o projeto está parado, pois a Prefeitura não tem condição de
arcar com os custos.
Ora, se não há dinheiro para fazer um corredor que se
arrasta há quase 5 anos, como pode a Prefeitura anunciar 11 corredores para os
próximos dez anos? Se não fez um em cinco anos, vai fazer 11 em dez anos?
E ainda vem com essa balela de que os veículos de transportes
podem ser desse tipo ou daquele outro, como se tudo fosse conseguido num passe
de mágica. Será que a trágica experiência com o VLT não diz nada a esse
governo? Será que o governo não entende que um bom serviço de ônibus que fizesse
jus ao elevado preço cobrado, já seria um grande negócio para a população?
Como se não bastasse a demagogia explícita ao anunciar factoides,
o governo do Jonas está prometendo, tal qual o prefeito paulistano, encher a
cidade de ciclovias. Como é moda em algumas cidades do primeiro mundo, os
copiadores de ideias alheias se arvoram em querer fazer o mesmo por aqui.
Uma ou outra ciclovia com fins recreativos e de exercícios
físicos, vá lá. Mas anunciar quase 200 quilômetros de ciclovias, numa cidade
que está longe de ser plana, é querer brincar com a inteligência alheia. E,
pior, é que essas ciclovias, em sua grande maioria, vão ocupar faixas de ruas e
avenidas, diminuindo o espaço para o fluxo dos veículos motorizados.
Como o trânsito de Campinas – por falta de obras viárias –
já congestiona fora do horário de pico em muitos locais da cidade, com
ciclovias diminuindo o espaço, em breve teremos um cenário parecido com o do caótico
trânsito de São Paulo.
Enquanto os factoides são anunciados, a saúde continua
demorando muito a atender a população, o centro da cidade – fora aquele trecho
enfeitado da Glicério – está um caos, o transporte coletivo é caríssimo e
ineficiente, qualquer chuvinha destrói ruas e avenidas e alaga regiões
inteiras, a buraqueira das ruas só aumenta com as chuvas e a falta de
manutenção, praças e jardins parecem abandonadas etc. etc.
Esse é o governinho que vai tentar se reeleger em outubro.
Espero que os eleitores campineiros não persistam no erro que cometeram em 2012.
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