sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O PT não tem mais argumentos


Ao tentar recorrer ao STF para desautorizar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), de iniciar o processo de impeachment, o PT mostrou estar sem qualquer argumento para se defender de outra forma. Ao atribuir a Cunha simples desejo de vingança depois de uma suposta chantagem não ter dado resultado e assim iniciar o processo, o PT revelou que seu infantil argumento de acusar o acusador é o que lhe resta nessa história.


Em ambos os casos o partido se deu mal. No primeiro caso o tiro acabou lhe saindo pela culatra. Ao saber que o ministro sorteado para analisar o pedido de liminar que melaria a decisão de Cunha foi Gilmar Mendes, o partido, através de seus advogados, tentou desistir da ação. E só piorou a situação. Primeiro que, ao tentar desistir, demonstraram que preferiam outro juiz, revelando ou que não confiam em Mendes ou há juízes na Corte que lhes são confiáveis. E isso é grave, muito grave.

Tão grave que o ministro se pronunciou da seguinte maneira sobre as tentativas do PT: “Insta salientar que os impetrantes sequer disfarçam a tentativa de burlar o princípio do juiz natural e as regras atinentes à competência, em atitude flagrantemente ilegal, com a desistência imediatamente posterior à ciência do relator a quem foi distribuída esta demanda. A toda evidência, tal atitude configura-se como clara fraude à distribuição processual e constitui ato temerário ao Poder Judiciário".

Mendes foi além, pois, por conta de possível fraude para desistir do processo e entrar com outra ação, que poderia ter novo relator, o ministro ordenou que o caso seja analisado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil: "Oficie-se ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para examinar a eventual responsabilidade disciplinar por ato atentatório à dignidade da Justiça", afirmou em sua sentença.

Para o ministro do STF, "ninguém pode escolher seu juiz de acordo com sua conveniência. Razão pela qual tal prática deve ser combatida severamente por esta Corte, de acordo com os preceitos legais pertinentes. Ademais, verifica-se que o causídico não tem poderes específicos para desistir da presente demanda. Assim, indefiro a homologação do pedido de desistência", finalizou.

Durante todo o dia de hoje, nas hostes petistas o que se viu foi uma negação genérica dos inúmeros crimes que Dilma é acusada de ter cometido, alegações de que ela nunca roubou (o que não está sendo discutido, diga-se) e um esforço muito grande para desqualificar Cunha.

Ora, o deputado Eduardo Cunha já está mais do que desqualificado por conta da descoberta de suas contas na Suíça e por conta de denúncias que o implicam no rateio de propinas oriundas do Petrolão. É um deputado marcado para ser cassado talvez antes do Carnaval de 2016.

Mas a ele, e só a ele, cabia a iniciativa da abertura do processo de impeachment, contido num calhamaço de 75 páginas e assinado por dois juristas notáveis do Brasil – Hélio Bicudo e Reali Jr.- e uma advogada que com apenas uma entrevista se tornou famosa pela firmeza e convicção de seus pensamentos. Sem contar que quase 70% da população brasileira são hoje favoráveis ao impeachment.

Mas o PT continua com a velha – e infantil – mania de desmerecer o acusador para enfraquecer a acusação. Só que em tempos de notícias e comentários espalhados à velocidade da luz pelas redes sociais, as respostas desqualificando tal postura chegam aos montes. E ainda temos as delações premiadas, todas sendo feitas por corruptos ativos e passivos e que, nem por isso, mereçam desconsideração. Pelo contrário: elas estão, de fato, levando à descoberta e muitos outros crimes.

A conclusão a que se chega é que o PT está exaurido de tanto se debater no mar de lama que ele próprio criou. Suas mentiras são motivo de piadas nas redes sociais e suas justificativas não encontram eco na realidade.

O PT acabou. Não tem mais argumentos factíveis para se defender. Não tem mais moral alguma perante a grande maioria do eleitorado. Não tem mais capacidade de reação. Vai ficar sozinho a defender uma indefensável presidente diante de um Congresso que não vê a hora de se livrar desse arremedo de ditadura que o PT instalou o país, baseado na impunidade, na mentira, na desonestidade e na corrupção. 

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