Hoje a decisão está tomada: o PT votará a favor do prosseguimento
da ação contra Eduardo Cunha (PMDB) o que pode levar à cassação do mandato do presidente
da Câmara. Os três votos do PT na Comissão de Ética devem fazer pender o placar
contra Cunha, que tem garantidos apenas 9 votos dos 20 possíveis (são 21 membros,
mas o presidente só vota em caso de empate).
Ato contínuo à derrota, Cunha deverá admitir um dos
requerimentos que tem em suas gavetas, que pedem o impeachment da presidente Dilma
Rousseff. Admitido o requerimento, a presidente será afastada do poder por 180
dias, será formada uma comissão que aprovará ou não o pedido e, caso aprove,
terá sua decisão submetida ao plenário. Se aprovada, ela vai para o Senado,
onde o impeachment será julgado, sob o comando do presidente do STF. Se 54 dos
81 senadores votarem contra Dilma, ela será afastada definitivamente do cargo e
terá seus direitos políticos cassados por oito anos. O vice-presidente assume o
cargo de presidente até o fim do mandato.
Esse é mais ou menos o roteiro para o Brasil se livrar da
praga do PT e de Dilma. Eu digo mais ou menos porque o Brasil é o país do
cipoal de leis, das decisões estapafúrdias, das viradas de mesa, da impunidade
geral e das tenebrosas transações. Ou
seja, tudo pode acontecer, inclusive o processo ter um andamento totalmente
legal e correto.
Mas, além desse “tudo pode acontecer”, há outro detalhe para
se ficar atento. Eu escrevi na abertura deste post que “hoje a decisão está
tomada”. Isso porque a Comissão de Ética da Câmara encerrou a sessão de hoje
apenas meia hora depois de iniciada, sem que a votação, que já tem 7 votos
contra Cunha e um a favor, tivesse prosseguimento. O argumento usado pelo presidente
foi que uma sessão deliberativa do Congresso Nacional havia sido iniciada e,
nesse caso, o regimento impede sessões de qualquer comissão.
Aí, nova sessão da comissão foi marcada para terça-feira que
vem, dia 8 de dezembro, e só então a votação poderá ser concluída. Isso
significa que o Planalto, que tenta convencer a ala petista que quer afastar
Cunha, para votar a favor dele e impedir que ele inicie o processo de
impeachment, ganhou uma semana para novas tentativas de negociações dentro do
partido.
Como o poder de “negociação” de quem tem a caneta na mão é
enorme e como estamos falando de três deputados petistas, tudo pode acontecer
mesmo. Por enquanto, para votar contra Cunha, essa ala petista está dizendo que
absolvê-lo seria determinar o fim do PT. A outra ala argumenta que cassá-lo
seria o fim do governo petista. Como se vê, embora eu seja fortemente adepto da
decisão de cassar Cunha e Dilma, a outra decisão, que mantém Dilma, mas extermina
o PT não deixa de ser interessante. Mas
acho que o Brasil não pode arriscar mais. Assim, será melhor que o país se
livre do corrupto presidente da Câmara e do corrupto e incompetente governo
petista.
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