quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Cordas bambas


Hoje a decisão está tomada: o PT votará a favor do prosseguimento da ação contra Eduardo Cunha (PMDB) o que pode levar à cassação do mandato do presidente da Câmara. Os três votos do PT na Comissão de Ética devem fazer pender o placar contra Cunha, que tem garantidos apenas 9 votos dos 20 possíveis (são 21 membros, mas o presidente só vota em caso de empate).

Ato contínuo à derrota, Cunha deverá admitir um dos requerimentos que tem em suas gavetas, que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Admitido o requerimento, a presidente será afastada do poder por 180 dias, será formada uma comissão que aprovará ou não o pedido e, caso aprove, terá sua decisão submetida ao plenário. Se aprovada, ela vai para o Senado, onde o impeachment será julgado, sob o comando do presidente do STF. Se 54 dos 81 senadores votarem contra Dilma, ela será afastada definitivamente do cargo e terá seus direitos políticos cassados por oito anos. O vice-presidente assume o cargo de presidente até o fim do mandato.

Esse é mais ou menos o roteiro para o Brasil se livrar da praga do PT e de Dilma. Eu digo mais ou menos porque o Brasil é o país do cipoal de leis, das decisões estapafúrdias, das viradas de mesa, da impunidade geral e das tenebrosas transações.  Ou seja, tudo pode acontecer, inclusive o processo ter um andamento totalmente legal e correto.

Mas, além desse “tudo pode acontecer”, há outro detalhe para se ficar atento. Eu escrevi na abertura deste post que “hoje a decisão está tomada”. Isso porque a Comissão de Ética da Câmara encerrou a sessão de hoje apenas meia hora depois de iniciada, sem que a votação, que já tem 7 votos contra Cunha e um a favor, tivesse prosseguimento. O argumento usado pelo presidente foi que uma sessão deliberativa do Congresso Nacional havia sido iniciada e, nesse caso, o regimento impede sessões de qualquer comissão.

Aí, nova sessão da comissão foi marcada para terça-feira que vem, dia 8 de dezembro, e só então a votação poderá ser concluída. Isso significa que o Planalto, que tenta convencer a ala petista que quer afastar Cunha, para votar a favor dele e impedir que ele inicie o processo de impeachment, ganhou uma semana para novas tentativas de negociações dentro do partido.

Como o poder de “negociação” de quem tem a caneta na mão é enorme e como estamos falando de três deputados petistas, tudo pode acontecer mesmo. Por enquanto, para votar contra Cunha, essa ala petista está dizendo que absolvê-lo seria determinar o fim do PT. A outra ala argumenta que cassá-lo seria o fim do governo petista. Como se vê, embora eu seja fortemente adepto da decisão de cassar Cunha e Dilma, a outra decisão, que mantém Dilma, mas extermina o PT não deixa de ser interessante. Mas acho que o Brasil não pode arriscar mais. Assim, será melhor que o país se livre do corrupto presidente da Câmara e do corrupto e incompetente governo petista. 

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