sábado, 26 de setembro de 2015

Sim ao impeachment!

O articulista Demétrio Magnoli, na Folha, hoje, desanca com os tucanos que pedem a saída de Dilma, apelidando-os de “cavaleiros do impeachment”.  E justifica sua crítica afirmando que o mal maior do país é o lulopetismo, e não a presidente.  Diz ele: “A obsessão dos cavaleiros do impeachment envia a mensagem errada à sociedade brasileira. No fundo, eles estão dizendo que o problema chama-se Dilma, quando a presidente é apenas a manifestação terminal de um sonho retrógrado chamado lulopetismo. Dilma passará, cedo ou tarde, recolhendo-se ao lugar apropriado: uma nota de pé de página no livro da história, destinada a ilustrar a simbiose teratológica do anacronismo ideológico com a incompetência e a arrogância. O lulopetismo, porém, tem raízes profundas, fincadas no solo do patrimonialismo, do corporativismo e de um neonacionalismo de araque, salpicado do autoritarismo típico da esquerda latino-americana. Os cavaleiros do impeachment desviam-se do alvo certo, enquanto exibem às ruas suas espadas reluzentes.”

Procurei, em todo o artigo, a solução para estancar a crise, enfrentá-la e adotar as medidas que fizessem o Brasil retomar o rumo do desenvolvimento com um sacrifício menor do seu povo. Não encontrei. Magnoli apenas considera totalmente errada a posição do PSDB contra Dilma, sem dizer o que fazer nos próximos três anos desse desgoverno que aí está.

Quando Lula assumiu a presidência, em 2003, suas primeiras medidas econômicas submetidas ao Congresso tiveram amplo apoio do PSDB – às vezes até maior do que do próprio PT – pois significam a continuidade daquilo que fora iniciado por FHC e a manutenção do rumo da economia de mercado. Não à toa um tucano comandava o Banco Central e um petista com ideias liberais comandava a Fazenda.

O apoio tucano não se reverteu em, pelo menos, um reconhecimento de Lula e dos petistas de modo geral. Eles continuaram mentindo sobre a era FHC, continuaram falando em “herança maldita” e creditando ao governo Lula o fim da inflação que havia se elevado justamente pelo temor da eleição do petista e voltou ao normal quando o novo governo manteve os alicerces do Plano Real intactos.

Ao longo dos anos, o governo Lula foi mostrando a que veio. Tentou várias vezes mudar a economia e, não conseguindo, passou a fazer acordos terceiro-mundistas que não mais interessam ao Brasil e sim ao partido. Esnobou as grandes economias e, quando as exportações cresceram por conta do desenvolvimento chinês e do bom momento da economia mundial, Lula cunhou um governo populista, gigantesco nos gastos, demagógico nas medidas e corrupto, extremamente corrupto a ponto de espalhar atos as corrupção por todo o país.

O lulopetismo, como afirma Magnoli, é realmente o mal maior que o Brasil hoje enfrenta.  Mas, se Lula é o pai dessa macabra fase da vida brasileira, de nada adiantaria o PSDB votar a favor de medidas severas na economia – como faria um liberal para recuperar o país – se o PT continuar no poder.

Como se sabe, o projeto do PT ao chegar à presidência era um só: manter-se no poder. A rede de corrupção que ele instalou no país é prova disso, como já disseram vários juízes que investigam os malfeitos petistas por aí. Ora, ao PT, num momento como esse, não interessa se as medidas necessárias são socialistas ou capitalistas, se são autoritárias ou liberais. Interessa que a crise não tire o PT do poder. Se, para tanto, contarem com a ajuda do PDSB, como contou no início do governo Lula, tanto melhor. E se tal comportamento revela alguma falta de caráter, isso não é problema: nesses anos todos de esculhambação da democracia, o PT mostrou que bom caráter é artigo raro no partido e no governo.

Portanto, se o Brasil precisa se livrar do lulopetismo – e eu concordo plenamente com isso – o primeiro passo a ser dado é a retirada da atual mandatária, pois ela, por mais biruta que seja ou esteja, foi eleita pelo PT e é esse o partido que está no poder. Se Dilma não sofrer um processo de impeachment ou for apeada do poder de outro modo qualquer – dentro das leis, obviamente – o PT continuará mandando no país, mesmo que medidas liberais sejam tomadas. E assim que a poeira assentar, o populismo, a demagogia, a farra com o dinheiro o público voltará à mesma condição que fez com que o Brasil esteja hoje nessa situação de caos econômico e penúria financeira.

O PSDB não pode, de jeito nenhum, colaborar para que essa situação se perpetue. O PT é o mal maior e sua saída do poder passa, obviamente, pela derrubada de Dilma, a não ser que o caro articulista, que critica os tucanos por quererem o impeachment, esteja sonhando com uma presidente arrependida, que consiga entender o mal que fez ao Brasil e queira realmente consertar tudo.  Não acho que Dilma, com a sua glossolalia  e arrogância, seja capaz de mudar. Por isso, tem de deixar o poder.

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