sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O impeachment como realidade


Justamente no dia 7 de setembro escrevi aqui que Dilma havia subido no telhado. Fiquei alguns dias sem escrever e as notícias de hoje mostram que já há uma movimentação entre ministros que aponta para um fim oficial do governo, ou seja, o início de um processo de impeachment que já estaria acertado entre o PMDB e partidos da oposição.

O pedido de impeachment deve ser o assinado por Hélio Bicudo, fortalecido por pareceres de pelo menos mais dois juristas famosos. A rotina processual manda que o presidente da Câmara leia o pedido em plenário e decida se deve dar prosseguimento ou mandar arquivar. No caso desse pedido ele vai pedir para arquivar, mas logo em seguida, também baseado no regimento interno da Câmara, um deputado vai contestar o arquivamento e pedir para que a decisão do presidente seja submetida ao plenário. Aí, com maioria simples, a oposição mais o PMDB aprovam o pedido e, em seguida, obedecendo à vontade soberana do plenário, o presidente instala o processo, anunciando a formação de uma comissão processante etc. e tal.

O resto, do mesmo modo como o começou, já está combinado. A comissão faz o seu trabalho, produz um relatório concordando com os termos do pedido e o presidente coloca o relatório que cassa a presidente em votação. Aí serão precisos dois terços dos votos – 342 – para que o relatório seja aprovado e a presidente cassada.

Claro que durante o processo, a comissão pode ouvir testemunhas e a presidente terá direito total à defesa, com prazos estipulados por normas e regulamentos.

Cassada a presidente, o próprio presidente da Câmara dará posse ao vice-presidente. E assim o Brasil se livrará dessa praga que há mais de 12 anos vem desgraçando o Brasil.

Com esse clima em Brasília, com muita gente já dando como certo o início do processo, a presidente Dilma tenta fazer o que não sabe: governar o país sem priorizar os interesses do PT e da manutenção do poder. Já tentou várias fórmulas e, desde o anúncio do primeiro superávit primário, o que se viu foi uma sucessão de erros que só provam que a intenção dela e do PT nunca foi o desenvolvimento do país e sim a perpetuação no poder e o enriquecimento ilícito da cúpula partidária e de aliados dispostos a participar da roubalheira geral e, em troca, apoiar sempre o governo.

A partir de agora, tudo que for feito terá aquele sabor de fim de feira. Exemplo disso foi a entrevista de Joaquim Levy ontem, quando foi anunciado que ele ira elencar medidas que atenuassem a porrada que foi o rebaixamento do grau de investimento sofrido pelo Brasil pela agência Standard & Poors. Ele nada disse de novidade e o que mais se percebeu foi um ministro tentando ser mais incisivo para parecer mais seguro. Em vão. O pouco que anunciou não virou manchete e sim trechos de sua fala classificando (erroneamente, diga-se) a decisão a agência de “política” e a possibilidade de aumentar os impostos – o que apavora o mercado e a população.

A Folha preferiu destacar em sua principal manchete uma grande fofoca que deve ter lá seu fundo de verdade: o governo estaria buscando um substituto para o chefe da Casa Civil, Aluísio Mercadante fora do PT. Mesmo depois do desmentido oficial, o jornal manteve sua informação, afirmando que ela foi baseada em três fontes do governo antes da publicação e em uma hoje de manhã. Já corre por aí que quem mandou espalhar a informação foi o ministro das Comunicações, Edinho Silva que, alias, assina a nota do desmentido.

Ou seja, num dia em que o governo deveria estar fazendo de tudo para que as outras duas importantes agências não rebaixem também a nota do Brasil, vemos o noticiário político ser preenchido pela mesmice oficial de um ministro que já foi esculhambado e que só continua no cargo porque seu patrão (do presidente do Bradesco) pediu e por uma fofoca palaciana que só bota mais lenha na fogueira petista.

É o retrato do que temos hoje: um governo que não governa, prestes a ser apeado do poder. Só nos resta torcer para que os estragos todos feitos pelo PT, por Lula e Dilma que redundaram no caos econômico que se desenha, sejam leves para um povo que não aguenta mais ser enganado por políticos corruptos que não cumprem o que prometem e, no poder, são realizadores das mais tenebrosas transações que o mundo já viu.

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