Justamente no dia 7 de setembro escrevi aqui que Dilma havia
subido no telhado. Fiquei alguns dias sem escrever e as notícias de hoje
mostram que já há uma movimentação entre ministros que aponta para um fim
oficial do governo, ou seja, o início de um processo de impeachment que já estaria
acertado entre o PMDB e partidos da oposição.
O pedido de impeachment deve ser o assinado por Hélio Bicudo,
fortalecido por pareceres de pelo menos mais dois juristas famosos. A rotina
processual manda que o presidente da Câmara leia o pedido em plenário e decida
se deve dar prosseguimento ou mandar arquivar. No caso desse pedido ele vai
pedir para arquivar, mas logo em seguida, também baseado no regimento interno
da Câmara, um deputado vai contestar o arquivamento e pedir para que a decisão
do presidente seja submetida ao plenário. Aí, com maioria simples, a oposição
mais o PMDB aprovam o pedido e, em seguida, obedecendo à vontade soberana do
plenário, o presidente instala o processo, anunciando a formação de uma
comissão processante etc. e tal.
O resto, do mesmo modo como o começou, já está combinado. A
comissão faz o seu trabalho, produz um relatório concordando com os termos do
pedido e o presidente coloca o relatório que cassa a presidente em votação. Aí
serão precisos dois terços dos votos – 342 – para que o relatório seja aprovado
e a presidente cassada.
Claro que durante o processo, a comissão pode ouvir
testemunhas e a presidente terá direito total à defesa, com prazos estipulados
por normas e regulamentos.
Cassada a presidente, o próprio presidente da Câmara dará
posse ao vice-presidente. E assim o Brasil se livrará dessa praga que há mais
de 12 anos vem desgraçando o Brasil.
Com esse clima em Brasília, com muita gente já dando como
certo o início do processo, a presidente Dilma tenta fazer o que não sabe:
governar o país sem priorizar os interesses do PT e da manutenção do poder. Já
tentou várias fórmulas e, desde o anúncio do primeiro superávit primário, o que
se viu foi uma sucessão de erros que só provam que a intenção dela e do PT
nunca foi o desenvolvimento do país e sim a perpetuação no poder e o
enriquecimento ilícito da cúpula partidária e de aliados dispostos a participar
da roubalheira geral e, em troca, apoiar sempre o governo.
A partir de agora, tudo que for feito terá aquele sabor de fim
de feira. Exemplo disso foi a entrevista de Joaquim Levy ontem, quando foi
anunciado que ele ira elencar medidas que atenuassem a porrada que foi o
rebaixamento do grau de investimento sofrido pelo Brasil pela agência Standard
& Poors. Ele nada disse de novidade e o que mais se percebeu foi um
ministro tentando ser mais incisivo para parecer mais seguro. Em vão. O pouco
que anunciou não virou manchete e sim trechos de sua fala classificando (erroneamente,
diga-se) a decisão a agência de “política” e a possibilidade de aumentar os
impostos – o que apavora o mercado e a população.
A Folha preferiu destacar em sua principal manchete uma
grande fofoca que deve ter lá seu fundo de verdade: o governo estaria buscando
um substituto para o chefe da Casa Civil, Aluísio Mercadante fora do PT. Mesmo
depois do desmentido oficial, o jornal manteve sua informação, afirmando que
ela foi baseada em três fontes do governo antes da publicação e em uma hoje de
manhã. Já corre por aí que quem mandou espalhar a informação foi o ministro das
Comunicações, Edinho Silva que, alias, assina a nota do desmentido.
Ou seja, num dia em que o governo deveria estar fazendo de
tudo para que as outras duas importantes agências não rebaixem também a nota do
Brasil, vemos o noticiário político ser preenchido pela mesmice oficial de um
ministro que já foi esculhambado e que só continua no cargo porque seu patrão
(do presidente do Bradesco) pediu e por uma fofoca palaciana que só bota mais
lenha na fogueira petista.
É o retrato do que temos hoje: um governo que não governa,
prestes a ser apeado do poder. Só nos resta torcer para que os estragos todos feitos
pelo PT, por Lula e Dilma que redundaram no caos econômico que se desenha,
sejam leves para um povo que não aguenta mais ser enganado por políticos
corruptos que não cumprem o que prometem e, no poder, são realizadores das mais
tenebrosas transações que o mundo já viu.
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