domingo, 20 de setembro de 2015

Bravatas à moda do chefe

Desde quando Lula disse que poderia chamar o “exército do Stédile” para fazer frente às manifestações contra o governo petista que cresciam em todo o país, outras ameaças desse tipo começaram a pipocar no cenário político brasileiro, sempre destacando a possibilidade de resistência ao que a retardada e esperta esquerda brasileira insiste em chamar de “golpe”.

É certo que, no meio das manifestações, uma minoria andou falando em intervenção militar e apesar de ser uma intervenção prevista na Constituição, essa minoria não logrou qualquer êxito. Houve – e há – alguns que proclamam sim um golpe militar, mas são mais minoria ainda do que a turma da intervenção.

O que se tem, hoje, é uma enorme maioria pedindo impeachment, ferramenta que a Constituição nos dá quando não se suporta mais o governo vigente, quer por corrupção (e há de sobra), quer por incompetência administrativa (nem se fale!), quer por incapacidade de fazer a economia dar sinais de recuperação.

A grande maioria quer o fim abreviado do governo Dilma e o fim dos governos petistas que hoje mostram a que vieram: transformaram o Brasil num quintal de suas turmas, enriqueceram inúmeros políticos e dirigentes sindicais e destruíram a maior empresa do Brasil, fazendo-a perder mais de 200 bilhões de dólares de valor de mercado.

E a corrupção que causou esse desastre tem por autores apenas e tão somente operadores ligados ao governo. Só na Petrobras, as delações premiadas apontam, sem qualquer sombra de dúvida, que o PT instituiu um sistema de desvios de dinheiro público para, além de se tornar um partido bilionário, comprar apoio do Congresso ao seu governo. Sem esse apoio, hoje se vê, o governo não consegue dar um passo sequer.  Conclusão: Lula e Dilma foram os maiores beneficiados do esquema e isso basta para que sejam execrados da vida pública.

Pois em meio a esse descalabro todo surgem as turmas que se sentem fortes o suficiente para ameaçar a população brasileira com uma “resistência” que pode ser até armada. Logo após Lula falar em “exército do Stédile”, o presidente da CUT falou, em pleno Palácio do Planalto – e na frente da mulher sapiens – que eles iriam se entrincheiras nas ruas para defender o mandato presidencial.

Depois disso, mais um deputado berrou suas ameaças físicas contra a oposição e contra a maioria do povo brasileiro. João Daniel, do PT de Sergipe, disse na tribuna da Câmara dos Deputados, que “esse impeachment terá cor de sangue”.

Outras ameaças com mais ou menos repercussão têm sido feitas por aí o que, acho eu, só demonstra que o fim do governo petista é realmente um fato que vem sendo considerado dentro do partido. O mote foi dado por Lula e, como muitas outas “ordens” do chefe, andaram sendo repetidas pelo Brasil afora.

É para termos medo de que um impeachment levaria a conflitos armados, a uma guerra civil? De jeito nenhum. O que se viu até agora são apenas ameaças que não têm qualquer base.  As forças armadas do Brasil – Exército, Marinha e Aeronáutica – podem estar sofrendo as consequências da falta de verbas, mas estão longe de ficarem incapazes de enfrentar qualquer tipo de rebelião armada interna. Durante a ditadura militar, os grupos que pegaram em armas e partiram para o terrorismo, foram destroçados por militares menos equipados dos que os de hoje.  

E, embora as redes sociais estejam cheias de denúncias sobre exércitos paralelos sendo formados por cubanos, por grupos de sem terra, por entidades paramilitares disfarçadas de ONGs e financiadas pelo governo petista, o fato é que não é possível criar um grupo do tamanho necessário para uma resistência violenta sem chamar a atenção. Ainda mais num governo que ostenta menos de 10% de aprovação.

O que estamos assistindo com essas ameaças são, na verdade, bravatas de quem vê o fim chegando. O Brasil não suporta mais o governo petista e a oposição vai lutar com armas constitucionais para tirar do poder a causa das nossas desgraças todas.

Quem quer golpe, mais do que os grupelhos com saudade da ditadura que se infiltram nas manifestações, deve ser a própria esquerda brasileira. Acho que eles sonham com isso para poder dizer por aí que foram vítimas. Mas acho que não terão esse sonho satisfeito. A democracia tem armas suficientes para impedir que essa quadrilha continue infelicitando o povo brasileiro.

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