Primeiro foi o superávit nas contas públicas, anunciado como
a meta capaz de fazer o Brasil entrar nos rumos novamente, ganhar a confiança internacional,
fazer os investimentos voltarem. Era pra ser de 1,1% do PIB, mas logo depois,
percebendo que a meta, apesar de pequena, não iria ser alcançada, foi diminuída
para 0,15%, ou seja, cerca de sete vezes menos. E já se fala que não vai haver superávit
algum, com certo risco de que o déficit do ano passado se repita em 2015.
Depois foi a tal Agenda Brasil, anunciada com grande alarde
pelo governo Dilma e que unia o senador Renan Calheiros (PMDB) aos programas e
projetos do governo petista. Em menos de dez dias ela desapareceu no ar, se
desmanchou e ninguém fala mais dela. Aliás, bastou uma entrevista de Eduardo
Cunha (PMDB), presidente da Câmara e a quem esqueceram de avisar e de convidar
para a nova trama, para que a tal Agenda Brasil perdesse toda credibilidade e caísse
no fosso escuro destinado a factoides governamentais.
A saída de Michel Temer (PMDB) da articulação política foi
uma tragédia para o PT e para o governo, mas o discurso oficial foi de que a
saída dele foi para melhorar seu papel de avalista do governo, cuidando da
macropolítica. Ora, quem cuida da macropolítica é o presidente da República,
deixando as miudezas para os auxiliares. Poucos perceberam que Temer declarou
em alto e bom som que saía do governo para tratar das ações que o levarão a ser
o próximo presidente.
Para tentar ofuscar as manchetes provocadas pelo abandono do
principal nome do PMDB, o governo petista tentou duas ações que, como as últimas
do governo, foram verdadeiros tiros no pé.
A primeira foi anunciar, de repente, a diminuição do enorme ministério.
Serão cortados 10 ministérios, anunciou o ministro do Planejamento, Paulo
Bernardes. Mas não disse quais nem quanto o corte vai significar de economia. E
sabem por que ele não disse? Porque ele não tem a mínima ideia de qual ministério
vai ser cortado e, obviamente, nem de quanto vai gerar de economia. Isso porque
nada foi planejado, foi um anúncio repentino para tentar ganhar o noticiário. A
reação dos pequenos partidos que têm ministérios inócuos já começou e, provavelmente,
o corte nem será aplicado ou será bem menor do que o anunciado.
A segunda ação para tentar uma agenda positiva foi arriscada
demais. Botaram a Dilma para dar uma entrevista coletiva. E sua fala realmente
ganhou as manchetes: “Dilma admite que o governo demorou para perceber a crise”.
Pois é, foi a confissão da incompetência. Do mesmo modo que Dilma jamais
percebeu a corrupção na Petrobras e na Eletrobrás, os desvios todos nos fundos
de pensões ocorrendo debaixo do seu nariz, só pra ficar nos crimes mais famosos
cometidos pelos petistas, ela, como presidente, não percebeu também que o país
se afundava numa crise brava, consequência direta das medidas todas que seu
governo adotou na área econômica. Ela não percebeu, apesar dos milhares de
artigos publicados alertando que aquele caminho não era bom, que podia render
votos agora, mas a cobrança da gastança ia ser forte ocorreria em breve.
Resumindo: o governo petista de Dilma Rousseff está
totalmente perdido, não sabe o que fazer na economia e muito menos na política.
E as investigações da gigantesca corrupção patrocinada pelo PT chegam cada vez
mais perto das figuras coroadas do poder.
Por muito menos presidentes já renunciaram ou sofreram
processos de impeachment, primeiros-ministros já convocaram novas eleições,
ditadores caíram. Aqui, continuamos a suportar o governo da “mulher sapiens”
que, na coletiva de ontem saiu-se com essa: “Eu
espero uma situação melhor. Mas não tenho como garantir que a situação em 2016
vai ser maravilhosa, não vai ser, muito provavelmente não será. Agora também
não será a dificuldade imensa que muitos pintam. Vamos continuar tendo
dificuldades, até porque não sabemos a repercussão de tudo o que está
acontecendo na economia internacional”. E que o blog O Antagonista traduziu
corretamente assim: “2016 será melhor do
que 2015, mas talvez não seja, aliás, não será, será ainda pior, talvez sim,
talvez não, e o fato é que sou a pessoa menos recomendada para fazer previsões,
porque não entendo nada de economia".
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