quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Refém da bandidagem

Dois fatos ocorridos em Campinas, ontem e hoje, mostram bem como a cidade – e o país, pois se tratam de fatos tristes e ruins, mas praticamente corriqueiros –  já não têm mais controle algum dos acontecimentos, que vivemos sob  uma frágil concepção de sociedade, cujos pilares parecem feitos de areia e podem desmoronar a qualquer vento mais forte.

O primeiro foi, segundo diz a polícia, oriundo de um boato que se espalhou pelas redes sociais. Falava em “toque de recolher” eu teria sido ordenado por uma facção criminosa, o PCC ou algum congênere, ou por traficantes, ligados ou não à facção, enfim, bandidos que mandam em vastas regiões da periferia da cidade e contra os quais a polícia é impotente.

O boato se alastrou e os comerciantes, acostumados a serem as primeiras vítimas da violência, não tiveram dúvidas: fecharam as portas, não todos, mas talvez aqueles que mais têm sofrido nas mãos dos bandidos, inclusive de bandidos fardados. Pior: o boato surgiu ontem, não houve violência alguma, mas hoje ele se espalhou, segundo noticia o Correio Popular, para Valinhos, Americana, Sumaré, Vinhedo, Louveira, Limeira e Santa Bárbara. É a RMC com medo. É o Brasil refém da bandidagem.

A violência tem várias causas, mas a maior delas não é a pobreza, caso contrário ela não teria crescido mais no Brasil, nos últimos anos, nos estados do Nordeste, onde muita gente saiu da miséria por conta de algum desenvolvimento do país e, principalmente, por conta dos programas sociais, como o Bolsa Família.

O tráfico de drogas e a impunidade é que andam de mãos dadas no Brasil como causas maiores da violência. Estamos cansados de ver traficantes presos com dezenas e até centenas de quilos de drogas sendo soltos por um juiz corrupto ou mesmo por conta de uma legislação feita à medida para proteger gente graúda, mas que acaba protegendo também a bandidos.

O tráfico entra no Brasil à vontade, com drogas muitas vezes produzidas por gente ligada a governos amigos dessa súcia que hoje comanda o país e é responsável por cuidar das nossas fronteiras. Não cuida. Na sua primeira campanha eleitora, Dilma Rousseff prometeu comprar uns 70 drones que iriam vigiar as fronteiras, denunciando o tráfico. Comprou apenas dois que só levantaram voo dois anos depois, por falta de combustível. Depois, um quebrou e não se sabe dos serviços prestados pelo outro.

Num cenário de impunidade, incompetência e até de incentivo ao crime, boatos como os de ontem encontram campo fértil para progredirem e serem levados a sério. É o Brasil.

Outro fato, esse ocorrido hoje de manhã, foi em consequência do cumprimento da lei, vejam, só. A Polícia Civil realizou batida, de madrugada, num dos camelódromos de Campinas atrás de produtos piratas. Abriu oito lojas e encontrou roupas que pareciam originais, tinham até selo (a TV mostra uma camisa da Dudalina, grife brasileira, que custa mais de 300 reais na loja da marca), brinquedos piratas e cigarros contrabandeados e outros provavelmente roubados.

Pois por causa dessa batida, que reprimiu crimes notórios, cerca de 200 camelôs fizeram uma passeata de protesto e obrigaram os comerciantes legais da 13 de Maio a fecharem suas portas. Foi outro toque de recolher, ao qual a polícia assistiu passivamente.

Por essas e outras, o Brasil está ficando cada vez mais difícil de suportar. Não bastasse a lamentável a crise política, não bastasse o PT e seus asseclas terem causado esse mar de lama com sua gigantesca corrupção, a crise econômica roendo os bolsos dos brasileiros, uma presidente que não consegue discursar sem dizer absurdos e mentiras, temos ainda de suportar um domínio de bandidos que se aproveitam das fracas autoridade para fazer desse país uma terra de ninguém, propícia ao terror dos desonestos e violentos.

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