quarta-feira, 15 de julho de 2015

Sanasa prepara mais um assalto ao nosso bolso

O presidente da Sanasa, Arly de Lara Romêo, está querendo aumentar de novo e em menos de um ano, as tarifas de água de Campinas. Já pagamos uma das maiores do Brasil, mas parece que não é suficiente para saciar a fome financeira da empresa.

Como já houve um aumento este ano, em janeiro  - e de 11,8%, um percentual bem acima da inflação - um novo aumento ainda neste ano seria uma bela contribuição do poder púbico municipal para ferrar mais ainda o cidadão campineiro, que, como o brasileiro em geral, já sofre com os desmandos todos do PT na área federal. A inflação está mais alta e subindo, o desemprego está aumentando, os preços sobem sem parar, o preço da energia elétrica está, pelo menos em Campinas, 62% mais alto do que era em outubro passado e agora o governo municipal quer que paguemos ainda mais pela tarifa de água.

A Sanasa já solicitou um estudo de reajuste da tarifa de água para a ARES-PCJ – Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Duvido que ela não aprove mais esse ataque ao bolso do cidadão campineiro.Se aprovar, a facada já entra em vigor em agosto.

O curioso é que ao mesmo tempo em que acena com mais um aumento da tarifa num mesmo ano, a Sanasa lança uma campanha publicitária para o consumidor gastar mais água. É isso mesmo, você e não leu errado: a Sanasa quer que o consumidor consuma mais para que ela fature mais.

É esse o espírito da campanha lançada hoje, disfarçada de ação de transparência, de “consumo com consciência”. Segundo a empresa, a intenção é informar o público sobre a situação do Rio Atibaia. A informação será dada através do Boletim Sanasa Campinas, que vai utilizar cores verde, amarela e vermelha, para indicar a situação. Se o boletim estiver verde, o Atibaia estará a plena vazão e ninguém, precisa economizar. Se estiver amarelo, é bom fazer uma reserva. E vermelha é sinal de que a coisa está feia, que pode até haver racionamento.

Pois bem, o grande erro dessa campanha está em sinalizar que a situação está boa, através da cor verde e que, com isso, pode-se manter o consumo normal de água. Ora, a economia de águia não deve ser feita apenas e tão somente pelo fato de ela estar faltando por ausência de chuvas. E sim porque se trata de um bem precioso e que está sofrendo ações negativas da civilização e pode se tornar rara se o consumo aumentar muito e houver necessidade de aumentar a captação, por exemplo.

E não é só. O Brasil está entrando numa crise brava, com mais desemprego e inflação alta. Economizar água também faz parte da economia doméstica, que deve ser feita para diminuir os gastos mensais, para que eles caibam num orçamento cada vez mais apertado pela alta dos preços em geral.

Enfim, uma campanha dessas é totalmente imprópria e, creio, não só nesse momento. Uma empresa de saneamento básico cresce acompanhando o desenvolvimento da cidade que abastece. Se há crise e crescimento negativo, é obvio que a empresa - principalmente a pública - tem de se adaptar à situação. O que não pode é querer aumentar o preço das tarifas num ambiente preocupante para as finanças de todo mundo. E nem querer que o povo gaste mais água para equilibrar o caixa da empresa. O consumidor campineiro não tem culpa se a administração da Sanasa não percebeu a crise chegando e não tomou as atitudes necessárias para enfrentá-la sem ter de assaltar, de novo e no mesmo ano, o bolso do campineiro. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário