quarta-feira, 24 de junho de 2015

Um precioso arquivo nas mãos de Sérgio Moro

Queima-roupa A PF apreendeu na casa de Marcelo [Odebrecht] um revólver calibre 38, com um registro de posse em seu nome. A arma estava no closet do quarto do casal, onde havia ainda quatro celulares e mais de 30 pendrives.

Das Arábias Na sala do executivo em um dos escritórios da Odebrecht, foram encontradas três apostilas com o título "Empresas estrangeiras citadas na Operação Lava Jato", com referência à embaixada brasileira em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

Tabuleiro de... Os investigadores apreenderam na sede da Odebrecht Latin Finance 42 contratos de financiamento entre o BNDES e países estrangeiros, com participação da construtora.

... War Entre eles, havia 21 de Angola, 8 da República Dominicana e 4 de Cuba, além de documentos sobre as obras do porto de Mariel.

As quatro notas acima foram publicadas hoje no Pinel da Folha. Chamam a atenção a enorme possibilidade de a PF, o MP e o juiz Sérgio Moro estarem com extenso material de investigação que pode desvendar segredos que comprometerão muita gente tão graúda quanto o presidente da Odebrecht. Ou mais.

O revólver apreendido é normal e se estiver registrado não há problema algum. Mas quatro celulares deixam suspeita no ar. E o que dizer de mais de 30 pendrives? Ora, todo mundo sabe que esses equipamentos minúsculos são capazes de armazenar enciclopédias. 30 deles, que sejam de 4 gigabytes cada, já dariam 120 gigabytes, suficientes para contar a história do mundo. O que será que contêm?

As três apostilas que listavam empresas citadas na Lava Jato poderiam ser normais também – o executivo pode ter mandado alguém listar todas elas para que ele se inteirasse melhor dos casos. Mas e essa referência à embaixada brasileira em Abu Dhab nos Emirados Árabes ligada às apostilas? O jornal não esclarece a relação, mas é intrigante.    

Mas agora é que vem a parte mais saborosa. Foram apreendidos 42 contratos de financiamento entre o BNDES e países estrangeiros, nos quais a construtora participa. Vejam bem: 42 contratos e não esses três ou quatro que são sempre citados. E  são os mesmos que o BNDES não quer mostrar pra ninguém, pois revela a nota seguinte que entre eles estão 21 de Angola, 8 da República Dominicana e 4 de Cuba, além de documentos sobre as obras do porto de Mariel.

Ou seja, a Justiça está de posse do chamado “filé” da investigação. Está tudo lá e talvez seja esse fato – e não possíveis delações premiadas ou denúncias do pai do empresário – que esteja deixando a cúpula petista tão nervosa nos últimos dias. Nervosismo esse que já fez Lula não só falar que será o próximo alvo da Lava Jato, como fez com que ele também descesse a lenha na criatura que inventou e conseguiu colocar na presidência da República.

Os próximos meses – ou semanas – podem ser de revelações altamente comprometedoras para a quadrilha que se instalou no poder desde 2003. 

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