sexta-feira, 26 de junho de 2015

Sem preconceitos: o governo Dilma é ruim mesmo


A presidente Dilma Rousseff disse, em entrevista ao jornal Washington Post, que parte da péssima avaliação que a sociedade faz do seu governo é por preconceito de gênero. É curioso perceber as desculpas que um governo dá quando a situação já não apresenta qualquer outra justificativa para que a opinião pública abandone de vez quem elegeu. Por exemplo: Dilma teve mais de 50% dos votos válidos e hoje, apenas 10% aprovam seu governo. É se se pensar que dos que votaram nela, quase a totalidade passou a considerá-la  ruim ou péssima só porque ela é mulher.

Ora, esse tipo de preconceito não nasce da noite para o dia. Ele, normalmente, é oriundo de vivência em ambientes machistas, de problemas de afirmação sexual ou outros. Não dá pra pensar que algumas dezenas de milhões de eleitores se tornaram machistas depois de outubro do ano passado a esta parte.

Não. A péssima avaliação do governo petista se deve a dois grandes fatores que causaram outros e ainda estão causando. A economia que vai mal e as mentiras que a candidata disse ao longo da campanha, inclusive acusando seus adversários de que tomariam medidas impopulares se fossem eleitos, medidas que ela própria tomou antes até de ser empossada para o segundo mandato.

A economia patinando é consequência direta dos 12 anos do PT no poder. Apesar de manter algumas medidas que balizam a economia e que foram herdadas da era FHC, Lula e Dilma usaram e abusaram de medidas que não eram aconselháveis para um país que, embora estivesse crescendo e atraindo investidores de todo o mundo, ainda apresentava grandes falhas em sua estrutura e precisava de muitas centenas de bilhões de dólares para se assentar e poder dizer que havia chegado ao tal do crescimento sustentável.

Sem estradas suficientes, sem aeroportos dignos, sem portos totalmente adequados, sem atenção a algumas das necessidades mínimas da população (saúde, educação, transporte e segurança), o Brasil jamais poderia tentar alçar voos para além de suas praias, perdoando dívidas de ditaduras em troca de futuros e duvidoso apoios em foros internacionais, se rebaixando ante chefetes de estado sem qualquer substância como de Raul Castro, Maduro, Evo Morales ou Cristina Kirchner e que só prejuízos causaram, maquiando balanços para não prejudicar eleições e, mal dos males, promovendo enorme corrupção que desacreditou totalmente o país perante a maior parte do eleitorado, bem como perante os investidores internacionais.

Com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, quando a conta da farra chegasse, as consequências eram previsíveis: inflação, desemprego, descrédito e PIB negativo. E uma formidável rejeição escancarada pelas pesquisas de opinião pública.

Portanto, senhora presidente, preconceito contra sua condição de mulher talvez seja a última coisa que o brasileiro pense na hora de dizer que considera seu governo ruim ou péssimo. Ele diz isso porque seu governo é mesmo uma porcaria sem tamanho.

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