terça-feira, 9 de junho de 2015

PT: adaptando-se para não morrer já

Depois de uma saraivada de críticas ao “Plano Levy”, endossadas inclusive pelo próprio Lula, o PT resolve parar de tratar o ministro da economia do governo do PT como um agente imperialista infiltrado no partido para destruí-lo. Parece que Lula e seus asseclas descobriram que estavam dando um tiro no próprio pé, pois o tal do “Plano Levy” é a única saída que lhes resta para tentar melhorar a economia do país e tentar, com isso, ter de volta o eleitorado que fugiu.

Mas vai ser difícil. A rebeldia petista a Levy mostrou a fragilidade de um governo que se construiu em bases efêmeras, que sempre se pautou pelo discurso populista e que usou a mentira para angariar simpatias. Ao mal estado geral da economia – cuja melhora não acontecerá antes de uns dois anos – soma-se o mar de lama da corrupção, no qual o PT lançou âncoras a ponto de se tornar sinônimo de irregularidade, de propina, de malfeito e de outros vocábulos da mesma laia.

Ao suicídio rápido que traria a campanha contra Levy aliada ao desmascaramento da corrupção, o PT preferiu adiar um pouco seu suplício, na tentativa de recuperar um prestígio que deixou escapar pelo vão dos dedos. Ao anunciar apoio às políticas “neoliberais” de Levy, o PT mostra uma de suas várias caras: acuado o partido faz o que negava antes e negará no futuro o que faz agora se tudo servir para que o poder não o abandone.

A saga petista dos últimos doze anos transformou o partido num enclave fora da lei de tal modo que dificilmente ele se adaptará a uma vida fora do poder. E a missão de voltar a ser oposição se tornará ainda mais complicada porque não poderá criticar quase nada nos adversários, pois tudo que poderia ser feito de ruim a um país o PT fez. Restar-lhe-á criticar, se na oposição, o mesmo que hoje partidecos de esquerda criticam, o que, convenhamos, não é prática que angarie simpatia ou votos, tanto que essas agremiações com seus discursos esquerdistas jamais deixaram de ser partidecos. 

Assim, o PT vai assinando seu despejo do poder e, quem sabe, sua despedida da vida pública, pois se tornou tão dependente do poder que, fora dele, não conseguirá mais respirar. O grande beneficiado dessa morte, provavelmente antes dos 40 anos de vida, será o povo brasileiro.

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