domingo, 28 de junho de 2015

Fim de feira: Lula trai Dilma

Reportagem da Folha deste domingo afirma que o ministro do TCU, responsável pelo parecer sobre as contas do governo Dilma, foi incentivado por Lula para contestar as “pedaladas” fiscais dadas por Dilma. A intenção de Lula, diz o jornal, era dar “um susto” em Dilma. Mas, depois, como a rejeição de suas contas pelo TCU daria munição legal para o Congresso rejeitá-las também e com isso iniciar um processo de impeachment, Lula teria recuado. Mas, como o parecer já estava pronto, surgiu um inédito prazo de 30 dias para o governo Dilma tentar justificar as "pedaladas".

E o que se viu depois foi não uma justificativa e sim uma sonora “tirada da reta” por parte de Dilma. O então secretário do Tesouro, Arno  Augustin, assumiu publicamente (sabe-se lá a que custo) a autoria das “pedaladas” fiscais.

Ora, se a reportagem da Folha diz a verdade, estamos diante de fatos verdadeiramente assombrosos nesse simulacro de governo que vem dominando o país desde 2003.

Lula, todos sabem, jamais deixou o poder. Elegeu e reelegeu sua sucessora e continuou comandando o governo através da própria Dilma ou via fidelíssimos comparsas plantados em postos estratégicos. O atual governo foi e é a continuação do de Lula. Embora ele tenha mais, digamos, talento para liderar, não creio que o Brasil estivesse diferente caso fosse ele o presidente.

 A crise de 2007/2008 já havia sinalizado que a fonte estava secando e que, a continuar a farra lulo-petista, o país ia se dar mal em breve. E se deu mal nos primeiros anos do primeiro governo Dilma, embora o cenário cinematográfico de euforia, a propaganda enganosa e a ausência de medidas amargas, porém necessárias, acabaram mantendo a fantasia o tempo suficiente para ela se reeleger. Aliás, as pedaladas fiscais fizeram parte importante desse cenário: o governo estava enganando o país com suas contas maquiadas, pois eram os bancos públicos que arcavam com enormes somas que deveriam ser bancadas pelo Tesouro. E isso é crime pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

A crise então bateu feio, as medidas amargas foram tomadas e a população se revoltou, já que não vê o governo também cortando na carne para fazer economia. Aliás, está também cortando, mas de maneira errada e insuficiente. Acabar com uns 15 ministérios – verdadeiramente inúteis – deveria ser a primeira medida tomada para ganhar a simpatia da população. Sem disso, as pesquisas estão mostrando o humor do país: a aprovação do governo Dilma está à beira de um dígito apenas, enquanto a reprovação sobe a estratosféricos 70%.

E Lula? Safado, oportunista e malandro, ele quer agora se desligar do que está ocorrendo no governo, mesmo tendo sido o autor maior de tudo, o inspirador desse tipo de governo e o político que elevou a corrupção a níveis institucionais no Brasil.

A conclusão a que se chega sobre esse seu comportamento errático, é que o Lula traidor atingiu sua maior performance: ao pressentir que sua candidatura em 2018 corre sério risco, não vê problema moral algum em incentivar instituições brasileiras a “dar um susto”  na criatura que ele produziu, por práticas que ele jamais contestou e só não usou porque boa parte de seu período de governo foi beneficiado com enormes exportações.  Lula não vê problema em trair Dilma para preservar seus objetivos de poder.

Mas, se os fatos são assombrosos, infelizmente não revelam algo novo no péssimo caráter do ex-sindicalista. Não há dúvida – acho que nunca houve – que ele chegou ao poder com apenas duas ideias na cabeça: manter-se por lá até a morte e se tornar cada vez mais rico.

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