A batalha perdida contra a dengue, a vontade de o PMDB local
lançar candidato, a conversa que não deu em nada com representante do PDT, a
conversa que não deu em nada com o PSD e a real possibilidade de o novo partido
que está sendo formatado por Kassab, o PL, lançar o vereador Artur Orsi como candidato
a prefeito, estão causando preocupações várias lá pelas bandas do Palácio dos
Jequitibás, mais precisamente no quarto andar, onde se senta, na principal
cadeira, o prefeito Jonas Donizette (PSB).
O recorde em casos de dengue no município deve calar fundo
na candidatura de Jonas. Claro que não decretará, por si só, uma derrota, mas
vai fornecer munição farta a seus adversários numa área que é altamente
sensível, pois além dessa epidemia, enfrenta problemas diários de atendimento
demorado e de marcações de consulta com especialistas para vários meses à
frente.
O fato de o PMDB ter conseguido uma boquinha no secretariado
de Jonas significou, para o prefeito, que o partido firmara uma aliança. Já
para o PMDB significou apenas um cargo a mais, do qual ele pode sair para
apoiar um adversário de Jonas se o cenário eleitoral de 2016 estiver meio
nebuloso para o atual prefeito. OU mesmo lançar um candidato próprio para, num
eventual segundo turno (ou até mesmo ainda no primeiro) negociar um apoio. E
não necessariamente com Jonas. Quem conhece o PMDB nacional vai perceber que
ele reproduz, em muitas outras cidades brasileiras, o comportamento que tem em
Brasília. Daí...
Já o PDT é uma incógnita. Difícil, mas não impossível, que
apoie Jonas. Mas pode lançar Pedro Serafim candidato a prefeito. Desde que
governou por quase um ano a cidade, Serafim tomou gosto pela coisa. Foi
candidato a deputado federal, teve 42 mil votos e não se elegeu, mas anda
articulando alguma coisa pra as eleições do ano que vem. Por enquanto não está com Jonas.
E o PSD de Gilberto Kassab e Guilherme Campos é o partido
que pode agitar as eleições campineiras. A primeira conversa com Artur Orsi,
hoje um estranho no ninho tucano, já que não concordou em ser da base aliada de
Jonas e manteve sua postura de oposição que vem desde o primeiro governo do
cassado prefeito Hélio de Oliveira Santos, foi a grande surpresa até aqui. Na conversa,
convite para Orsi sair do PSDB, presidir o futuro PL em Campinas e ser
candidato a prefeito.
Orsi ficou entusiasmado, embora não tenha decidido ainda.
Vai haver outra conversa, mas numa reunião com um grupo de amigos e apoiadores,
Orsi ouviu de todos que já havia passado da hora de ele sair do PSDB de Carlos
Sampaio e Célia Leão, os dois caciques do partido que impedem voos mais altos
de Orsi – e de qualquer outro que se atreva – mesmo o PSDB não tendo conseguido
eleger nenhum prefeito depois de Magalhães Teixeira em 1992, há, portanto, 23
anos, com Sampaio e Célia se revezando nas candidaturas.
Enfim, um cenário que parecia tranquilo para a reeleição de
Jonas, começa a se modificar. E as mudanças apontam para uma disputa muito mais
acirrada, inclusive com a presença de um candidato do PT, que pode ser o mesmo
Marcio Pochmann de 2012. Embora o partido venha sofrendo enorme desgaste com o envolvimento
em escândalos de corrupção e a crise na economia que ele próprio criou,
Pochmann não é figura envolvida com a política nacional e tem tentado explorar
a péssima administração de Jonas em populosos bairros periféricos. Mesmo com o
prestígio abalado, o PT pode significar um problema muito sério para a
candidatura de Jonas.
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