No fim de semana foi lançada, por alguns correligionários de
peso, a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) a presidente da República em
2018. Nem precisa ser mineiro pra dizer que é muito cedo pra qualquer
lançamento desse tipo. Geralmente, esse
tipo de estratégia” é lançada pelos adversários com um objetivo explícito:
queimar a candidatura, pois seus adversários terão muito mais tempo para
elaborar desgastes, bem como, no governo e como governador do maior Estado do
Brasil, o candidato terá muito mais flancos abertos para serem explorados pelos
inimigos. O lado bom é um só: se Alckmin não errar até se desincompatibilizar
para fazer campanha, será forte candidato.
Mas não errar em tanto tempo é muito difícil. E a prova da
dificuldade já está hoje nos jornais. O Ministério Público Estadual conseguiu reunir
indícios para sustentar a reabertura de processo criminal contra Gabriel
Chalita, ex-secretário de Educação de Alckmin e atualmente no mesmo cargo, só
que municipal, no governo de Fernando Haddad (PT). Chalita é investigado por
crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa
e passiva, e fraude a licitação.
Pois não é que Alckmin saiu em defesa do seu ex-secretário,
afirmando que tem plena confiança nele? Ora, Chalita já deu inúmeras provas de
que não é alguém em que se pode depositar confiança. Teve gestão marcada por comportamento
estranho e acusações várias de irregularidades. Se a acusação fosse, por exemplo,apenas por fraude em licitação, alguém poderia argumentar que se trata de algum
problema administrativo que será resolvido etc. e tal. Mas é muito difícil para
um órgão como o MPE estar totalmente enganado quando reúne provas, ou pelo
menos fortes indícios, suficientes para reabrir uma investigação de formação
de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa e passiva, além da
fraude em licitação.
Alckmin, com toda sua experiência e tendo em vista seus interesses
políticos futuros, não poderia sair em defesa de alguém tão suspeito. E, pior:
uniu-se, na defesa de seu ex-secretário, a um inimigo mortal do PSDB, o PT, já que
Chalita agora é membro do governo de Fernando Haddad que, claro, também está defendendo
seu secretário de Educação.
Enfim, se é mesmo pra valer esse lançamento de candidatura a
presidente, Alckmin perdeu uma boa chance de mostrar que quer distância de
gente suspeita de tantos crimes.
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