No auge da crise financeira de 2008, a taxa básica de juros
que o Brasil pagava, a Selic, era de 13,75% ao ano. Hoje, depois de chegar a
7,25% em 2013, voltamos ao mesmo patamar de 2008. Ou seja, aquela crise, que
todos os analistas e a oposição diziam ser séria e que o Brasil precisava enfrentá-la
adotando mecanismos de contenção de
gastos e investindo em infraestrutura para suprir as carências nesse setor e,
num futuro próximo, ter preços competitivos de seus produtos no exterior, não
foi levada em consideração pelo governo Lula. Ao contrário, ele arrotava por aí
que a séria crise que o mundo capitalista estava sofrendo para o Brasil não
passaria de uma marolinha, que venceríamos facilmente.
De nada adiantaram os avisos de que o mundo que vale, ao
sair da crise, não iria mais ser o mesmo que comprou abundantemente do Brasil
entre 2004 e 2008, fartando o país de dólares que puderam ser convertidos em
crédito abundante para a alegria geral do mercado de automóveis e das linhas
brancas. Sem contar o crédito fácil também para construtoras venderem
apartamentos a longos prazos que hoje estão se transformando em taxas cada vez
maiores de inadimplência.
Não deu outra: passado o pior da crise, a China diminuiu as
compras no Brasil, os Estados Unidos entraram na briga da produção de etanol (e
ganharam produzindo-o a partir do milho), descobriram um petróleo barato no
xisto – o que fez o preço do petróleo normal despencar e quase inviabilizar o
pré-sal - e a Europa, envolta nos seus inúmeros problemas, jamais poderia suprir
a ausência dos dois gigantes mundiais no mercado brasileiro de exportações.
No Brasil, os dois últimos anos do governo Lula, embora o
país ainda navegasse na marolinha artificial criada por uma política econômica
que só tinha bons efeitos no curtíssimo prazo, já eram claros os sinais que de
a economia entrara num beco sem saída.
Lula elegeu o sucessor que, ao invés de mudar os rumos,
tomar algumas medidas que sacrificariam alguns ganhos, preferiu manter preços públicos
represados, bateu com mão forte na Petrobras impedindo aumento dos combustíveis
e, nos números da economia maquiou o máximo possível para manter as aparências
de um país forte e saudável.
Foram quatro anos de mentiras e esmolas disfarçadas de
benefícios sociais suficientes para convencer pouco mais da metade do
eleitorado que votou: os pobres do Norte e Nordeste mais fáceis de enganar
deram novamente a vitória ao partido que estava afundando o Brasil.
O segundo mandato de Dilma nem bem começou e já escancarou a
incompetência, a corrupção e a mentira proclamada na campanha. O resultado é
que hoje, sete anos depois do auge da crise, os EUA voltam a crescer a abrir
mais vagas de emprego, a China virou investidor num Brasil carente de tudo e a
Europa está se arranjando com novos fornecedores que, por terem infraestrutura melhor
que a do Brasil, conseguem praticar preços menores e manter firme comércio com
o velho mundo.
E o Brasil sete anos depois do auge da crise, envolto na
arrogância populista do PT de Lula e Dilma, não vê outra saída para tentar
tirar o país do buraco em que eles meteram a não ser as velhas e tão combatidas
por eles mesmos medidas econômicas liberais. Se Dilma chegar ao fim do seu mandato,
terão sido dezesseis anos de PT no Brasil. Serão dezesseis anos perdidos. Espero
que o país consiga se livrar antes dessa praga.
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