Na Folha Online, a notícia mais importante do dia:
Acordo de delação de executivo da UTC na Lava Jato é aceito
pelo STF
Márcio Falcão – de Brasília
Relator no STF (Supremo Tribunal Federal) dos inquéritos que
apuram o envolvimento de políticos no esquema de corrupção na Petrobras, o
ministro Teori Zavascki aceitou o acordo de delação premiada entre a
Procuradoria-Geral da República e Ricardo Pessoa, dono das empreiteiras UTC e
Constran.
A informação foi confirmada pela defesa do empreiteiro. Ele
é apontado como líder do cartel de empresas que atuava na Petrobras e que
envolvia pagamento de propina para políticos. Com o acordo de delação, o
empresário tenta diminuir uma eventual punição. A partir de agora, ele terá que
participar de depoimentos complementares.
Preso pela Polícia Federal em novembro do ano passado,
Pessoa foi autorizado, no final de abril, a ficar em regime de prisão
domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica
O empreiteiro se comprometeu com o Ministério Público
Federal a revelar o que sabe sobre pagamentos de suborno na Petrobras e outras
estatais e o envolvimento de políticos. Ele também irá pagar uma multa de R$ 50
milhões, a segunda mais alta entre os delatores da Operação Lava Jato –a maior
foi paga por um ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, de US$ 97 milhões, o
equivalente, hoje, a R$ 295 milhões.
Nas negociações para o acordo, Pessoa disse que deu R$
7,5 milhões para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT)
no ano passado, negociados com o tesoureiro e hoje ministro Edinho Silva
(Comunicação Social).
A doação, segundo Pessoa, visava evitar retaliações em
contratos com a Petrobras. Tanto Edinho quanto o PT negam ter recebido doações
ilegais na campanha do ano passado.
Pessoa também citou o senador Edison Lobão (PMDB-MA) como
beneficiário de propina na época em que era o titular do Ministério das Minas e
Energia, no primeiro governo de Dilma Rousseff. O empresário contou que Lobão
recebeu R$ 1 milhão para não criar empecilhos na obra da usina nuclear de Angra
3.
A UTC conquistou um dos contratos da usina nuclear, obra
estimada em R$ 2,9 bilhões, em consórcio formado com a Odebrecht, Camargo
Corrêa e Andrade Gutierrez. Todas essas empreiteiras são investigadas pela Lava
Jato sob suspeita de terem pago propina para conquistar contratos da Petrobras.
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