terça-feira, 30 de junho de 2015

A mentira tem perna curta

“Eu nunca recebi esse senhor (Ricardo Pessoa). Nunca o recebi em toda minha passagem pelo meu primeiro mandato”.

A frase acima é da presidente Dilma Rousseff e foi dita ontem em Nova York. Ela foi destacada  na página A12 do Correio Popular de hoje.

A foto abaixo foi tirada durante o primeiro mandato de Dilma. Nela estão, alegres e felizes, no lançamento da pedra fundamental do estaleiro Enseada do Paraguaçu, em 13 de julho de 2012, na Bahia, Dilma Rousseff,  Jacques Wagner, Graça Foster, Marcelo Odebrecht e... Ricardo Pessoa.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Uma palestra inútil em Londres

Na próxima quinta-feira, 2 de julho, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB) faz uma palestra em Londres. O evento é patrocinado pelo World Business Council for Susteinable Development – uma entidade bancada por 200 empresas que têm interesse em aplicar suas soluções inovadoras em mobilidade em cidades do mundo afora. Aqui em Campinas a entidade está trabalhando para a Emdec, sob contrato, para “prestar assessoria técnica nas seguintes questões: implementação do BRT, elaboração dos estudos do VLT, reestruturação do sistema de transporte coletivo urbano, implantação do sistema de compartilhamento de carros e bicicletas, melhoria nos terminais e paradas de ônibus, deslocamento com menores custos e redução de emissão de poluentes”, como afirma o press-release publicado pela Prefeitura em seu portal.

O tema da palestra do prefeito é “Rumo a uma mobilidade eficiente e sustentável”. Como ele é prefeito de Campinas, o tema deve estar relacionado com a cidade. Daí, conclui-se que há, em Campinas, uma ação rumo a uma mobilidade eficiente e sustentável.

Só que, infelizmente, não há. A cidade precisaria iniciar muitas obras já para, daqui a um ou dois anos, ter sua mobilidade urbana melhorada.

O grande problema de Campinas, hoje, é a falta de espaço para tanto veículo. Sem uma solução drástica de aumento no espaço, não vai adiantar nada implementar o BRT, implantar o VLT, reestruturar o transporte coletivo urbano e todas as outras medidas que estão em estudos.

Para aumentar o espaço para o trânsito de veículos, sejam automóveis, utilitários, ônibus alternativo, ônibus oficial, caminhões ou seja lá o que for, o óbvio é que se aumente a largura das avenidas e ruas, construam alguns viadutos e façam passagens subterrâneas ou elevadas em dezenas de cruzamentos de grande movimento. E não só no Centro.

E o que temos hoje em Campinas? A perspectiva de um BRT difícil de sair do papel, pois suas obras parecem empacadas em problemas simples. Tanto assim é que os veículos que seriam usados no sistema chegaram à cidade em 2012 e estão sendo usados por aí. Quando o trajeto exclusivo para eles estiver pronto vão precisar comprar outros, porque esses já estarão virando sucata. 

Um Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT – outro item dos estudos que estão sendo feitos – será, ao contrário do BRT, um mau negócio para a cidade. Se o projeto aproveitar antigos traçados de linhas ferroviárias será complicado. Esses traçados, criados para passar em fazendas para apanhar a produção, são totalmente inadequados para os dias de hoje. Curvas e mais curvas impedem uma velocidade compatível com a possibilidade dos trens e a necessidade dos usuários. Já uma ligação entre o Centro e Viracopos em linha reta, implicaria num gasto com desapropriações totalmente impossível para os combalidos cofres públicos. Sem contar as demandas que iriam parar na nossa lentíssima Justiça e que empacariam o projeto. Quando terminassem, o mundo já estaria dotado de automóveis voadores, como nos desenhos animados dos Jetsons.

Outro estudo – a reestruturação do sistema de transporte coletivo urbano – também esbarra na falta de espaço. A solução óbvia é colocar mais ônibus nas ruas para que eles transportem mais passageiros e cumpram seus horários. Só que mais ônibus, sem aumentar o espaço, significará mais congestionamentos. A única ideia boa que anda circulando por aí é um projeto que acaba com os horríveis e ultrapassados terminais no centro. Desde, claro, que se acabe com todo o comércio pirata no entorno deles para que o cidadão campineiro receba esses espaços, que foram tomados à força, de volta.

A implantação do sistema de compartilhamento de carros e bicicletas é um delírio do prefeito ou seja lá de quem teve a ideia. A primeira dificuldade começa com o fato de Campinas não ser uma cidade plana. A segunda é a péssima conservação das ruas. E a terceira é que, implantando faixas para bicicletas, vai sobrar menos espaço para os carros e os congestionamentos vão aumentar.

Os outros estudos só serão viáveis se os anteriores se tornarem realidade. Portanto, mesmo sem saber o que o prefeito vai falar em Londres, já sei que é conversa mole pra boi dormir, pois a base das medidas necessárias para melhorar a mobilidade em Campinas – criar mais espaços para o transporte - não está sendo tomada e isso inviabiliza qualquer estudo ou projeto que se queira implantar.

E maior prova de que esse governo não é serio quando aborda a mobilidade urbana está reurbanização da Avenida Francisco Glicério. Além de o projeto contemplar apenas a avenida sem mexer nas outras centenas de ruas que formam o Centro, o espaço da avenida para os carros vai ser diminuído, o que implicará em maiores dificuldades para a fluidez do trânsito na região. Pobre Campinas!                 

Campinas: mais candidatos a prefeito

Palácio dos Jequitibás: principal cadeira do quarto andar ganha mais pretendentes

O cenário eleitoral de Campinas vai ganhando novos personagens à medida que as eleições se aproximam e as esperanças de alguns políticos crescem. Mas não é só de esperança que os candidatos vivem: alguns usam eleições municipais para chegar ao poder via acordos no segundo turno e outros para deixar o nome conhecido na praça para se candidatar a deputado dali a dois anos.

De qualquer forma, é provável que Campinas tenha, ano que vem, sete ou oito candidatos a prefeito. Com chances mesmo, talvez uns dois ou três.

O atual prefeito, Jonas Donizette (PSB) é candidatíssimo. Está fazendo alianças com quem quiser e oferece alguma fatia do poder. Planeja várias inaugurações (ou mesmo início) de obras para o ano que vem, tudo para usar na campanha eleitoral. Hoje é o favorito.

O PT, tudo indica, não tem outro nome a apresentar a não ser de um desmotivado Marcio Pochmann. A desmotivação tem três causas: a derrota na última eleição mostrou que o PT já não era mais o mesmo em Campinas; os escândalos todos envolvendo membros do partido e o péssimo governo que Dilma vem fazendo, com a necessidade de medidas antipopulares. Tudo isso deve diminuir consideravelmente o eleitorado petista. Pode virar um Zica, que não foi nem para o segundo turno em 2004. Mas tem chance de aparecer num segundo turno.

O PMDB, um partido com bom tempo na televisão, ensaia lançar candidato próprio. Ou melhor: o partido não ensaia nada ainda, mas pelo menos um de seus membros sonha em representar a legenda no pleito municipal. É o ex-prefeito Lauro Péricles Gonçalves. Quem se lembra dele não deve ter muita saudade. Era autoritário e acabou traindo o PMDB à época, aderindo à ditadura e lançando um candidato à sua sucessão que não tinha chance alguma. Chico Amaral, do PMDB, ganhou folgado e Lauro partiu para um ostracismo tão grande que não conseguiu se eleger nem vereador quando tentou. É mais provável que o partido continue na aliança com algum favorito. Jonas já deu um naco do governo a ele e espera tê-lo como aliado. Mas o cenário é mutante.

Outro nome que tem saído por aí é o do ex-vereador e ex-deputado estadual Tiãozinho. Ele era do PT, agora está no PC do B. Não tem chance alguma, mas se entrar na disputa, deve ser para tentar ser deputado estadual de novo daqui a dois anos, se é que o calendário eleitoral vai continuar o mesmo.

Pedro Serafim saiu do PDT, talvez para não se contaminar com a volta de Hélio de Oliveira Santos à direção local do partido. Deve anunciar seu ingresso no PRB. Foi prefeito por um ano e parece que gostou. Tentou uma “reeleição”, mas perdeu para Jonas e Pochmann.  Tentou ser deputado federal, mas não conseguiu. Quer ser candidato a prefeito, mas, num partido sem expressão na cidade, suas chances serão pequenas.

Um nome que apareceu na última semana como possível candidato é o do médico Marcelo Assis, pelo PMN. Outro sem chance alguma, pois é conhecido de pequeno círculo e está à frente de um projeto que pode ser muito bom para quem dele necessita, mas não tem apelo popular suficiente para angariar os milhares e milhares de votos que ele precisa.

Entre os nomes que podem ter algum sucesso na corrida ao Palácio dos Jequitibás, está o do vereador Artur Orsi, atualmente no PSDB, mas em vias de se mudar para o novo PL. Orsi é nome forte na cidade e foi o vereador mais votado na última eleição. Carrega a bandeira de oposição, que não abandonou mesmo quando seu partido entrou na aliança que elegeu o atual prefeito. Tem denunciado possíveis irregularidades no governo municipal e, com isso, perdeu toda e qualquer regalia que a base aliada poderia lhe proporcionar e passou a ser evitado dentro do próprio partido – onde o deputado federal Carlos Sampaio reina absoluto –, mas angariou simpatias além das que já possuía entre o eleitorado. Se tiver estrutura forte pode ser um bom candidato e sonhar com um segundo turno contra Jonas.

O ex-prefeito “doutor” Hélio (PDT), cassado por corrupção, voltou ao seu partido e tem dito por aí que pode lançar um candidato a prefeito. Com os direitos políticos cassados até 2019, parece estar em busca de um nome. Mas pode estar querendo se mostrar para se aliar a alguém. Como é um nome queimado na maior parte da cidade, tendo em vista o escândalo que seu governo produziu – o maior caso de corrupção da história de Campinas – deve estar fazendo apenas uma marolinha para aparecer.

O cenário ainda está instável. Prova disso é que na semana passada surgiram boatos de que Jonas estaria com receio de perder o apoio do PSDB. E o boato acrescentava que a performance de Carlos Sampaio em Brasília, como líder do partido e, principalmente, sua atuação na CPI do Petrolão, estão fazendo os olhos do moço brilharem novamente. Como acordo político nunca é definitivo, o boato pode ter lá seu fundo de verdade. Se acontecer, a indefinição vai crescer mais ainda e um segundo turno será quase certo. E lugar garantido nesse segundo turno, hoje, só o de Jonas. 

domingo, 28 de junho de 2015

Fim de feira: Lula trai Dilma

Reportagem da Folha deste domingo afirma que o ministro do TCU, responsável pelo parecer sobre as contas do governo Dilma, foi incentivado por Lula para contestar as “pedaladas” fiscais dadas por Dilma. A intenção de Lula, diz o jornal, era dar “um susto” em Dilma. Mas, depois, como a rejeição de suas contas pelo TCU daria munição legal para o Congresso rejeitá-las também e com isso iniciar um processo de impeachment, Lula teria recuado. Mas, como o parecer já estava pronto, surgiu um inédito prazo de 30 dias para o governo Dilma tentar justificar as "pedaladas".

E o que se viu depois foi não uma justificativa e sim uma sonora “tirada da reta” por parte de Dilma. O então secretário do Tesouro, Arno  Augustin, assumiu publicamente (sabe-se lá a que custo) a autoria das “pedaladas” fiscais.

Ora, se a reportagem da Folha diz a verdade, estamos diante de fatos verdadeiramente assombrosos nesse simulacro de governo que vem dominando o país desde 2003.

Lula, todos sabem, jamais deixou o poder. Elegeu e reelegeu sua sucessora e continuou comandando o governo através da própria Dilma ou via fidelíssimos comparsas plantados em postos estratégicos. O atual governo foi e é a continuação do de Lula. Embora ele tenha mais, digamos, talento para liderar, não creio que o Brasil estivesse diferente caso fosse ele o presidente.

 A crise de 2007/2008 já havia sinalizado que a fonte estava secando e que, a continuar a farra lulo-petista, o país ia se dar mal em breve. E se deu mal nos primeiros anos do primeiro governo Dilma, embora o cenário cinematográfico de euforia, a propaganda enganosa e a ausência de medidas amargas, porém necessárias, acabaram mantendo a fantasia o tempo suficiente para ela se reeleger. Aliás, as pedaladas fiscais fizeram parte importante desse cenário: o governo estava enganando o país com suas contas maquiadas, pois eram os bancos públicos que arcavam com enormes somas que deveriam ser bancadas pelo Tesouro. E isso é crime pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

A crise então bateu feio, as medidas amargas foram tomadas e a população se revoltou, já que não vê o governo também cortando na carne para fazer economia. Aliás, está também cortando, mas de maneira errada e insuficiente. Acabar com uns 15 ministérios – verdadeiramente inúteis – deveria ser a primeira medida tomada para ganhar a simpatia da população. Sem disso, as pesquisas estão mostrando o humor do país: a aprovação do governo Dilma está à beira de um dígito apenas, enquanto a reprovação sobe a estratosféricos 70%.

E Lula? Safado, oportunista e malandro, ele quer agora se desligar do que está ocorrendo no governo, mesmo tendo sido o autor maior de tudo, o inspirador desse tipo de governo e o político que elevou a corrupção a níveis institucionais no Brasil.

A conclusão a que se chega sobre esse seu comportamento errático, é que o Lula traidor atingiu sua maior performance: ao pressentir que sua candidatura em 2018 corre sério risco, não vê problema moral algum em incentivar instituições brasileiras a “dar um susto”  na criatura que ele produziu, por práticas que ele jamais contestou e só não usou porque boa parte de seu período de governo foi beneficiado com enormes exportações.  Lula não vê problema em trair Dilma para preservar seus objetivos de poder.

Mas, se os fatos são assombrosos, infelizmente não revelam algo novo no péssimo caráter do ex-sindicalista. Não há dúvida – acho que nunca houve – que ele chegou ao poder com apenas duas ideias na cabeça: manter-se por lá até a morte e se tornar cada vez mais rico.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Lula, o cafajeste

Excelente artigo de Marcelo Madureira mostra a trajetória de Lula sem as cores de diretor de cinema puxa-saco ou de marqueteiro pago a peso de outro.

LULA APRONTA MAIS UMA DE SUAS CAFAJESTADAS

Marcelo Madureira

Lula, o ex-presidente em exercício, é cafajeste até não mais poder (com trocadilho, por favor). Percebendo o tamanho e a profundidade do buraco em que meteu o PT e a presidente Dilma, prepara mais um golpe. Aliás, coisa corriqueira em sua trajetória de vida. Lula resolveu agora virar “oposição” do seu próprio partido e transformar-se no maior crítico de sua criatura, a mãe do PAC e gerente competente, Dilma Vana Rousseff.

O Brasil já perdeu muito tempo com o Lula e o lulismo. Uns 20 anos pelo menos. Imaginem o incrível salto para adiante que o país poderia ter dado se o Lula tivesse um miligrama de estadismo, preparo e entendimento da História. Além de herdar o Brasil “arrumado” do governo FHC, tinha cacife político para aprofundar as reformas estruturais que a Nação tanto precisa. Poderia, mercê da conjuntura internacional positiva, ter realizado grandes investimentos em Educação, Infraestrutura e Saúde. Poderia, enfim, ter entrado para a História pela porta da frente. Mas, como dizia o Barão de Itararé, o bisavô dos humoristas: “de onde menos se espera, é de lá que não sai nada mesmo”.

Lula preferiu chafurdar na lama do patrimonialismo, da demagogia, da incompetência e da desonestidade, e ninguém deveria se surpreender com isso.

Um breve exame da biografia do Lula (ou será prontuário?) não deixa a menor dúvida do que nos esperava ao dobrar a esquina.

Oriundo de família disfuncional, como tantas no Brasil, o problema do Lula não foi ter nascido pobre. Milhões de brasileiros nascem e morrem pobres.

Todo mundo enfrenta dificuldades na vida e, mesmo assim, incorpora valores morais e éticos, constrói uma família, trabalha, enfim, vive uma existência modesta mas digna. Dona Lindu, abandonada pelo marido alcoólatra, assoberbada na luta pela sobrevivência da prole, talvez não tenha conseguido arrumar nem tempo nem forças para edificar valores no seio do lar. Mas isso também não serve como desculpa para os desvios de conduta do Lula.

Afora o curso de torneiro no Senai, Lula nunca foi afeito ao aprendizado e muito menos ao trabalho. Perspicaz, percebeu na burocracia sindical uma possibilidade de escapar do estafante chão da fábrica.

Lula pode ser um homem ignorante, grosseiro até, mas de burro não tem nada. Apesar da inteligência inata, Lula desenvolveu um enorme complexo por sua ignorância formal e pela pobreza material. Por isso mesmo, Lula elegeu como objetivo de vida acabar com a pobreza. A sua, no caso. Aliás, nada contra isso, só discordo é dos métodos e caminhos escolhidos. Lula abriga dentro de si um enorme ressentimento. Começa aí, talvez, o discurso do “eu contra eles”, que acabou virando depois “o nós contra eles”.

Esperto como o capeta, Lula se apropriou do “novo movimento sindical do ABC” que surgiu no fim dos anos 70, em contraposição ao pelego da ditadura, o notório Joaquinzão. No sindicato Lula conhece, gosta e cultiva com prazer as benesses do poder. E como gosta… Essa história está muito bem contada no livro O Que Sei de Lula, do jornalista José Neumanne Pinto, vale a pena ler. Logo em seguida, na esteira da criação do partido Solidariedade na Polônia por outro operário, Lech Walesa, funda-se o PT no Brasil.

Carismático, Lula teve um papel importante na organização das greves do ABC ao final dos anos setenta e era cortejado pelos partidos de esquerda (ainda na ilegalidade), inclusive pelo PCB onde eu militava. Astuto, Lula percebeu que, no recém-nascido PT, ainda com uma estrutura partidária frágil, seria mais fácil impor a sua liderança, que não admite concorrência. Assim, Luiz Inácio também se apropriou do PT sociedade com o seu comparsa, o Zé Dirceu. Lula se aboletou no PT, que virou uma farandola de várias tendências de esquerda, todas sem uma clara definição de tática ou estratégica, e de conteúdo ideológico raso, para não dizer ignorante, nas coisas do marxismo e nos problemas da realidade contemporânea, fenômeno comum na dita esquerda latino-americana. 
Mas uma coisa tinham em comum: não se entendiam uma com as outras.

Lula e seu amigo Zé fundaram mais uma tendência, o Campo Majoritário que, como o nome já diz, conquistou a hegemonia no partido. Em vez de Mimi – o metalúrgico do filme de Lina Wertmuller –, tínhamos o nosso Lula, o metalúrgico seduzindo os intelectuais, a Academia, os estudantes e, principalmente, a mulherada… O operário chegava ao Paraíso!

Militante do PCB, tomei conhecimento das primeiras greves na Scania, acompanhava as assembleias no estádio de Vila Euclides e, confesso, via com simpatia a sua liderança ao mesmo tempo em que desconfiava do seu radicalismo oportunista. Achava aquilo meio “jogo de cena”.

Nos tempos da ditadura, os partidos de esquerda, ainda na clandestinidade, se apropriaram de recursos gerados em seus braços legais, como sindicatos, entidades estudantis e movimentos populares. O PCB não era exceção, mesmo porque o Ouro de Moscou, que a União Soviética mandava – mandava, sim, senhor! – não era suficiente para bancar a luta revolucionária.

Não quero me justificar, mas havia a atenuante de que, na ditadura, eram partidos postos na ilegalidade, clandestinos, não havia outra forma de custear o seu funcionamento. O PT, mesmo na legalidade, levou essas “práticas políticas heterodoxas” às últimas consequências, já que, no socialismo, os fins justificam os meios… Isso se fortaleceu quando os petistas começaram a se eleger nas prefeituras e implantaram o lucrativo sistema em contratos de coleta de lixo e assemelhados, drenando o dinheiro público para fortalecer o partido, além do que, claro, sempre sobra algum qualquer para o uísque e o charuto da companheirada.

Ah!!! O Poder!!! E como tem dinheiro no poder!

O PT mafioso foi se fortalecendo em governos estaduais, comissões parlamentares (com trocadilho) e que tais e quitandas. E ai de quem fosse contrário às diretrizes partidárias! Não estão mais aí o ex-prefeito Celso Daniel e o Toninho de Campinas para provar o que escrevo. 

Quando, finalmente, o PT com Lula conquistou o poder federal, então foi o Céu na Terra! Mas a roda da História gira e hoje a carroça petista, atolada em contradições, mal se arrasta levando consigo o Brasil.

Lula, que não quer largar o osso, aprofundou sua personalidade raivosa, acusa as elites às quais ele mesmo pertence. Cada vez mais o mundo de Lula se transforma no eu contra o resto. Para permanecer no poder Lula, não hesita em arremessar um brasileiro contra o outro. Para Lula, só poder interessa, o poder traz segurança, bem-estar e benquerença. Para ele, é claro. E Lula adora ser adulado. Lula precisa estra cercado de áulicos e puxa-sacos, os quais não vacila em sacrificar em função de seus interesses mais mesquinhos. Lula virou uma espécie de Stalin do PT, partido que hoje ele está a ponto de renegar. Este mesmo PT que Lula ajudou a transformar num partido de funcionários públicos medíocres, cujo entendimento do Estado é como um meio de vida parasitária. 

Este mesmo PT que no jogo político não tem adversários, mas inimigos que devem ser obliterados.
Lula nunca foi nem nunca será um estadista. Lula jamais pensou em transformar a realidade do país nem em projetar o futuro do Brasil. Ele só se interessa em mudar uma realidade, a dele.

E tenho dito.

Ex-prefeito estrebucha na imprensa

Acabei de ler a entrevista que o ex-prefeito “doutor” Hélio, cassado por corrupção, deu à jornalista Rose Guglielminetti. Ao terminá-la fiquei com uma sensação de ter acabado de ler um texto de ficção onde a verdade soa apenas como uma improvável figura, onde se fala bobagens e mentiras, muitas mentiras. E o autor desses absurdos todos parece querer pairar sobre a humanidade como um ultraleve ao vento, sem que tempestade alguma possa alcançá-lo.

Esse ex-prefeito de Campinas além de corrupto é, talvez, o maior cara de pau que já passou pela política campineira. E olha que a concorrência é fortíssima.

Ao querer atribuir a culpa de tudo que ocorreu a um único homem, o delator do caso, Hélio revela que não tem outra desculpa a dar. Seu governo era corrupto até a alma. A nomeação da esposa para ser a chefe de Gabinete, um cargo que exige alto conhecimento politico, jogo de cintura e experiência pública foi a prova cabal de que ela estava ali para enriquecer o casal, pois nunca havia participado de qualquer governo nem exercido função púbica. Obviamente, não teria condição alguma de exercer as complicadas tarefas que a chefia de gabinete de uma cidade do tamanho de Campinas comporta.

Aliás, o “chefe” de Gabinete do governo, durante todo o primeiro mandato, foi o secretário de Comunicação e de Cultura, Francisco de Lagos, oriundo também da “república de Mato Grosso” com extensa folha corrida lá pelas bandas do Pantanal. Ele é quem mandava nos secretários todos, com exceção da primeira-dama, que mandava mais que o prefeito.

Já o prefeito fazia o papel de relações públicas de seu próprio governo. Inaugurava pinturas de ruas por aí, fazia “acordos” com Lula para receber caminhões de dinheiro federal e cometia discursos muito parecidos com a entrevista que deu para o Blog da Rose: confusos e mentirosos.

A cada mês anunciava um factoide. Era a revitalização do Centro da Cidade, o Centro de Convenções, o novo teatro, a reforma e ampliação de Viracopos, o novo plano viário da cidade, o VLT e muitos outros que jamais saíram do papel.

Obras mesmo para a cidade ficaram restritas a asfalto e outras melhorias na região do Campo Grande, onde até hoje desfruta de algum prestígio.

Disse que foi cogitado para ser candidato a governador. Nem seu partido, o PDT, sabia disso, tanto é que na convenção que escolheu o candidato, em São Paulo, ele não apareceu e ninguém deu pela falta. Quanto à cogitação para ser ministro, o presidente era Lula e, claro, tudo podia acontecer.

De resto, seu não envolvimento no processo de corrupção, todos sabem, se deu para que as investigações não fossem para a segunda instância e perdessem o foco local. Mesmo porque era impossível a sua esposa chefiar a quadrilha toda e ele não saber de nada. A Câmara, que não precisa tanto de provas materiais, não se enganou e cassou seu mandato e também o do vice, que, claro, também fazia parte da “turma”.

Campinas se livrou de um pesadelo que agora fica estrebuchando na imprensa feito rabo de lagartixa. Espero que dure pouco esse retorno que nem deveria ocorrer. Sem ele o cenário político de Campinas fica menos poluído. 

Delator mostra planilha de caixa 2 do PT

Delação premiada de Ricardo Pessoa começa a aparecer. Tesoureiros do PT teriam recebido dinheiro vivo fora das doações legais, ou seja, da construtora direto para o caixa 2 do partido. É o que diz a delação. Alguém duvida? A reportagem é do Estadão Online.

Ex-presidente da UTC diz em delação que repassou R$ 3,6 milhões ao tesoureiros de Dilma e do PT

Andreza Matais e Fábio Fabrini - O Estado de S.Paulo

Brasília - O ex-presidente da UTC, Ricardo Pessoa detalhou em depoimento de delação premiada que repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014. Ele entregou aos investigadores uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois" que relaciona os ex-tesoureiros a valores. 

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou a delação de Ricardo Pessoa, o que significa que as informações prestadas por ele em depoimento à Procuradoria Geral da República poderão ser utilizadas como indícios para ajudar as investigações. 

Atual secretário municipal de saúde de São Paulo, José de Filippi, é uma das pessoas mais próximas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de ser o responsável pelas contas da campanha de Dilma Rousseff ele foi o tesoureiro da campanha à reeleição de Lula em 2006.

A planilha apresentada por Pessoa no processo de delação premiada também relaciona o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto

Os supostos pagamentos a José de Filippi relacionados pelo ex-presidente da UTC em delação premiada somam R$ 750 mil e foram feitos nos anos eleitorais de 2010, 2012 e 2014. Há apenas um pagamento fora da calendário eleitoral, no ano de 2011, de R$ 100 mil. 

Em 2010, quando era tesoureiro da campanha de Dilma, conforme a planilha, ele teria recebido de caixa dois R$ 250 mil. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há registro de repasse de R$ 1 milhão da UTC para a direção nacional do PT. Na prestação da campanha de Dilma, não há registro de doação da empreiteira nem do seu braço Constran. Nos demais anos, a planilha do "caixa dois" indica repasses nos valores de: 2012 (R$ 200 mil); 2013 (R$ 100 mil) e 2014 (R$ 100 mil). 

Pessoa chegou a arrolar Fillipi como sua testemunha de defesa no processo em que o empreiteiro é acusado de chefiar o esquema de empreiteiras que pagava propina para executivos e partidos políticos em troca de conseguir os melhores contratos na petroleira. A lista de testemunhas na época causou estranheza até mesmo do juiz Sérgio Mouro que pediu explicações sobre a escolha dos nomes. 

A planilha apresentada por Pessoa no processo de delação premiada também relaciona o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que ocupou o cargo até abril deste ano. O petista está preso acusado de ser o operador do PT no esquema de corrupção e de ter lavado dinheiro para o partido. Na relação apresentada por Pessoa, ele aparece relacionado a suposto pagamento de caixa dois no valor de R$ 2,9 milhões que teriam sido efetuados entre 2011 e 2013, período em que ele respondia pelo caixa do PT. Em fevereiro de 2011, ele teria recebido R$ 500 mil para o partido; em março de 2011, R$ 500 mil; em março de 2012, R$ 220 mil. Em 2013 foram quatro pagamentos: em abril (R$ 350 mil), em julho foram dois pagamentos de R$ 350 mil e R$ 500 mil e em agosto, de R$ 500 mil. 

Procurado pela assessoria, Filippi ainda não respondeu ao Estado. A defesa de Pessoa informou que não vai comentar as informações porque a delação é sigilosa. Também informou que não confirma a autenticidade da planilha. O Estado não conseguiu contato com a defesa de Vaccari.

A única solução

Os atentados ocorridos hoje na França, na Tunísia e no Kuwait provam que não há mais espaço para conversas, reuniões, tratados ou qualquer outro mecanismo que possa trazer a paz. A situação só será resolvida pela guerra mesmo. E declarar guerra formal, com ataques constantes e pesados contra o Estado Islâmico é a única solução, já que a extrema violência é a única linguagem que eles devem entender. Eles precisam ser exterminados da face da terra para que o mundo comece a pensar na construção de uma paz duradoura. 

Sem preconceitos: o governo Dilma é ruim mesmo


A presidente Dilma Rousseff disse, em entrevista ao jornal Washington Post, que parte da péssima avaliação que a sociedade faz do seu governo é por preconceito de gênero. É curioso perceber as desculpas que um governo dá quando a situação já não apresenta qualquer outra justificativa para que a opinião pública abandone de vez quem elegeu. Por exemplo: Dilma teve mais de 50% dos votos válidos e hoje, apenas 10% aprovam seu governo. É se se pensar que dos que votaram nela, quase a totalidade passou a considerá-la  ruim ou péssima só porque ela é mulher.

Ora, esse tipo de preconceito não nasce da noite para o dia. Ele, normalmente, é oriundo de vivência em ambientes machistas, de problemas de afirmação sexual ou outros. Não dá pra pensar que algumas dezenas de milhões de eleitores se tornaram machistas depois de outubro do ano passado a esta parte.

Não. A péssima avaliação do governo petista se deve a dois grandes fatores que causaram outros e ainda estão causando. A economia que vai mal e as mentiras que a candidata disse ao longo da campanha, inclusive acusando seus adversários de que tomariam medidas impopulares se fossem eleitos, medidas que ela própria tomou antes até de ser empossada para o segundo mandato.

A economia patinando é consequência direta dos 12 anos do PT no poder. Apesar de manter algumas medidas que balizam a economia e que foram herdadas da era FHC, Lula e Dilma usaram e abusaram de medidas que não eram aconselháveis para um país que, embora estivesse crescendo e atraindo investidores de todo o mundo, ainda apresentava grandes falhas em sua estrutura e precisava de muitas centenas de bilhões de dólares para se assentar e poder dizer que havia chegado ao tal do crescimento sustentável.

Sem estradas suficientes, sem aeroportos dignos, sem portos totalmente adequados, sem atenção a algumas das necessidades mínimas da população (saúde, educação, transporte e segurança), o Brasil jamais poderia tentar alçar voos para além de suas praias, perdoando dívidas de ditaduras em troca de futuros e duvidoso apoios em foros internacionais, se rebaixando ante chefetes de estado sem qualquer substância como de Raul Castro, Maduro, Evo Morales ou Cristina Kirchner e que só prejuízos causaram, maquiando balanços para não prejudicar eleições e, mal dos males, promovendo enorme corrupção que desacreditou totalmente o país perante a maior parte do eleitorado, bem como perante os investidores internacionais.

Com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, quando a conta da farra chegasse, as consequências eram previsíveis: inflação, desemprego, descrédito e PIB negativo. E uma formidável rejeição escancarada pelas pesquisas de opinião pública.

Portanto, senhora presidente, preconceito contra sua condição de mulher talvez seja a última coisa que o brasileiro pense na hora de dizer que considera seu governo ruim ou péssimo. Ele diz isso porque seu governo é mesmo uma porcaria sem tamanho.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A notícia mais importante do dia

Na Folha Online, a notícia mais importante do dia:

Acordo de delação de executivo da UTC na Lava Jato é aceito pelo STF

Márcio Falcão – de Brasília

Relator no STF (Supremo Tribunal Federal) dos inquéritos que apuram o envolvimento de políticos no esquema de corrupção na Petrobras, o ministro Teori Zavascki aceitou o acordo de delação premiada entre a Procuradoria-Geral da República e Ricardo Pessoa, dono das empreiteiras UTC e Constran.

A informação foi confirmada pela defesa do empreiteiro. Ele é apontado como líder do cartel de empresas que atuava na Petrobras e que envolvia pagamento de propina para políticos. Com o acordo de delação, o empresário tenta diminuir uma eventual punição. A partir de agora, ele terá que participar de depoimentos complementares.

Preso pela Polícia Federal em novembro do ano passado, Pessoa foi autorizado, no final de abril, a ficar em regime de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica

O empreiteiro se comprometeu com o Ministério Público Federal a revelar o que sabe sobre pagamentos de suborno na Petrobras e outras estatais e o envolvimento de políticos. Ele também irá pagar uma multa de R$ 50 milhões, a segunda mais alta entre os delatores da Operação Lava Jato –a maior foi paga por um ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, de US$ 97 milhões, o equivalente, hoje, a R$ 295 milhões.

Nas negociações para o acordo, Pessoa disse que deu R$ 7,5 milhões para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) no ano passado, negociados com o tesoureiro e hoje ministro Edinho Silva (Comunicação Social).

A doação, segundo Pessoa, visava evitar retaliações em contratos com a Petrobras. Tanto Edinho quanto o PT negam ter recebido doações ilegais na campanha do ano passado.

Pessoa também citou o senador Edison Lobão (PMDB-MA) como beneficiário de propina na época em que era o titular do Ministério das Minas e Energia, no primeiro governo de Dilma Rousseff. O empresário contou que Lobão recebeu R$ 1 milhão para não criar empecilhos na obra da usina nuclear de Angra 3.

A UTC conquistou um dos contratos da usina nuclear, obra estimada em R$ 2,9 bilhões, em consórcio formado com a Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Todas essas empreiteiras são investigadas pela Lava Jato sob suspeita de terem pago propina para conquistar contratos da Petrobras. 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Uma contribuição inusitada da Lava Jato



Além de estar tentando limpar o Brasil de um monte de bandidos que, aliados ao governo petista, estão roubando bilhões dos cofres públicos, a Operação Lava Jato está dando, embora sem querer, outra contribuição ao país. Ela esta revelando novos usos e significados de palavras e verbos da língua portuguesa.

Por exemplo: a frase “Destruir e mail sondas” encontrada num bilhete que Marcelo Odebrecht entregou a um de seus advogados, não quer dizer que o advogado deveria ir até o computador e apagar definitivamente o e-mail em questão, nem, caso ele estivesse impresso, picotá-lo e depois incendiá-lo, para destruí-lo completamente.

O que o dono da maior empreiteira do país quis dizer, segundo o advogado que recebeu o bilhete, foi que o “verbo ‘destruir’ se referia a uma estratégia processual e não à supressão de provas”.

Perceberam a contribuição dos criminosos à última flor do Lácio? De hoje em diante, quando algum advogado escrever ou falar num processo que vai destruir alguém ou alguma coisa, não se espante. Destruir também significa uma determinada estratégia processual.

Mas pode significar outras coisas mais. Como no bilhete está escrito exatamente “destruir e mail sondas” e destruir significa uma "estratégia processual", pode-se concluir que os advogados vão implantar uma estratégia processual contra o “e mail sondas”.

E aí a contribuição aumenta, pois ficamos sabendo que o verbo destruir pode significar não só “estratégia processual”, como somos informados que, no mundo do Direito, também se pode aplicar essa “estratégia processual” contra um e-mail, principalmente se ele se referir a “sondas”.

Não é enriquecedora a lava Jato? 

Um precioso arquivo nas mãos de Sérgio Moro

Queima-roupa A PF apreendeu na casa de Marcelo [Odebrecht] um revólver calibre 38, com um registro de posse em seu nome. A arma estava no closet do quarto do casal, onde havia ainda quatro celulares e mais de 30 pendrives.

Das Arábias Na sala do executivo em um dos escritórios da Odebrecht, foram encontradas três apostilas com o título "Empresas estrangeiras citadas na Operação Lava Jato", com referência à embaixada brasileira em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

Tabuleiro de... Os investigadores apreenderam na sede da Odebrecht Latin Finance 42 contratos de financiamento entre o BNDES e países estrangeiros, com participação da construtora.

... War Entre eles, havia 21 de Angola, 8 da República Dominicana e 4 de Cuba, além de documentos sobre as obras do porto de Mariel.

As quatro notas acima foram publicadas hoje no Pinel da Folha. Chamam a atenção a enorme possibilidade de a PF, o MP e o juiz Sérgio Moro estarem com extenso material de investigação que pode desvendar segredos que comprometerão muita gente tão graúda quanto o presidente da Odebrecht. Ou mais.

O revólver apreendido é normal e se estiver registrado não há problema algum. Mas quatro celulares deixam suspeita no ar. E o que dizer de mais de 30 pendrives? Ora, todo mundo sabe que esses equipamentos minúsculos são capazes de armazenar enciclopédias. 30 deles, que sejam de 4 gigabytes cada, já dariam 120 gigabytes, suficientes para contar a história do mundo. O que será que contêm?

As três apostilas que listavam empresas citadas na Lava Jato poderiam ser normais também – o executivo pode ter mandado alguém listar todas elas para que ele se inteirasse melhor dos casos. Mas e essa referência à embaixada brasileira em Abu Dhab nos Emirados Árabes ligada às apostilas? O jornal não esclarece a relação, mas é intrigante.    

Mas agora é que vem a parte mais saborosa. Foram apreendidos 42 contratos de financiamento entre o BNDES e países estrangeiros, nos quais a construtora participa. Vejam bem: 42 contratos e não esses três ou quatro que são sempre citados. E  são os mesmos que o BNDES não quer mostrar pra ninguém, pois revela a nota seguinte que entre eles estão 21 de Angola, 8 da República Dominicana e 4 de Cuba, além de documentos sobre as obras do porto de Mariel.

Ou seja, a Justiça está de posse do chamado “filé” da investigação. Está tudo lá e talvez seja esse fato – e não possíveis delações premiadas ou denúncias do pai do empresário – que esteja deixando a cúpula petista tão nervosa nos últimos dias. Nervosismo esse que já fez Lula não só falar que será o próximo alvo da Lava Jato, como fez com que ele também descesse a lenha na criatura que inventou e conseguiu colocar na presidência da República.

Os próximos meses – ou semanas – podem ser de revelações altamente comprometedoras para a quadrilha que se instalou no poder desde 2003. 

terça-feira, 23 de junho de 2015

Tirando da reta

O ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin, a quem o Planalto culpa pelas pedaladas fiscais, já tratou de tirar o seu da reta também, tal como Dilma Rousseff. Ele acusa os bancos que ainda não se defenderam, mas quando fizerem, provavelmente culparão FHC ou D. João VI. A reportagem é do Estadão de hoje.

Arno diz ao TCU que seus atos tinham ‘qualidades e roupagens da licitude’

Adriana Fernandes, João Villaverde - O Estado de S. Paulo

Apontado como o principal autor das pedaladas fiscais, o ex-secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin nega oficialmente qualquer ilegalidade nos atrasos no repasse de recursos públicos a bancos. Em sua defesa entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada, à qual o ‘Broadcast’, serviço em tempo real da ‘Agência Estado’, teve acesso, Augustin transfere para os bancos a responsabilidade do pagamento das despesas de seguro-desemprego, abono salarial e Bolsa Família. 

O ex-secretário diz que não era de sua competência executar, realizar e fazer pagamento dessas despesas pelas instituições financeiras. Na sua defesa, reforça a tese de que os seus atos administrativos como secretário do Tesouro possuíam todas as “qualidades e roupagens da licitude”.

“Não era de minha competência a execução, realização e pagamento das despesas do seguro-desemprego e abono salarial, e que se houve decisão do pagamento dessas despesas pela instituição financeira sem o recebimento prévio dos recursos financeiros, isso decorreu da geração e/ou envio de arquivo eletrônico a cargo do Ministério do Trabalho ou da própria Caixa, o que possibilitou a realização dos pagamentos aos beneficiários finais do programa, não devendo ser a mim imputada tal responsabilidade haja vista que não sou e nunca fui executor/gestor das despesas do seguro-desemprego e abono salarial”, relata Augustin. 

A Caixa informou que não comentará os argumentos do secretário. Também procurado pela reportagem, o Ministério do Trabalho não respondeu até o fechamento desta edição.

A mesma tese é apresentada para o caso do programa Bolsa Família. Além de não assumir responsabilidades pelos pagamentos, Augustin fala em fragilidades na argumentação do TCU e reforça a defesa de que os atrasos do Tesouro à Caixa não constituíram uma operação de crédito.

O tribunal entendeu o contrário, seguindo o parecer do Ministério Público (MP) junto ao TCU: para eles, uma operação de crédito foi criada entre a União e os bancos públicos, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Augustin também cita, na sua defesa, nota técnica, datada do dia 30 de dezembro de 2014, em que afirma que a autorização final para liberação de recursos do Orçamento é de responsabilidade do secretário do Tesouro Nacional. O Broadcast apurou que a inclusão dessa nota visa a proteger seus principais auxiliares à época, que também foram arrolados no processo. A nota foi interpretada pela oposição como uma tentativa da Advocacia-Geral da União (AGU) de eximir de responsabilidade a presidente Dilma Rousseff. Mas, na defesa, Arno não assume a existência de pedaladas.
As dívidas acumuladas pelo Tesouro com o Banco do Brasil e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para garantir o crédito subsidiado concedido por esses bancos ficaram igualmente conhecidas como “pedaladas”. E também são alvo da defesa do ex-secretário. 

Augustin reconheceu que o governo está inadimplente com esses bancos, mas sustenta que esses atrasos não se configuram operação de crédito. “(...) quando deixou de cumprir, a União tornou-se simplesmente inadimplente com os bancos credores da subvenção, em virtude de descumprimento de dispositivo normativo (portaria) e não contratual”, argumentou.

Ao longo de toda a defesa, de 123 páginas, não faltam menções a períodos anteriores a 2003, de forma a mostrar que a prática também ocorreu no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que governou de 1995 a 2002. “Em que pese reconhecer a importância de que possam ser aperfeiçoados os procedimentos de execução financeira, em todas as situações apontadas como ilegais ou irregulares pelo TCU, busquei ser zeloso na execução de minhas atribuições, em cumprimento aos dispositivos que regem o sistema de programação orçamentária e financeira, o que reveste meus atos de boa-fé”, escreve em sua defesa.

A defesa de Augustin é uma das 17 entregues por autoridades do governo ao TCU, que condenou as “pedaladas” em decisão unânime após julgamento em abril. As defesas foram entregues ao relator do processo, ministro José Múcio Monteiro, do TCU, a quem cabe analisar a atribuição de responsabilidade pelas práticas.

As pedaladas fiscais foram os atrasos propositais do Tesouro Nacional no repasse de recursos públicos para bancos e autarquias de forma a melhorar artificialmente as contas públicas. Ao apresentar despesas federais menores do que deveriam ser, devido aos atrasos, o Tesouro esperava melhorar o humor do mercado.

Reveladas pelo Estado há um ano, as pedaladas foram comprovadas por auditores do Tribunal de Contas da União (TCU), que investigaram documentos, contratos e ordens de pagamentos do Tesouro junto à Caixa Econômica Federal, ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), ao BB, BNDES e ministérios do Trabalho, do Desenvolvimento Social e das Cidades. O relatório foi acatado de forma unânime pelos ministros do TCU em julgamento em abril.

O governo ingressou com um recurso ao mesmo tempo em que as 17 autoridades culpadas pela prática das pedaladas fiscais entregaram suas defesas. As decisões finais cabem ao TCU, no âmbito administrativo, e ao Ministério Público Federal, que também investiga as pedaladas fiscais.

Além disso, a oposição entrou com ação penal contra a presidente Dilma Rousseff por conta das pedaladas fiscais na Procuradoria-Geral da República (PGR). Assinada pelo jurista Miguel Reale Jr., a ação afirma que o governo infringiu o artigo 359-A do Código Penal que exige que uma operação de crédito feita por um gestor público precisa passar por autorização legislativa. 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A safadeza de Lula não tem limite


Hoje, ao lado do ex-primeiro-ministro espanhol Felipe Gonzalez, Lula disse que o PT está velho, perdeu a utopia e seus companheiros “só pensam em cargos, em empregos, em ser eleito”.  

Ao atribuir aos “companheiros” os defeitos que ele vê no PT, Lula parece se esquecer que ele comandou o partido desde seu nascimento e os problemas que enfrenta hoje foram todos costurados por ele e sua turminha. O homem é mesmo safado ao extremo.

Não foram poucos os discursos em que ele pregava a luta de classes, a ideologia atrasada, mentia sobre seus feitos e louvava o preconceito, acusando elites de querer tirar o PT do poder. Enquanto isso, criava uma elite financeira dentro do partido e favorecia as elites verdadeiras, políticas e empresariais, promovendo promíscua relação entre elas e os cofres públicos. Suas alianças com a oligarquia política do Brasil, representada por Sarney, Collor e outros é bem um exemplo de que Lula jamais teve pudor em se aliar à podridão nacional para se manter no poder. Não poderia, agora, reclamar que “companheiros” fazem o mesmo.

A utopia que ele diz perdida se foi na Carta do Recife, em 2002, quando o partido abriu mão dos ideais socialistas e louvou o liberalismo econômico iniciado por Fernando Henrique como forma de chegar ao poder. Claro que a perda dessa utopia foi boa para todos os brasileiros, pois seria uma desgraça muito maior ver o Brasil encarar um regime que não deu certo - e continua não dando – em lugar nenhum do mundo.

Por isso Lula não pode dizer que o PT perdeu a utopia: os 12 anos e meio no poder mostraram que a utopia, na verdade, jamais existiu, pois nunca houve qualquer projeto para tanto. A falta dele se traduziu no que foi feito na economia. Medidas imediatistas, que garantiam votos ou adiavam problemas, se acumularam tanto que estouraram neste 2015, de PIB negativo, de recessão, inflação alta, desemprego crescente e descrédito internacional.

Lula mente descaradamente e tenta agora ver defeitos novos onde eles são velhos. Tenta culpar um governo que seguiu à risca tudo que ele fez e mandou fazer e que só deu certo por um breve tempo, enquanto o mundo comprava à farta nossas commodities.

O verdadeiro modo de governar do PT se deu no primeiro mandado de Dilma: gastos faraônicos, maquiagem contábil de todas as maneiras possíveis, pedaladas fiscais, uso criminoso da máquina e do dinheiro público, investimentos absurdos e mentiras emolduradas pela propaganda totalmente enganosa. Um dia a casa cairia. E, com a casa no chão, Lula tenta se safar. Não vai: o maior culpado e tudo é ele mesmo. 

Factoide de Hélio provoca confusão no PDT

Apesar de ter escrito em sua página no Facebook que voltava para a politica campineira na presidência do PDT referendado por instâncias superiores do partido, ainda não se sabe ao certo se o ex-prefeito Hélio de Oliveira vai mesmo reassumir o cargo. O ex-presidente do partido, Pedro Serafim, afirmou que já pediu desfiliação e há três meses vem conversando com o PRB para fazer parte de seus quadros. Mas, segundo o Correio Popular, fontes ligadas ao partido dizem que Serafim foi expulso do PDT. E o setor jurídico do partido, ainda segundo o jornal, vai se reunir para saber o que aconteceu para que Serafim fosse expulso.

É muita confusão, certo? Como o setor jurídico do partido não sabe quem é o presidente atual e nem o motivo pelo qual o ex-presidente foi expulso?

De resto, a “volta” de Hélio à cena política é mais um factoide que ele prega na cidade, como muitos, aliás, durante seu governo. Ele chegou a escreve que "há muito preconceito contra ele". Errado. Ele foi eleito e reeleito em Campinas. O que há agora é um pós-conceito: seu governo foi o mais corrupto na história de Campinas, por isso ele foi afastado do cargo. 

Cassado por corrupção e com os direitos políticos suspensos por oito anos, ele não pode concorrer à eleição do ano que vem. Se pudesse, a possibilidade de ser eleito era bem pequena. Mas é bom que não possa: se a Justiça permitisse que figuras nefastas como essa participassem de eleições novamente, antes de cumprir a sentença da cassação, seria um péssimo exemplo para todos. 

Aquilo deu nisso

Lembram da Dilma discursando eufórica,  em rede nacional, dizendo que ia baixar o valor de todas as contas de luz? Ela baixou mesmo, mas o negócio era mais um golpe eleitoral. Alguém teria de pagar depois e, claro, não seria ela com seus 39 ministérios. A conta estourou antes mesmo da posse para um novo mandado, para o qual, diga-se, o conto do vigário da conta de luz muito contribuiu enganando trouxas e pobres por aí.

Agora, com o valor real da conta, o brasileiro está pagando o engodo aplicado à nação. Ou melhor: não está conseguindo pagar. 13,97% a mais dos consumidores estão dando calote este ano nas contas de luz em comparação com o ano passado. E esse número tende a aumentar com o aumento do desemprego e da inflação, pois enquanto um deixa o trabalhador sem perspectivas a outra corrói o pouco que se tem para sobreviver.


E para quem ninguém se esqueça de mais essa monstruosa mentira aplicada pelo PT ao Brasil, segue o vídeo produzido pelo enganador-mór da nação, João Santana. O discurso, aliás, contém mais enganações: fala que o governo vai baixar os juros e diminuir a inflação. Foi exatamente o contrário. Só isso, num país sério, já daria cassação de mandato.


domingo, 21 de junho de 2015

Um pesadelo volta à cena em Campinas


Leio no portal do Correio Popular que o ex-prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, cassado por corrupção, reassumiu hoje, domingo, a presidência do PDT de Campinas. Ele volta ainda no eco do pedido feito pelo Ministério Público, de 450 anos de prisão para sua mulher, Rosely dos Santos, ex-chefe de Gabinete do governo dele, na esteira do famoso Caso Sanasa, o maior escândalo de corrupção de Campinas. 

A investigação do escândalo, feita pelo Ministério Público, não incluiu o então prefeito para que o processo não fosse levado diretamente à segunda instância. Mas Hélio era tão parte do esquema quanto sua mulher e a Câmara de Vereadores tinha certeza disso, tanto que o cassou por corrupção. Seu vice, Demétrio Vilagra (PT) também teve o mesmo destino, comprovadas que foram, para a Câmara de Vereadores, suas participações nas negociatas. E para ele o MP pediu “apenas” 300 anos de prisão.

Hélio diz, em sua página no Facebook, que teve apoio da cúpula nacional e estadual do PDT par voltar ao cargo no partido. Para o PDT a volta do prefeito cassado pode significar um pouco mais de visibilidade em algumas regiões de Campinas, principalmente no Campo Grande, onde Hélio realizou obras, garantidas por generosas verbas que o governo Lula enviava para cá, que cativaram o eleitorado de lá. Mas para o resto de Campinas trata-se apenas de um pesadelo voltando à cena. De um passado que o campineiro não quer viver de novo.

Em tempos de caça aos corruptos de todas as áreas do poder, é até bom que o nome do “doutor" Hélio volte ao noticiário. Ele poderá ser citado com mais clareza como exemplo de um governo corrupto. E às vésperas de uma sentença que deve ser dura contra a mulher, considerada pelo MP a chefe da quadrilha que tanto roubou de Campinas durante o governo do “doutor” Hélio, fica mais fácil para o eleitor comum identificar quem se esconde atrás de um discurso populista, confuso e mentiroso e que chefiou uma administração que envergonhou todos os cidadãos honrados de Campinas.

Vamos todos às rua derrubar o PT!!!


Lula e o PT colhem o que plantaram



As últimas declarações de Lula sobre “volumes mortos” chamaram a atenção de todos. Realmente ele acertou ao dizer que tanto ele quanto o PT e a própria Dilma estão no volume morto de um governo que fez muita coisa errada desde 2003, explodiu em 2014 e ainda não conseguiu entrar em 2015. E não se sabe se conseguirá.

Mas outras frases de Lula ditas no mesmo encontro têm também suma importância para descrever o petismo, o lulismo ou seja lá qual for o apelido que esses negros tempos na política brasileira receberão dos futuros historiadores. Quando disse que “via um mau humor na sociedade”, Lula acrescentou: “Jamais vi o ódio que está na sociedade. Companheiro do PT não podendo entrar em restaurante."

Pois é. Há dois fatos que se combinam para que Lula perceba “ódio” na sociedade contra “companheiro do PT” até em restaurantes.

O primeiro deles é que a classe média, ou pelo menos boa parte dela, acordou para a realidade. Acostumada a levar o país nas costas com seu trabalho, pagando elevados impostos e sendo o filé da força de consumo, a classe média percebeu, talvez informada não só pela grande imprensa (aquele que o PT apelidou de “golpista”), mas também pela elevado acesso  às redes sociais facilitado pelos avanços tecnológicos que provocaram barateamento dos equipamentos todos, a classe média percebeu que estava na hora de demonstrar sua insatisfação com a corrupção desenfreada, com a violência, com os péssimo serviços públicos e com um governo que fazia o contrário do dizia.

Por exemplo: as várias atitudes do governo petista em direção à esquerda, principalmente o apoio a ditaduras e a autoritários governantes, como Maduro e os irmãos Castro, causaram e causam profunda consternação numa classe média mais informada, que passou a encarar o PT coo sinônimo de corrupção e, pior ainda, de ditadura.

O débâcle da economia veio completar o quadro: com o salário não sendo suficiente para fazer frente às mesmas despesas de meses atrás, findou-se o estado de receio ao protesto contra o PT.
Mas há um segundo motivo, também plantado pelo PT e, principalmente por Lula, que ajudou, e muito, a criar o clima de “ódio”. Esse motivo começou a se concretizar nos discursos petistas mesmo antes do primeiro mandato de Lula, ao considerar que os adversários do PT eram, primeiro a “burguesia”, depois “as elites” com sua variável “branco, loiro de olhos claros”.

Além disso, toda vez que se sentia acuado por denúncias de corrupção, por exemplo, Lula dizia que havia uma campanha dos ricos contra o pobre PT, que “as elites” não se conformavam de um operário ter chegado ao poder e outras bobagens e mentiras que ainda hoje inundam esses demagógicos discursos da esquerda.

Esse ódio que Lula cevava para justificar denúncias contra ele e seu partido acabou, de tão absurdo que era, virando-se contra os petistas. E a cada denúncia de corrupção, a cada valor milionário de propinas retiradas dos cofres públicos e distribuídas entre os aliados, a cada baciada de carros de luxo encontrados em mansões e grandes apartamentos em áreas nobres, o ódio da classe média que, repito, carrega o país nas costas, aumentava.  

E esse ódio acabou dando coragem ao brasileiro comum de vaiar um petista que entre no mesmo restaurante que ele. A vaia é protesto que estava calado na garganta de muita gente que hoje se sente enganada pelo PT. A classe média descobriu que trata-se de um partido que, e isso alguns analistas inclusive esse blogueiro vêm dizendo há tempos, jamais esteve interessado no desenvolvimento real do Brasil. Ao PT sempre interessou apenas a manutenção do poder e, para tanto, não se importou em fazer acordos com que chamava há pouco tempo de ladrão, de roubar bilhões dos cofres públicos e manter, via programas sociais, uma reserva eleitoral que, saindo da miséria e se mantendo na pobreza, lhe garantia a perpetuação no poder.

A pesquisa Datafolha, publicada neste domingo, mostra que os graves erros na condução da economia estão acabando também com essa reserva eleitoral. Uma eleição hoje aponta Lula em segundo lugar, dez pontos percentuais atrás de Aécio.

É o ódio pregado por Lula se voltando contra ele e se materializando na hostilidade nos restaurantes e no voto para a oposição. Talvez seja esse o real começo do fim do PT. 

sábado, 20 de junho de 2015

A "pátria educadora" corta recursos das universidade federais

Essa é a “pátria educadora” que a Dilma prometeu na campanha? Eu não me surpreendo porque aprendi que promessa de petista é campanha é bravata, é balela, é mentira. A reportagem é do jornal O Estado de S. Paulo

Governo corta 47% dos investimentos previstos para as federais

Victor Vieira - 20 Junho 2015

Obras e compras de materiais vão perder R$ 1,2 bilhão dos R$ 2,59 bilhões reservados para as 63 instituições de ensino neste ano

São Paulo - O Ministério da Educação (MEC) cortou em 47% os investimentos nas 63 universidades federais do País em 2015. Esses recursos são usados em obras, além da compra de computadores e móveis, por exemplo. A medida faz parte do ajuste de contas feito pelo governo federal desde o início do ano. Segundo gestores de universidades ouvidos pelo Estado, a redução será de cerca de R$ 1,2 bilhão.

No Orçamento de 2015, a previsão era de R$ 2,59 bilhões para investimentos, segundo cálculos dos gestores. Agora, o limite para gastos nessa categoria é de R$ 1,34 bilhão. A assessoria de imprensa do MEC disse que o limite das despesas de investimento neste ano seria 73% do que foi reservado pelo governo para gastos (empenhado) em 2014, mas não detalhou cifras.

O secretário de Educação Superior da pasta, Jesualdo Farias, confirmou o corte de 47% ao Estado. “Vamos trabalhar, primeiro, para que todas as obras que estão sendo realizadas sejam concluídas”, disse. “E com a perspectiva de adiar novas obras, de forma que não comprometa cursos que estão em funcionamento.”
Segundo Farias, serão feitas nas próximas semanas reuniões com cada um dos dirigentes das instituições para definir prioridades. “O orçamento de 2015 não vai poder cobrir todas as demandas. Vamos programar uma parte para este ano e outra para 2016”, explicou. No ano passado, segundo balanço do MEC, havia 456 obras em execução nas federais. 

Soraya Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e outros dirigentes da instituição publicaram nesta quinta-feira, 18, uma carta de protesto contra os cortes, classificados como “violentos”. A perda de recursos para investimentos na Unifesp será de aproximadamente R$ 25 milhões. 

Segundo Soraya, o corte pode comprometer a reforma da biblioteca e dos laboratórios da instituição, a construção do campus na zona leste e a compra de equipamentos para o segundo prédio do Hospital São Paulo, já em fase final de construção, mas com um ritmo mais lento. Também podem ser prejudicadas as obras em prédios dos campus de Diadema e de Osasco, esperadas há mais de cinco anos. 
A Unifesp aumentou em 825% o total de alunos entre 2004 e 2014, mas foi alvo de críticas por criar novas vagas e faculdades sob condições precárias. “Ao fazermos as reformas em passo mais lento, adiamos a consolidação dessa expansão”, criticou Soraya. “E também a continuidade da expansão.”

Segundo Jesualdo Farias, secretário do MEC, serão priorizadas as federais em maior dificuldade. “A expansão vai continuar, mas no ritmo que o orçamento permite”, disse. A partir de julho, acrescentou, os repasses de dinheiro para investimentos serão normalizados. 

O decano de Planejamento e Orçamento da Universidade de Brasília (UnB), César Augusto Silva, também lamentou a perda de recursos, estimada em R$ 31 milhões na instituição. “O grande problema é que ficamos até o meio do ano sem saber o que seria cortado”, reclamou.

De acordo com ele, devem ficar prejudicadas as obras do novo prédio da Faculdade de Medicina e a restauração do Instituto Central de Ciências, conhecido como Minhocão, principal prédio do câmpus. 

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) informou, em nota, que o montante de investimentos da instituição para este ano não foi definido. Como foram contratados antes do corte de verbas, os editais em andamento serão mantidos. Novos projetos, afirmou a reitoria, devem ter a licitação concluída apenas em 2016. 

O MEC afirmou ainda, também em nota, que “priorizou as despesas de custeio das universidades”. Segundo a pasta, o limite de empenho para 2015 ficará 4% maior quando comparado com os valores empenhados no ano passado. Acrescentou ainda que o orçamento das 63 federais saltou de R$ 8,6 bilhões, no ano passado, para R$ 9,5 bilhões neste ano.