A Câmara Federal vive momento surrealista. O governo
petista, comandado (oficialmente, pelo menos) por Dilma Rousseff, elaborou
medidas provisórias que, considera o governo petista, são necessária para que o
Brasil inicie uma recuperação do estrago feito pelo... governo petista.
Só esse
fato já demonstra alguns absurdos: o governo petista cometeu erros infantis –
além de demagógicos, populistas e corruptos ao extremo – na condução da
economia do país.
E quando cometia todos eles foi abundantemente avisado dos
erros e crimes, mas nada fez para impedir que o país caminhasse para o abismo
econômico em que se meteu. E, jurando por todos os deuses que estava tudo bem e
que não havia nada sendo urdido para mudar a situação (estava tudo bem, ora
pois!) acabou por assinar medidas que são justamente aquelas que a campanha
eleitoral do governo petista acusava que a oposição iria tomar caso fosse
eleita.
Bom, além desse quadro totalmente irreal, podre mesmo,
próprio de um governo, no mínimo, infantil e, no máximo, desonesto ao extremo,
o partido do governo petista, conhecido como PT, se recusa a votar a
favor das medidas que prejudicam trabalhadores, mas que, no entender do governo
petista, são necessárias para tentar consertar o estrago feito pelo governo
petista, que teve a aprovação, nos últimos 12 anos, do PT.
O PT não fechou questão sobre as medidas do ajuste fiscal
elaboradas pelo governo do PT. E quer que o PMDB, aliado fiel nos últimos 12
anos, se encarregue de aprovar, junto com outros votos da base aliada, o pacote
amargo de medidas do governo do PT.
Pior: no programa obrigatório do partido, ontem à noite na
televisão, acompanhado por formidável panelaço de protesto, o PT criticou
violentamente as medidas do governo do PT, demonizando a priori os deputados
que poderiam votar a favor do pacote.
O fiel aliado é fiel aliado, mas não é burro. Sabe que pode ficar com o ônus da aprovação e vai sofrer críticas que terão reflexos nas ruas e
nas urnas, enquanto o PT, posando de oposição ao governo do PT, quer ficar com
o bônus, numa atitude (ou em mais uma, entre tantas) de extrema desonestidade.
O PMDB, claro, está berrando na sessão da Câmara desta
quarta-feira, que se o PT não fechar questão – o que obrigaria todos os seus
deputados a votarem a favor do pacote do governo do PT – ele não vai se colocar
a favor das medidas. E aí o pacote não será aprovado e o governo do PT vai cair
numa depressão econômica. Por causa do PT.
O PT, de tão desonesto, acabou criando uma enorme armadilha
para ele mesmo. Se não votar as medidas,
o que resta do governo petista vai derreter. Se votar, o PT vai ficar com a
marca de ser contra os trabalhadores. Bem feito!
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