sexta-feira, 8 de maio de 2015

Projeto de lei da Prefeitura de Campinas recebe críticas

Até perto do fim deste mês de maio, está na Câmara de Vereadores de Campinas para receber sugestões, um Projeto de Lei Complementar (PLC) que “dispõe sobre a aprovação responsável de projetos de construção de edificações unifamiliares e de comércio de pequeno porte.” Se virar lei, a Prefeitura, autora do projeto, jura que ele vai facilitar a liberação de obras na cidade – casas e pequenos comércios – acabando com a demora na aprovação de plantas que tanto atrasa e irrita os cidadãos que querem construir.

Apesar de ter o propósito de agilizar a liberação, a lei exigirá nada menos que 9 itens de documentos, que vão desde  um “requerimento próprio” até um “documento de Informação Cadastral devidamente protocolizado junto à Secretaria Municipal de Finanças”, passando por “três vias da planta simplificada, declaração de responsabilidade, devidamente preenchida e assinada com reconhecimento de firma dos declarantes, termo de compromisso quanto à obrigatoriedade de utilização de madeira legal nas obras, declaração de movimentação de terra nos termos da regulamentação estabelecida para o licenciamento ambiental etc. Ou seja, é pra simplificar, mas é complicado também.

E, infelizmente, o problema não é só esse. Alguns técnicos e empresários do setor imobiliário torceram o nariz perante essa novidade. Isso porque, para eles, não adianta querer simplificar algumas construções se, de qualquer modo, elas estarão sujeitas aos “termos das Leis Municipais nº 6.031, de 28 de dezembro de 1988, nº 9.199, de 2 de dezembro de 1996, e nº 10.850, de 7 de junho de 2001”, como diz  o PLC em seu artigo primeiro.

E a legislação atinente, segundo eles, é cheia de “subjetividades” que atrasam, sempre, qualquer obra. “Essas subjetividades abrem brechas na legislação quando colocam que determinadas etapas da construção serão aprovadas ou permitidas ‘dependendo de análises específicas’, ‘a critério da comissão’ ou ainda que ‘podem ser exigidos estudos posteriores’”.

O que seria necessário, hoje, para Campinas, segundo os técnicos e empresários, seria fazer leis claras, sem subjetividades que, ao serem cumpridas, não deixariam qualquer margem a dúvidas e análises posteriores. Isso porque, diz um deles, “não adianta aprovar mil legislações simplificando tudo quando a lei está errada. Com uma lei clara não precisaria simplificar nada.”

Essa clareza na lei vai torná-la de fácil entendimento de todos e, consequentemente, autoaplicável, sem depender de nenhuma “mumunha”, interpretação, comissão ou favor. E, claro, completa, “sem facilitar outros favores não republicanos”. Mais especificamente, ele diz que se a lei fosse clara, e não cheia de meandros como é atualmente, “as análises seria mais fáceis e, consequentemente, rápidas e ágeis.”

Resumindo: a intenção da Prefeitura com esse Projeto de Lei Complementar pode até ser boa, mas não resolve, de maneira nenhuma, os problemas do setor da construção civil em Campinas.

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