O panelaço durante o programa do PT na televisão foi mais uma mostra de
que, pelo menos nos grandes centros e dentro da enorme classe média (invenção
do PT, quem ganha mais de 300 reais por mês é classe média) não há mais clima
para que um partido desonesto, mentiroso e corrupto continue existindo. Não, o
PT não vai acabar, como vaticinou o deputado Carlos Sampaio (PSDB) em frase que
se tornou famosa em minutos nas redes sociais. Mas vai ficar do tamanho que merece
se perder o poder, pois o que fez e ainda faz enquanto governo, finalmente está
sendo bem divulgado e está estarrecendo a população brasileira.
Estarrecimento que, modéstia à parte, alguns jornalistas e
blogueiros já previam e denunciavam há tempos. Pra se ter uma ideia mais
precisa, assumi a coluna Xeque Mate do Correio Popular em 2001, quando o PT
assumiu o governo de Campinas. Durante os nove meses que Antonio da Costa Santos
foi o prefeito, fiz uma oposição mais programática que específica: discordava
da ideologia e dos rumos que essa ideologia de esquerda poderia impor à cidade.
Respeitava o prefeito. Com sua morte e a tomada do poder pelo grupo de Renato
Simões (então deputado estadual, mas líder da tendência à qual pertencia a
vice, Izalene Tiene, ela mesma uma subordinada de Simões na hierarquia da
tendência), as coisas pioraram muito e não dava mais para manter a crítica
apenas no nível programático. A roubalheira aliada à incompetência nos deu um
retrato do que seria o governo Lula que tomaria posse menos de 3 anos depois.
Lia muito, à época, Reinaldo Azevedo, que conheci da revista
e do site Primeira Leitura e, através dele, cheguei a outros oposicionistas à ideologia totalitária de esquerda que previam o desastre que seria, depois da
era FHC e com o Brasil pronto para se desenvolver de forma sustentável, um governo
dominado por um partido cujo projeto único era se manter no poder e, se possível,
destruir tudo que havia sido feito nos últimos oito anos.
Mas Lula se tornou palatável só depois que contratou Duda
Mendonça para marqueteiro e assinou a Carta do Recife, onde se comprometia a
manter as conquistas econômicas, a manter o país no capitalismo e renunciava a
golpes de esquerda.
Mas, passados 12 anos e alguns meses, o estrago aí está.
Tudo que temíamos hoje faz parte do temor acho que da maioria da população. O
PT estragou o Brasil, promoveu lutas de classes, de gêneros e de raças, acirrou
as diferenças para dividir e poder governar, transformou a corrupção – que no
Brasil nunca foi pequena – em uma gigantesca instituição do poder e conseguiu transformar – por incompetência e
roubalheira – em quase um lixo a maior empresa do Brasil.
Se levarmos em conta também os estragos institucionais – o
aparelhamento do STF, do STJ, a divisão na PF, o fim das agências reguladoras
que hoje são apenas cabides de empregos para a tralha petista, a promoção de
programas de ensino que enriquecem empresários do setor, mas não melhoram o
ensino, a enorme dívida externa e interna, a volta da inflação etc. – vamos chegar
à conclusão que a continuação desse governo até 2018 será uma tragédia para o Brasil,
mesmo que o ministro da Fazendo consiga impor o ajuste fiscal anunciado.
Porque o problema maior do Brasil, hoje, é de confiança. A
grande maioria dos eleitores brasileiros não consegue mais confiar num partido
que tanto roubou e que, hoje está provado, desgraçou o Brasil. A própria figura de Lula vem sendo, finalmente, desconstruída
em público, mercê sua arrogância, sua prepotência e suas mentiras, hoje
desmascaradas nas redes sociais e pela boa imprensa que o Brasil ainda possui.
Falta muito ainda para que o PT seja tão pequeno quanto sua
moral, seja tão insignificante quanto os partidecos de esquerda que vicejam por
aí parados no tempo e no espaço, mas o caminho está dado: é o eleitor que vai
mandar essa praga que quase dominou o Brasil para o ostracismo de onde nunca
deveria ter saído.
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