Ferrovia Transnordestina com obras paradas: era para ser inaugurada em 2010... |
Não foram só alguns fundos de pensão de estatais do Brasil
que, sob o comando de petistas, embarcaram nesse engodo chamado Venezuela. A
visita do premiê chinês, Li Keqiang, ao Brasil, Colômbia, Chile e Peru na próxima semana
tem como um dos objetivos reforçar laços de investimentos com esses três
países. Isso porque a China jogou quase US$ 60 bilhões na aventura venezuelana.
E, como os fundos de pensão brasileiros, vai perder muito desse dinheiro.
Por isso a China, agora vacinada contra o mico do “bolivarianismo
socialista”, está visitando, além do Brasil, Chile, Peru e Colômbia, exatamente
os países que têm uma política econômica mais liberal no continente (o Brasil entra
no rol por causa de Joaquim Levy, não de Lula e Dilma, diga-se). E chega ao
Brasil com poder para acertar investimentos aqui de até US$ 53 bilhões,
incluindo aí uma enorme ferrovia que ligaria o Brasil ao Pacífico e diminuiria
o preço de nossas exportações para a Ásia.
É um grande negócio, mas talvez nem seja o maior que a China
fará aqui, já que a ferrovia está orçada por um valor entre US$ 4,5 e US$ 10
bilhões.
Mas pode dar tudo errado. Isso porque a China vai perceber que
a legislação ambiental aqui é muito diferente da chinesa onde, nos grandes
centros, há dias em que todos têm de sair de máscara por causa da poluição. A
ferrovia pretendida cortar a Amazônia e, só por isso, já dá pra prever uns dez
anos de embates na Justiça.
Mas esse é o lado bom, afinal, preservar a floresta ou
explorá-la de modo sustentável faz bem aos brasileiros e ao planeta.
Há o lado obscuro das obras públicas brasileiras. Os
chineses, que costumam construir metrôs e hidrelétricas em tempo recorde e
condenar à morte os corruptos que são descobertos, perceberão que aqui as obras
só começam depois de acertadas as “comissões”. E, mesmo depois de acertadas, há
os “aditivos” que o contrato sofrerá a cada cinco ou seis meses de obras. Sem
contar que, no Brasil, obras costumam começar sem um projeto executivo
definitivo, para o preço ir crescendo à medida que se “descobrem” novas necessidades
não previstas no projeto original.
Assim, uma obra pública orçada em R$ 1 bilhão, por exemplo,
não sai por menos de R$ 5 bilhões. Isso quando fica pronta. Há muitas delas
espalhadas pelo Brasil que, mesmo com o preço quintuplicado, ainda estão longe
da festa da fita inaugural, se é que algum dia chegarão lá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário