quarta-feira, 13 de maio de 2015

Os chineses estão chegando

Ferrovia Transnordestina com obras paradas: era para ser inaugurada em 2010...

Não foram só alguns fundos de pensão de estatais do Brasil que, sob o comando de petistas, embarcaram nesse engodo chamado Venezuela. A visita do premiê chinês, Li Keqiang, ao Brasil, Colômbia, Chile e Peru na próxima semana tem como um dos objetivos reforçar laços de investimentos com esses três países. Isso porque a China jogou quase US$ 60 bilhões na aventura venezuelana. E, como os fundos de pensão brasileiros, vai perder muito desse dinheiro.

Por isso a China, agora vacinada contra o mico do “bolivarianismo socialista”, está visitando, além do Brasil, Chile, Peru e Colômbia, exatamente os países que têm uma política econômica mais liberal no continente (o Brasil entra no rol por causa de Joaquim Levy, não de Lula e Dilma, diga-se). E chega ao Brasil com poder para acertar investimentos aqui de até US$ 53 bilhões, incluindo aí uma enorme ferrovia que ligaria o Brasil ao Pacífico e diminuiria o preço de nossas exportações para a Ásia.

É um grande negócio, mas talvez nem seja o maior que a China fará aqui, já que a ferrovia está orçada por um valor entre US$ 4,5 e US$ 10 bilhões.

Mas pode dar tudo errado. Isso porque a China vai perceber que a legislação ambiental aqui é muito diferente da chinesa onde, nos grandes centros, há dias em que todos têm de sair de máscara por causa da poluição. A ferrovia pretendida cortar a Amazônia e, só por isso, já dá pra prever uns dez anos de embates na Justiça.

Mas esse é o lado bom, afinal, preservar a floresta ou explorá-la de modo sustentável faz bem aos brasileiros e ao planeta.

Há o lado obscuro das obras públicas brasileiras. Os chineses, que costumam construir metrôs e hidrelétricas em tempo recorde e condenar à morte os corruptos que são descobertos, perceberão que aqui as obras só começam depois de acertadas as “comissões”. E, mesmo depois de acertadas, há os “aditivos” que o contrato sofrerá a cada cinco ou seis meses de obras. Sem contar que, no Brasil, obras costumam começar sem um projeto executivo definitivo, para o preço ir crescendo à medida que se “descobrem” novas necessidades não previstas no projeto original.

Assim, uma obra pública orçada em R$ 1 bilhão, por exemplo, não sai por menos de R$ 5 bilhões. Isso quando fica pronta. Há muitas delas espalhadas pelo Brasil que, mesmo com o preço quintuplicado, ainda estão longe da festa da fita inaugural, se é que algum dia chegarão lá.

Por isso, se os chineses estão chegando com U$ 53 bilhões para despejar aqui, que se preparem: para ver os projetos finalizados, caso o governo continue nas mãos do PT, vão ter que arcar com uns U$ 250 bilhões, no mínimo.

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