quarta-feira, 27 de maio de 2015

OP: a farsa continua

Pelo portal da Prefeitura fico sabendo que a Secretaria de Educação de Campinas prestou contas ao Conselho do Orçamento Participativo, em reunião no Salão Vermelho.  Putz! Essa estrovenga ainda existe?

Explico: o Orçamento Participativo foi criado no governo de Izalene Tiene (PT) e se constituía em reunir grupos nos bairros ou regiões da cidade para que esses grupos listassem as necessidades dos bairros. A lista era levada ao prefeito que, claro, prometia que ia fazer tudo, mas não fazia nada mais daquilo que o dinheiro dava pra fazer e sempre de acordo com os interesses do grupo que estava no poder.

O OP servia também para alavancar lideranças nos bairros – geralmente gente do PT – para se confrontar com as lideranças já existentes e tirar o poder deles. Algumas dessas lideranças criadas pelo OP viraram vereadores.

Acontece que o OP era apenas mais uma instância inútil pra enganar trouxa. O povo se reunia à noite, com sacrifício, falava dos problemas do bairro e no fim a “soberana assembleia” decidia quais demandas iriam constar da lista a ser levada ao prefeito.

Só que essa lista era sempre a coisa mais óbvia do mundo. Lógico: cidades com um monte de carências vão sempre reclamar das mesmas coisas. Então todas as listas dos bairros mais periféricos continham asfalto, esgoto, calçadas, iluminação, posto de saúde, transporte público e segurança. E nos bairros mais centrais os pedidos eram mais áreas de lazer, mais praças, melhoria no trânsito e, claro, mais segurança, sempre.

Na reportagem do portal da Prefeitura, nota-se que as demandas da área são todas para reformas e ampliação de escolas. Oras, qualquer diretora percebe se sua escola precisa de reformas (e deve pedir há séculos sem ser atendida) ou se o número de alunos do bairro já excedeu a capacidade do prédio. Não precisa de uma reunião à noite dos moradores do bairro para descobrir essas necessidades.

E nos bairros em geral, não há nada que um papo de dez minutos com uma liderança do bairro, ou mesmo com um morador, não seja facilmente descoberto. Além do mais, as reivindicações, em sua grande maioria, já estavam no programa de governo do prefeito. O OP era uma farsa. E continua sendo, pois o prefeito só faz o que lhe interessa e o que o orçamento municipal comporta.

Por exemplo: a “revitalização” da Avenida Francisco Glicério – talvez a maior obra até agora desse governo – não estava em nenhuma das chamadas demandas do OP. Mas a Prefeitura, a Sanasa, a CPFL e sei lá quem mais estão gastando vários milhões de reais no treco. Perguntinha: quantas demandas do OP dariam para atender com esses milhões que estão sendo uados para enfeitar uma única avenida no centro da cidade?

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