Pela revista Época, ficamos sabendo que o ex-coordenador da campanha do PT em 2010, Antonio Palocci, então já anunciado como futuro chefe da Casa Civil da eleita Dilma Rousseff , amealhou mais de R$ 12 milhões em “consultorias” que ele, expert em todos os tipos de negócios do mundo, oferecia a preços altíssimos.
Para o leitor ter uma ideia melhor, foi ele, Palocci, quem orientou
o novato e inexperiente Abílio Diniz na
fusão de seu grupo Pão de Açúcar com as Casas Bahia. Recebeu alguns milhões
pela “consultoria”...
Leiam esse trecho da reportagem da Época:
Não se sabe como
Palocci poderia ser tão valioso numa negociação dessa natureza – nem por qual
razão o Pão de Açúcar não o contratara diretamente. Mas ele prestou algum
serviço? A renomada consultoria Estáter, contratada de forma exclusiva
pelo Pão de Açúcar para tocar a fusão, informou ao MPF que, por óbvio, não –
Palocci não prestou qualquer serviço, o que despertou suspeitas entre os
investigadores. Fontes que participaram das negociações confirmaram a ÉPOCA que Palocci
não participou de qualquer reunião, conversa informal ou troca de e-mails
durante o negócio. Em ofício ao MPF, o Pão de Açúcar disse que “em função da
relação de confiança desenvolvida” é comum que os “serviços de assessoria
jurídica sejam contratados de modo mais informal”. Palocci não é advogado.
Procurado por ÉPOCA, o Pão de Açúcar informou que não vai se pronunciar.
Não há dúvida, era propina mesmo, já que Palocci nada fez
para merecer tais pagamentos. Como,
aliás, para outras duas empresas citadas na reportagem, que pagaram, respectivamente,
R$ 4,5 e R$ 2,5 milhões ao moço. Ambas negaram que Palocci lhes tenha prestado
qualquer serviço.
Já pela Folha de São Paulo em sua versão Online, ficamos
sabendo, neste sábado, que a Camargo Corrêa pagou R$ 110 milhões em propinas
para conseguir contratos com a Petrobras, numa denúncia que deixa mais claro
ainda o enorme esquema de corrupção implantado pelo PT. Leiam trecho da
reportagem:
O vice-presidente da
Camargo Corrêa, Eduardo Leite, disse em depoimento prestado em seu acordo de
delação premiada que a empreiteira pagou R$ 110 milhões em propina para fechar
contratos com a Petrobras entre 2007 e 2012.
Desse montante, a
diretoria de Serviços, comandada por Renato Duque nessa época, ficou com R$ 63
milhões, enquanto a diretoria de Serviços, que tinha à frente Paulo Roberto
Costa, levou R$ 47 milhões, segundo Leite.
Confirmando denúncias anteriores, o PT, cujo operador na Petrobras
era Renato Duque – ali colocado por Zé Dirceu -, ficava com a maior parte que
era devidamente repassada ao partido e distribuída entre seus chefes, chefetes
e outros ladrões do dinheiro público. Roberto Costa, que representava o PP, mas
tinha o apoio também do PMDB e do próprio PT, levou parte menor, “apenas” R$ 47
milhões que também devem ter sido divididos entre os ladrões de sempre dos
outros partidos da base do governo petista.
O presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, também é citado
na reportagem. Um trecho de suas revelações é muito interessante: Ao falar sobre as obras conquistadas pelo
cartel, Avancini cita 32 contratos da Camargo Corrêa e diz que todos os
negócios fechados depois de 2007 foram conquistados com pagamentos de propina
para a diretoria de Serviços, de Renato Duque.
Pois é, “todos os negócios fechados depois de 2007” só foram
conseguidos depois de pagar propinas. Essas declarações, feias no âmbito das delações
premiadas, provam, de uma vez por todas, que o esquema era de achaque mesmo: só
fazia negócio com a Petrobras, quem pagasse propina. E não como já andaram
dizendo alguns petistas por aí, que a Petrobras foi vítima das empresas que
corromperam seus funcionários. Foi ao contrário: a Petrobras foi vítima do
esquema petista de corrupção, esquema esse que tinha como objetivo manter a
base aliada com pagamentos frequentes (mensais?) e enriquecer cúpulas
partidárias, principalmente do PT.
Já pelas revistas Veja e Isto É ficamos sabendo que a prisão de Vaccari
atinge frontalmente tanto Lula quanto Dilma. Apesar de a tática da hora ser afastar
Dilma do PT e de Vaccari, já há provas de que o tesoureiro preso do PT era um
dos principais arrecadadores da campanha de Dilma e que tinha tanto caixa 1 –
que ele alega ser a única – como também caixa 2. Leiam um trecho da reportagem da
Veja:
Desde 2003, quando o
PT assumiu o poder, Lula nunca mais soube de nada. No caso do petrolão, não é
diferente. Desde a eleição passada, quando se trata do esquema de corrupção,
Dilma lava as mãos e posa como saneadora da Petrobras. Os dois querem se
afastar de Vaccari, mas as informações colhidas pelas autoridades mostram que o
"mochila" - ou Moch, como o tesoureiro era chamado - é um operador a
serviço dos dois presidentes. Um operador que agora está preso e, na condição
de investigado e encarcerado, tende a aumentar o desgaste da imagem do governo,
do PT e de seus dois principais líderes. No fim do ano passado, o detalhista
Barusco declarou às autoridades que agiu em parceria com Vaccari e o ex-diretor
da Petrobras Renato Duque, a fim de levantar dinheiro sujo para os cofres
petistas. Vaccari nunca explicou por que se reunia tanto com Barusco e Duque, e
sempre insistiu na tese de que as empreiteiras fizeram doações ao partido
dentro da lei. Se no mensalão tudo não passara de "caixa dois", como
alegara Delúbio Soares, o primeiro tesoureiro do PT preso, no petrolão tudo
agora seria "caixa um", ou financiamento legal, na novilíngua de
Vaccari, o segundo tesoureiro do PT preso num prazo de um ano e meio.
Essa versão já havia
sido desmentida por empresários. Eles confirmaram que pagaram propina e que o
tesoureiro usou a Justiça Eleitoral para esconder o crime. A novidade é que
Vaccari, segundo as autoridades, também praticou o bom e velho "caixa
dois", que teria custeado uma despesa da primeira campanha presidencial de
Dilma Rousseff. Ao determinar a prisão dele, o juiz Sérgio Moro relatou
informações prestadas por Augusto Mendonça, executivo da Setal. Um dos
delatores do petrolão, Mendonça disse que, em 2010, Vaccari determinou a ele
que repassasse 2,5 milhões de reais à Editora Atitude, controlada por
sindicados ligados à CUT e ao PT. O dinheiro, de acordo com o delator, foi
descontado da propina que a empreiteira devia ao partido como contrapartida por
contratos na Petrobras. Os pagamentos começaram a ser realizados em junho
daquele ano. Três meses depois de a Setal começar a desembolsar a propina, na
véspera da eleição, a gráfica imprimiu 360 000 exemplares da Revista do Brasil,
edição que trazia na capa a pré-candidata Dilma Rousseff e o título "A vez
de Dilma".
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