A semana começa e nada indica que a crise caminha para um
desfecho melhor para o país. Tenho defendido a saída do PT do poder, seja por
impeachment, seja por julgamento do STF, seja por renúncia ou qualquer outra
via legal, constitucional. Tenho rebatido quem fala em golpe militar (nem pensar!!!)
ou a tal intervenção militar que tem aspecto legal, mas não tem garantia alguma
de que, depois, viraria golpe. E tirar alguém do poder pela força das armas seria
confessar nossa incapacidade civil de resolver nossos problemas políticos. Rebato
dizendo que há mecanismos legais menos
traumáticos para nos livrarmos desse
governo que está desgraçando o Brasil.
Com um governo terceirizado – economia nas mãos de um
liberal tomando medidas que o próprio PT contesta; coordenação política nas
mãos do presidente do PMDB, o primeiro interessado num impeachment; movimentos
levando milhões às ruas pedindo a saída do PT do poder; inflação voltando e não
dando sinais de arrefecimento; desemprego comendo solto; modernização das
relações trabalhistas barradas por retrógrados partidos de esquerda e suas soviéticas
centrais sindicais; e um mar gigantesco de corrupção que cresce a cada dia, a
cada delação premiada. Tudo isso provando que esse governo – e esse partido –
não tem mais a mínima condição de continuar à frente de um país cujo orçamento
já passa da casa do trilhão de reais.
E é nesse cenário, de total ingovernabilidade, que surge o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se colocando contra qualquer processo
de impeachment. Sempre admirei FHC e continuo considerando-o o melhor
presidente que o Brasil já teve. A
campanha que o PT fez e faz para destruir a bendita herança por ele deixada é a
maior prova da qualidade de seu governo.
Mas nessa questão ouso dizer que FHC está pisando na bola.
Até entendo que a preservação dos ritos eleitorais, com
governos sendo eleitos e tomando posse sem qualquer interrupção, é um dos maiores
pilares da democracia. E FHC sempre quis preservar a democracia e jamais
escondeu sua alegria em terminar seu governo e entregá-lo a um presidente
eleito, mesmo que esse eleito fosse o líder da oposição ao seu governo.
Dizer, como ele disse, que impeachment não deve ser uma tese
e que são necessários fatos que comprovem a improbidade ou qualquer outro crime
para que o processo seja instaurado, demonstra, ele que me desculpe, que nosso
grande sociólogo não está acompanhando de perto o governo petista. Uma amiga
postou no Facebook reportagem com FHC contra o impeachment. Comentei, contestando a opinião de FHC, afirmando que Dilma cometeu
crimes sim, pois foi beneficiada com a corrupção, já que políticos foram comprados para dar apoio ao
governo dela, como já havia ocorrido com Lula; usou a máquina pública na
eleição e reeleição; teve caixa 2 já confessado por empresários; seu partido
recebeu dinheiro do exterior durante a campanha, o que é proibido por lei e realizou
as "pedaladas fiscais”, crime previsto na Lei da Responsabilidade Fiscal.
Pois um amigo dessa amiga, que não conheço, também comentou
o post, discordando de FHC e afirmando que “a crise que hoje vivemos (inflação
e desemprego) é a prova de que houve desrespeito à Lei das Diretrizes
Orçamentárias, elaborada exatamente para que o executivo se mantivesse dentro
do orçamento por ele proposto e aprovado pelo Congresso. Isso sem falar em
Petrolão, em uso da máquina pública, mentiras da campanha e por aí vai...”
Vejam só, em apenas duas cabeças, seis motivos para que se
instaure um processo de impeachment, como está previsto na Constituição. Será
que FHC não viu nenhum deles? Acho difícil e não entendo como uma pessoa
esclarecida como ele pode defender a continuidade de um governo que se tornou totalmente
ilegítimo ao mentir descaradamente durante a campanha, ao não cumprir leis
básicas para manter a economia estável, ao mudar uma lei para não ser acusada
de crime de responsabilidade e ao patrocinar ou, no mínimo, ser conivente com uma
corrupção como jamais se viu no Brasil e, arrisco dizer, no mundo, tamanho o
volume da roubalheira só na Petrobras.
Por isso tudo, e por tornar o Brasil um país dilacerado ao
tentar impor uma ideologia de esquerda, por fazer alianças com ditadores e
governantes que tratam a oposição a tiros, por defender governos autoritários e
antidemocráticos, por tentar se perpetuar no poder comprando votos com programas
sociais, e por muito mais, é que defendo o impeachment.
Perfeito!!!
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