quarta-feira, 8 de abril de 2015

Mergulhando nas trevas

Triste é o país em que cientistas precisam pedir, publicamente, proteção contra grupos extremistas.

Pois é o que acontece no Brasil. Em artigo hoje na Folha, três cientistas – Walter Colli, Helena Nader e Jacob Palis Junior – descrevem o trabalho mais recente e de suma importância a para a economia nacional que estão realizando na CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) e, ao mesmo tempo, denunciam a possibilidade de violência (na verdade, a repetição dela) a que estão sujeitos por conta de um grupelho que, absurdamente, os acusa de alguma coisa que é contrária à ideologia que esse grupelho prega e que a quer vendo dominando o Brasil.

Dizem os cientistas: “A CTNBio é um órgão do Estado brasileiro e deve ser respeitada como um conjunto de cientistas que contribuem, sem receber honorários, para o desenvolvimento do país. Respeitá-la é respeitar a ciência.”

Além de descrever o trabalho atual, os cientistas relatam um pouco do trabalho que a entidade faz: “Até o momento, a CTNBio aprovou 21 variedades de milho, 5 de soja, 12 de algodão, 1 de feijão, 5 de microrganismos, 19 vacinas para animais e 1 para mosquito Aedes aegypti. O sucesso da tecnologia transgênica pode ser exemplificado com o fato de que 92% de toda a soja plantada, assim como 72% do milho, são transgênicos.”

Por aí se vê que o trabalho da CTNBio é muito importante. Dali saem as fórmulas transgênicas que, seguramente, não serão nocivas à saúde, ao meio ambiente e ainda terão mais possibilidades econômicas, aumentando a competitividade brasileira em vários setores da economia.

Mas a ignorância de certos grupos – que têm nesse facínora chamado Pedro Stédile seu guru maior – constrói um quadro surrealista: cientistas com medo de serem agredidos por exercerem um trabalho que é bom para seu país!

E o cenário todo fica ainda mais tenebroso, quando se vê membros do alto escalão do governo  federal bajulando o comando desses grupos, a eles dando inclusive dinheiro dos impostos e até apelando para essa massa ignara que os proteja de protestos nas ruas, protestos esses que ocorrem justamente contra a incompetência e a corrupção sem fim do governo.

Diante desse quadro de horrores não se pode estranhar que cientistas brasileiros tenham que pedir proteção publicamente e responsabilizar diretamente o governo federal por qualquer dano – inclusive físico – que venham sofrer, provocados por esses grupelhos hipnotizados por mercenários de esquerda.

Agora, pasmem: o trabalho recente, que provocou a fúria do “exército” do Stédile é a criação de uma variedade do eucalipto que “atinge em cinco anos e meio o porte que o convencional alcança em sete, exige menos área de plantio, captura 12% a mais de CO2 da atmosfera e reduz o custo de produção em 20%. O governo brasileiro, inclusive por palavras de sua presidente, já se declarou favorável ao eucalipto transgênico em questão.”

Por fim, perguntam os cientistas: “Perguntamos, então, a quem servem os vândalos que querem impedir o avanço da tecnologia? O que fará o governo diante de acontecimentos como esse?”

Nós perguntamos também: a quem servem esses vândalos? O governo federal deveria não só garantir o trabalho dos cientistas, mandar pra cadeia quem comete crimes contra o patrimônio nacional e buscar a resposta a essa pergunta.  Mas acho que seria esperar muito de um governo petista que realizasse qualquer uma dessas ações. 

Um comentário:

  1. Um amigo da minha mulher, cientista formado na Esalq/USP, com pós-doutorado na Universidade da Califórnia, conduzia pesquisas com eucaliptos no sul, já teve projetos seus destruídos por esses animais. Ele desistiu, foi embora para a Nova Zelândia onde foi recebido com pompa, trabalha em pesquisas e projetos de silvicultura de la'....Civilização é outra coisa....

    ResponderExcluir