segunda-feira, 20 de abril de 2015

Levy teve pena de Dilma?

Meu amigo Antonio Contente, no Correio Popular de hoje, tenta entender as razões que levaram o “Chicago Boy” Joaquim Levy a aceitar o cargo de ministro de um governo corrupto e decadente.

Como cair estando no topo

Antonio Contente

Ora, amigos, vamos falar a verdade, é duro vencer na vida. E muito mais para quem, tendo conseguido alcançar posição estável, de relevo, chega ao topo da sua atividade. Dentro deste viés é que, de vez em quando, me passa pela cabeça a figura do ministro da Fazenda, doutor Joaquim Levy.

Afinal, se você pegar seu curriculum certamente concluirá, pálido de espanto como no soneto, que ele é o típico filho que todo pai gostaria de ter. Não sei se sua família era abastada, pois, pelos dados de que dispomos já nos chega como engenheiro e economista. Nesta última atividade, porém, é que nadou de braçadas. Tanto que encontramos nas primeiras conquistas de sua esplêndida formação um indubitável título de mestre pela Fundação Getúlio Vargas; levando-o mais tarde a graduar-se PhD na mesma atividade como brilhante aluno da Universidade de Illinois, onde fez jus ao charmoso título de “Chicago boy”. O que lhe possibilitou acúmulo de vastos conhecimentos. Inclusive perfeito domínio da língua de Shakespeare, que usou para dizer, numa conferência a seus ex-colegas americanos, em São Paulo, que a presidente Dilma é “esforçadinha, tenta acertar, mas é ruim de serviço”.

Vale a pena, amigos, para melhor calçar estas reflexões, velejar pelo virtuoso mar das ascensões de Joaquim Levy. Que após surfar nas ondas das vitórias acima relatadas, ocupou cargos de relevo no FMI que o PT tanto odeia, chegando, também, a vice-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento. E mais: foi economista visitante junto ao Banco Central Europeu e, após regresso do Velho Mundo, teve cadeira no governo FHC, que dona Dilma diz ter quebrado o Brasil três vezes... Em 2000, o nosso atual ministro da Fazenda atuou como secretário da política econômica tucana. E, no ano seguinte, sempre sob a batuta do PSDB, foi economista-chefe do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão.

Porém algo que, a meu ver, era o topo, estava à espera do nosso personagem. Refiro-me à sua entronização como diretor-superintendente de gestão de ativos do Bradesco. Sim, amigos, Joaquim Levy finalmente chegara ao máximo de sua carreira, agora não mais como bancário, sim como banqueiro. Na rota que, adiante, fatalmente o levaria à presidência de um dos maiores bancos do mundo, que é a instituição de crédito acima citada.

Finalmente alcanço o ponto de tentar buscar respostas à minha perplexidade, robustecida no instante em que tomei conhecimento que Levy topou se tornar ministro da Fazenda do governo petista de dona Dilma Rousseff. Vamos falar português claro: o que pode ter levado tão brilhante profissional a, de repente, afastar-se do grande banco instalado na Cidade de Deus, em São Paulo, para ocupar cadeira na Cidade dos Diabos em que Lula (e sua tropa) transformou Brasília?

Ora, podem argumentar alguns, agora Levy é ministro! OK, responderão outros com a cabeça no devido lugar, mas ministro do PT? Ministro de dona Dilma Rousseff? É claro que se um brasileiro chega ao primeiro escalão de um governo decente, não só que saiba governar, mas que venha tocando o país com responsabilidade e afeto, ainda vá lá. Porém, ser ministro disso que está aí? Se você pesquisar pedindo opiniões aqui e ali sobre esse fato exótico, com certeza alguns poderão lhe dizer que Levy topou ser ministro por vaidade. Eu contestaria, certamente. Pois vida melhor que de ministro ele já tinha como banqueiro, para quem hotéis de muitas estrelas e jatinhos executivos fazem parte do dia a dia. E olha que nem estou considerando que o salário dos chefões da Esplanada brasiliense, junto ao que nosso herói ganhava na inciativa privada é menos, muito menos do que troco.


Assim é que depois de muito pensar inclino-me a acreditar que Levy se tornou ministro por piedade cristã. Afinal, oriundo da já citada Cidade de Deus, onde fica a sede do Bradesco, deve ter se tomado de pena da nossa situação caótica e resolveu nela dar jeito. O que, contudo, talvez S. Excia. ainda não tenha atentado, é que se conseguir livrar o Brasil do abismo, automaticamente estará ajudando Lula e sua tropa a continuar no poder. Com o País definitivamente saneado, os petistas ficarão quietos por uns tempos; porém, logo, voltarão ao saque, pois essa é a natureza da gang. Coitado do competente Levy; veio de tão próximo do Senhor para, de repente, cair nas unhas pontudas do gramunhão. Oremos por ele. E por nós...

Um comentário:

  1. Belissimo raciocínio do meu chará. Esse Risco, Espero, Nao Yeremos Pois,O Molusco Está Amargando uUmaa cadeiazinha Básica.

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