O que faz uma propaganda enganosa seguida de uma formidável
corrupção juntos a uma mentirosa campanha sobre o fim de benefícios sociais
caso o adversário fosse eleito: se o segundo turno das eleições presidenciais
fosse realizado hoje, Aécio Neves (PSDB) teria mais de 55% dos votos e Dilma
Rousseff (PT) amargaria pouco mais de 16%. É o que informa a pesquisa realizada
pela CNM/MDA divulgada nesta segunda-feira, que entrevistou 2.002 pessoas em 137
municípios em 25 estados.
Mas essa é a notícia boa para o PT, afinal a eleição já
passou e Dilma ganhou. A pesquisa, realizada pela CNM mostra que 59,7% são
favoráveis ao impeachment da presidente e apenas 34,7% são contra. E tem mais:
para 81% a presidente Dilma não está cumprindo o que prometeu, contra apenas
12,9% que acham que ela está sim cumprindo as promessas de campanha.
Quanto à qualidade do governo nesse início de segundo
mandato, as notícias também não são boas para o PT: 75,4% acham que está pior
que o anterior e 72,2% consideram seu desempenho negativo.
Segundo a pesquisa o Petrolão já caiu definitivamente na
boca do povo: 75,7% tomaram
conhecimento da lista de políticos suspeitos e
90,1% creem que os nomes citados estão realmente envolvidos no esquema de
corrupção. E pouco mais da metade dos
entrevistados (57,4%) acreditam que o governo federal não será capaz de
combater a corrupção.
E a economia? Aí piorou, como diria o saudoso Dorival
Caymmi: 82,9% avaliam que Dilma não está sabendo lidar com a crise econômica e
para 49,5%, até o final do mandato a situação vai piorar. Por que o Brasil
chegou a isso? 63,9% disseram que a situação atual é resultado principalmente
da corrupção. Já 26,5% acham que é consequência da má gestão pública.
Enfim, a pesquisa é terrível para o governo Dilma em geral e
para o PT em particular. A falta de uma base sólida sobre a qual o governo
pudesse se sustentar nas áreas política, econômica e social resultou numa
reviravolta impressionante em apenas poucos meses. Ao optar pelo modelo
populista, ao eleger grandes obras como necessárias, ao premiar alguns poucos
grupos empresariais como “eleitos” para construir tudo no Brasil, ao desprezar
a necessidade de se construir uma infraestrutura que desse poder de competição
aos produtos brasileiros (gasta-se uma enormidade em transportes por rodovias
precárias, portos congestionados e aeroportos deficientes) e ao instituir a
corrupção no seio de todas as áreas do governo, o PT perdeu a grande chance de
ser lembrado no futuro como o partido responsável pelo grande salto do Brasil
rumo ao desenvolvimento sustentável.
Será lembrado como um partido corrupto que atrasou em
décadas a possibilidade de o Brasil se inserir definitivamente no cenário
mundial dos países desenvolvidos.
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