2009 foi péssimo, mas 2014 foi pior. É isso que
esse artigo da Folha explica. Em 2009 o PIB foi negativo, mas a recuperação era
possível rapidamente. Agora não.
Embora números do PIB sugiram o oposto, 2014 foi pior do
que 2009
A série estatística aponta que o avanço de 0,1% do PIB em
2014 foi o pior resultado desde a queda de 0,2% em 2009. Mas os números, às
vezes, enganam: em uma análise mais de perto, 2014 foi pior que 2009.
Há seis anos, o país recebia o impacto do auge da crise global,
quando houve um colapso do crédito e do comércio em todo o mundo. Naquele
primeiro trimestre, o PIB desabou, assim como no final do ano anterior. No entanto, houve uma rápida recuperação nos trimestres
seguintes.
No ano passado, o pior momento ocorreu no segundo
trimestre, quando a atividade econômica, já fraca, encolheu com o início da
Copa do Mundo. No entanto, desta vez não houve recuperação posterior: a
expansão do PIB continuou pouco acima de zero.
Em 2009, a retomada do crescimento foi impulsionada pelo
sucesso da estratégia da administração petista, que reduziu impostos e juros,
além de elevar gastos do Tesouro Nacional e empréstimos dos bancos públicos.
Em 2014, essa política havia caducado. O buraco nas
contas do governo alimentou a alta da dívida pública e da inflação; pessimistas
com o futuro, empresas cortaram projetos e famílias moderaram as compras. Não por acaso, o desempenho dos investimentos e do
consumo é pior em 2014 do que em 2009.
O resultado de 2009, embora numericamente negativo,
prenunciava o crescimento espetacular de 7,6% no ano seguinte. O de 2014,
embora acima de zero, mostra o pais caminhando para a recessão esperada neste
ano.
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