domingo, 27 de dezembro de 2015

O trololó de Jonas Donizette no Correio

É triste ler uma entrevista de um prefeito que está há três anos no poder e ele não ter quase nada pra mostrar à cidade e ainda dizer que seu grande projeto – que começou no governo de Hélio há mais de quatro anos – ainda vai ser licitado ano que vem. Não dá pra acreditar: ou seu governo foi totalmente incompetente para realizar a obra ou ele ficou empurrando com a barriga, num gesto quase criminoso, para iniciar a obra mais perto da campanha para a reeleição.

Sobre política, ele que sempre ficou em cima do muro, diz agora que sua “missão” é derrotar o PT. Não é não. Sua missão seria governar a cidade com competência, o que não foi feito até agora. Se tivesse feito isso, estaria reeleito. E, convenhamos, derrotar o PT hoje está mais fácil que empurrar bêbado ladeira abaixo.

Na verdade, Jonas mira no PT para não ter de falar de seu mais perigoso adversário, o vereador Artur Orsi (PSDB). Completamente omitido na entrevista – como de resto tem sido no jornal que publicou a entrevista – Orsi tem sido seu maior opositor, apesar de seu partido ser aliado de Jonas e fazer parte do governo. Só que Orsi é oposição também à postura do PSDB em Campinas. Por ter uma trajetória política marcada pela honestidade, o vereador não poderia compactuar com o que pressentiu, constatou e denunciou nesse governo desde os primeiros dias.

Rumores sobre pesquisas na cidade dizem que Jonas tem pouco prestígio e alta rejeição. Por conta de suas alianças, ainda leva vantagem, mas está pendurado no PSDB local. A dependência dos tucanos de Carlos Sampaio mostra a fragilidade da aliança. Se Carlão resolver romper a aliança, Donizette não se reelege.

Mas a reeleição será difícil mesmo com os tucanos tentando carregá-lo. A dificuldade maior é que Donizette jamais se afirmou como líder na cidade – ou mesmo no seu partido. Dono de um discurso ameno, voz mansa de locutor de rádio do interior, o que ele fala se perde no éter... Sem ser quase reconhecido pelo público nem quando caminha só com a mulher na Lagoa do Taquaral, na manhã de um domingo de sol, Donizette já deve ter percebido que sua popularidade anda em baixa.

Não é à toa. Na própria Lagoa ele passou por dois painéis publicitários que revelam b em o que está sendo seu governo. O maior deles, colocado há cerca de dois meses e já retirado,  anunciava uma obra que ficou pronta há quase 12 meses. Isso mesmo: seu governo inventou o pós-painel, aquele que é colocado uns 11 meses depois de a obra ter sido executada.

O outro painel foi colocado antes da realização do serviço. Aliás havia dois desse. Hoje só há um. E foi colocado dois meses antes pois o desassoreamento da Lagoa foi anunciado em agosto para começar em outubro. Só que de 2014(!!!). Depois, em outubro, o prazo pra dezembro e, em dezembro do ano passado foi jogado para março de 2015. Estamos em dezembro de 2015 e até agora nada. Assim fica difícil ter uma imagem positiva, né?

Mas tem mais. Levantamentos realizados por aí, mesmo com a dificuldade da obtenção de dados, mostraram que o governo de Donizette está gastando neste ano, no mínimo, uns R$ 50 milhões em publicidade. Ele está nos jornais, nas rádios, nas emissoras de TV, nas revistas caça-níqueis, nas mídias da internet, nos outdoors tradicionais ou eletrônicos e nas novas mídias em grandes monitores  colocadas em pontos comerciais de grande frequência, como supermercados e padarias famosas da cidade.

Mas só propaganda não basta. Sem ser um político que compreenda a cidade, tateando em promessas, realizando pouco e fazendo obras que servem mais à publicidade que ao benefício real do público – como essa “enfeitada” na Avenida Francisco Glicério enquanto outras avenidas transbordam em qualquer chuva mais forte – Donizette corre o risco de caminhar para o ostracismo depois dos seus quatro anos à frente do Executivo de Campinas.


A cidade reelegeu apenas um prefeito na sequência e assim mesmo por não ter concorrência.  Com a concorrência de políticos que realmente conhecem Campinas, que tem um histórico de luta pela cidade e de honestidade, Donizette, sem ter o que falar depois de três anos de governo, deve se dar mal na eleição do ano que vem. 

sábado, 26 de dezembro de 2015

Indigência política e cultural em Campinas

Duas notícias locais, completamente diferentes, neste fim de semana natalino mostram a indigência política e cultural do Brasil.

A primeira delas é o estrago que uma chuva mais forte causou em obra realizada pela Prefeitura de Campinas e inaugurada há três dias. Foi a complementação das marginais do córrego Piçarrão, alardeada a quatro ventos com propaganda em todas as mídias possíveis e com show de sambista paulistana no dia da “inauguração”, gastando rios de dinheiro para anunciar o que não passa de obrigação de um prefeito: realizar obras para melhorar a vida da população que lhe paga o polpudo salário.

A chuva foi forte, diga-se. Choveu em menos de uma hora o equivalente a um mês chuvoso. Mas, caramba!, dezenas de ruas e avenidas de Campinas muito mais antigas também sofreram com as enxurradas e se mantiveram firmes. Então por que um enorme trecho da nova obra se desfez e a água da chuva, que antes se limitava a tornar a rua intransitável também invadiu casas, destruindo eletrodomésticos e deixando um rastro de lama?

Pela reportagem que EPTV exibiu hoje percebem-se dois motivos: a obra foi mesmo mal feita e o projeto não levou em conta fatores básicos de desníveis de terreno e possíveis barreiras para o escoamento da água. Não podemos esquecer que a região é campeã de enchentes e as obras, que começaram há 30 anos, foram realizadas principalmente para acabar com esse problema.

Se o problema não só continuou como piorou – uma dona de casa disse que, antes da obra, para chegar em casa, ela andava na lama e que, agora, a lama está dentro da casa dela – há culpas a serem averiguadas. E a principal delas já se sabe: desde o início, em 2013, o governo de Jonas Donizette vem se notabilizando pela maquiagem que faz na cidade (tal qual seu antecessor Hélio de Oliveira) e pelos imensos recursos que gasta em publicidade. 

Ora, um governo assim, que prioriza a casca e deixa o conteúdo ao “deus dará”, não pode querer gastar muito em obras que exigem material de primeira, compactação efetiva do solo, diminuição do nível das ruas para que as casas não fiquem rebaixadas e muitos estudos para que a obra não seja levada pela primeira enxurrada mais forte.

Mas esse é o governo de Jonas Donizette: cosmético ao extremo, preocupado com a exposição positiva na “mídia” e com a campanha de reeleição. Reeleição, aliás, que pode estar ficando cada vez mais distante a continuar esse desleixo para com a coisa pública e esse descaso para com as necessidades básicas da população.

A outra notícia é a que mostra a indigência cultural. Fico sabendo, pelo Correio Popular, que o Casarão de Barão Geraldo, um local de apresentações artísticas, vai receber uma verba de R$ 50 mil do governo federal, premiado que foi num desses editais que sustentam iniciativas, vá lá, culturais, pelo Brasil afora.

A reportagem informa que o prédio do Casarão é cedido pela Prefeitura que arca também os salários de duas funcionárias e o pagamento das despesas de água, luz e telefone. Ali são realizados eventos artísticos, mas a entrada é franca e é pedida uma contribuição espontânea ao público.

Eu gostaria de saber por que não cobram ingresso normalmente? Afinal, é assim que artistas devem se sustentar: vendendo sua arte para sobreviver. Se muita gente gostar dela, eles vão ganhar um bom dinheiro e viver muito bem. Se poucos gostarem, viverão não tão bem e se ninguém gostar, é melhor procurarem outro ofício para não morrer de fome.

A cobrança de ingressos definiria se a arte ali apresentada merece continuar ou não. Se o publico comparecer em massa, o grupo que ali trabalha deixará de ser dependente das tetas do governo.

O que me intriga nesse campo é por que, no Brasil, artista que não faz sucesso acha que o povo deve sustentá-lo gostando ou não da arte que faz? Aliás, mesmo nem sabendo da existência de muitos grupos artísticos por aí, todo cidadão que trabalha e paga impostos está ajudando a sustentá-los, através de editais públicos ou de leis de renúncia fiscal em prol de algum projeto cultural. Não acho correto que sustentemos que poderia pelo menos tentar viver da própria arte.

Além de acabar pagando mais um imposto com esses mecanismos, a gente ainda vê artistas ficando viciados nessa história. Tão viciados que, quando fazem sucesso, bajulam governos corruptos e imorais para serem agraciados com os benefícios da Lei Rouanet e similares. Num país carente como o Brasil, com tanto governante corrupto, artista que mama nas tetas oficiais deveria ser chamado de outro nome, nunca de "artista".

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Ah, o Chico...

Fui fã de Chico Buarque. Quem da minha geração e que entendia um pouco de política e desprezava ditaduras não foi? Sabia de cor a maioria de suas músicas, aguardava ansioso seu novo disco, tive em mãos a trilha sonora de “Calabar” que havia acabado de sair e cuja capa foi proibida e o disco recolhido no dia seguinte.  Arrependi-me de não ter comprado. Acabei comprando a versão seguinte, todo branco e com um “Chico Canta” escrito na capa.

Assisti a dois shows dele. Um na Unicamp, ginásio lotado, ganhei os ingressos para assistir nas cadeiras, primeiras fileiras. Saí como se tivesse presenciado um momento histórico. O segundo foi em São Paulo, numa casa de shows com mesas e serviços. Assisti tomando vinho e comendo queijos. Não gostei do espetáculo. Foi um Chico lado B que se recusava a fazer como grandes artistas fazem em shows em fim de carreira: brindam o público com seus grandes sucessos mesclado das músicas novas.  Chico engatou uma fieira de músicas novas, desconhecias e sem aqueles apelos costumeiros que costumava grudar nos ouvidos à primeira audição. Escrevi uma croniqueta na revista Metrópole, onde mantinha coluna domingueira e tasquei de título “Chico pro gasto”. Era isso, um show que era uma espécie de anticlímax: todo mundo esperava ouvir aquela música que queria cantar junto e ele vinha de estranhos amores que o público nunca tinha frequentado. Detalhe: o show aconteceu já no governo Lula e aquele Chico não era mais o mesmo que havia criado a trilha sonora da geração que não gostava da ditadura que nos oprimia.

Tudo bem, o Chico tinha um passado que ninguém poderia negar e deixei isso claro no texto que escrevi malhando o show. Mas o presente que vivíamos exigia um Chico atento às mazelas, que percebesse que o que estava acontecendo no Brasil não era o que se poderia chamar de governo voltado ao povo. Havia uma quadrilha no poder realizando “tenebrosas transações” e isso estava claro pra qualquer pessoa medianamente inteligente.

Mas Chico foi mais um daqueles velhos esquerdistas que insistem em dizer que a ditadura de direita é opressiva e a ditadura de esquerda é democrática. E ele não tem esse direito. Não tem porque é inteligente e importante. Outros artistas inteligentes e importantes também não têm esse direito, vamos deixar claros. Se Gilberto Gil, Caetano Veloso e outros do mesmo naipe (não falo dos globais que apoiam o lulopetismo porque parece que lhes falta um mínimo de inteligência) apoiam esse descalabro eleito pelo povo enganado pela propaganda e pela esmola social eles não estão querendo outra coisa que não seja perpetuar a miséria, a pobreza, o fascismo de esquerda e a infelicidade geral da nação.

É duro para alguém como eu, que começou a entender a política brasileira em plena ditadura militar e que teve na geração de artistas que brotaram nos anos 1960 verdadeiros baluartes na luta contra a opressão, escrever que Chico, Caetano e Gil não passam hoje de velhos milionários acomodados em suas ideologias atrasadas, retrógradas e discricionárias, que desgraçaram inúmeros países pelo mundo afora e foram responsáveis por algumas centenas de milhões de mortes por “crimes de opinião”.

O PT hoje é uma mistura dessa ideologia atrasada e violenta acrescido da sacanagem explícita de roubar o dinheiro dos impostos e se manter na poder a qualquer custo. Não dá pra definir o que estão fazendo com o Brasil em outras palavras.

Chico Buarque, principalmente, não pode ter ficado burro e cego. Se apoia esse governo – cujos dirigentes, se a lei funcionar, o que é raro no Brasil, deverão apodrecer na cadeia – merece sim ser questionado na rua, no restaurante, no boteco ou na praia. Ele é importante e sua opinião também. Se escolheu o lado que desgraça o povo brasileiro tem de responder por isso. Abandonar os princípios que o nortearam (e nos nortearam também) durante os anos de chumbo da ditadura tem seu preço. E ele está sendo cobrado como todos que apoiam essa desgraça fechando os olhos para o mar de lama que envolve o governo brasileiro. Não dá pra perdoar, por mais que gostemos de sua obra musical. 

sábado, 19 de dezembro de 2015

Campinas descarta combate moderno ao mosquito da dengue

Por que a Prefeitura de Campinas descartaria um método de combate ao mosquito Aedes aegypt que tem mostrado eficiência onde é aplicado e custa bem menos do que os que estão sendo colocados em prática há mais de 10 anos na cidade e que redundaram em fracasso total?

Afinal, Campinas é recordista no número de casos da dengue, doença transmitida pelo mosquito, com mais de 65 mil casos este ano, quebrando, por dois anos seguidos, os tristes recordes que a cidade pensou que jamais fossem ultrapassados. E, agora, com a descoberta de que o mosquito também transmite vírus de outras doenças, a situação em Campinas pode piorar e muito.

Não podemos esquecer que o próprio secretário da Saúde, no meio deste ano, disse que a situação iria piorar em 2016, praticamente entregando os pontos na batalha contra o mosquito, realizada até aqui por métodos tradicionais sem qualquer resultado prático.  

Além disso, é notória a situação financeira do município: os cofres estão mais combalidos que nunca por conta da péssima administração do dinheiro público: há décadas a maior parte do orçamento é para pagar funcionários e o quadro só aumenta ano a ano; os juros das dívidas contraídas comem um bom naco dos impostos e a máquina municipal, com secretarias e cargos demais para acomodar aliados políticos, consome cada vez mais dinheiro público. A essa situação de incompetência soma-se a crise geral imposta pelo governo petista ao Brasil: inflação crescente, PIB negativo, arrecadação diminuindo e corrupção correndo solta, resultado da farra na economia que o PT vem fazendo desde 2003.

Ora, se a situação é tão ruim, se Campinas é notícia internacional pelo número de doentes, de criadouros e de mosquitos transmissores, qual seria o motivo de o governo do prefeito Jonas Donizette (PSB) descartar, mesmo antes do aprofundamento da discussão, um método já adotado em outras cidades e que tem se mostrado eficiente?

O método é a criação de um mosquito macho transgênico (ou seja modificado geneticamente) que, ao cruzar com a fêmea, faz com que ela procrie insetos de vida curta, o que causará, no médio prazo, a erradicação do Aedes aegypt onde a técnica estiver sendo aplicada.

Esse método, explicam os pesquisadores em reportagem do Correio Popular deste sábado, tem resultados positivos no Nordeste, nos municípios de Juazeiro, em Pernambuco e Jacobina, na Bahia; e o mais recente, em Piracicaba. “Trata- se de um estudo com genética avançada, que tem diminuído em até 96% as populações de mosquitos da dengue onde foi utilizada. O Aedes modificado é liberado no ambiente e cruza com as fêmeas selvagens. Seus descendentes morrem antes de chegar à fase adulta, diminuindo a população das próximas gerações”, explica Glen Slade, diretor da Oxitec, empresa responsável pela experiência. 

De acordo com ele, os mosquitos nascem com uma proteína que impede o desenvolvimento, assim como uma outra substância para que sejam identificados e consigam mapear os resultados. Em Piracicaba, 60% dos mosquitos já estão nascendo com esses genes. “Com o controle do mosquito, os órgãos públicos vão economizar muito em relação aos gastos que têm com pacientes, exames e também com as ações de controle”, relata.

A desculpa para não aceitar a implantação por aqui do novo método, foi que ele ainda não tem evidência fortes o suficiente de sua eficácia. Ora, já há resultados positivos em três cidades, a economia que se fará com a forte diminuição dos insetos é enorme e, como se tudo isso não bastasse, os detalhes sobre a nova tecnologia foram apresentados pelos especialistas Sofia Bastos Pinto, PhD em Biologia Molecular pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha, Guilherme Trivellato, biólogo, mestre em Entomologia pela Esalq/USP e o biólogo Cláudio Fernandes. Ou seja, não é uma experiência de fundo de quintal, há pesquisadores graduados e sérios por trás dela.

Então a única conclusão que se pode chegar para que a Prefeitura de Campinas não adote o novo método é política.

Como se sabe, o vereador Artur Orsi (PSDB) é quem está divulgando esse novo método para combater a praga do mosquito. E ele é adversário político do prefeito Donizette. Desde os primeiros momentos do atual governo, ao perceber irregularidades – denunciadas na Câmara e na imprensa – o vereador se tornou oposição, mesmo seu partido participando do governo e da base aliada na no Legislativo.

Na reportagem do Correio, Orsi diz que é importante dar atenção a todos os tipos de ferramentas que ajudem nessa luta. “Campinas viveu uma grande epidemia neste ano, com mais de 65 mil casos da doença. Por isso, qualquer alternativa merece atenção para ajudar no combate ao Aedes aegypt.”

Mas, para Donizette, parece ser mais importante não deixar um adversário aparecer do que tirar Campinas do topo dos casos de dengue no país. A população que se vire com a doença – ou com as doenças – desde que um potencial adversário nas próximas eleições não lidere uma ação que possa trazer muitos benefícios à saúde dos cidadãos e economia aos cofres públicos.

É a isso que o povo de Campinas está submetido: um governo que coloca interesses pessoais do prefeito acima dos interesses gerais da população. Pobre Campinas. 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O WhatsApp está errado

Há um problema muito sério envolvendo esse caso do WhatsApp no Brasil que, ao que me parece, não está sendo levado muito em conta nas críticas que tenho visto por aí.

A suspensão do aplicativo no Brasil por 48 horas se deu dentro de um processo que se arrasta há cerca de um ano. Nele, a polícia investiga nada menos que o tal de PCC, a organização criminosa que age em vários estados do Brasil, principalmente em São Paulo, que tem enorme poder de fogo e que é responsável pela maioria dos assaltos e por quase todo o tráfico de drogas que corre por aí.

Pois bem. A polícia, o MP ou seja lá quem for que esteja fazendo as investigações já havia conseguido da Justiça autorização par ouvir as ligações telefônicas dos investigados. Como se sabe, isso se consegue a partir de uma ordem judicial que é entregue pela polícia às operadoras telefônicas e elas fazem as ligações necessárias para que a polícia possa ouvir o que os bandidos falam em seus telefones.

Só que os investigadores perceberam que os bandidos não estavam falando ao telefone mais. Como sabiam que a possibilidade da escuta autorizada estar funcionando era muito grande, eles trataram de arranjar um novo meio de comunicação que fosse mais seguro. Mas nada de conversas ao pé do ouvido ou de bilhetes ou recados através de portadores de confiança, que seriam meios mais eficazes de tramar assaltos, roubos, sequestros e tráficos sem que a polícia tomasse conhecimento.

O que os bandidos passaram a usar foi o WhatsApp. Por quê? Ora, você pode criar um grupo no aplicativo e nele só ter acesso quem tem a senha do grupo.

Foi, por sinal, o mesmo esquema usado pelos terroristas islâmicos que mataram 130 pessoas em Paris: combinaram tudo pelo WhatsApp. Não sei se a lei na França dá poder aos juízes de quebrarem esses sigilos. Se não dá, deveria dar. Talvez os atentados não tivessem ocorrido. Em frente.

Como os investigadores perceberam que era esse poderia ser o canal dos bandidos, não teve dúvidas: pediu ao juiz e este determinou que a empresa responsável pelo aplicativo fornecesse a senha para que os bandidos pudessem ser monitorados, como se faz com os telefones, prática, aliás, que tem ajudado muito as investigações no Brasil.

A recusa da empresa responsável pelo aplicativo em fornecer a senha foi uma desobediência a uma ordem judicial, penalizada com multa de 100 mil reais diários enquanto prevalecesse a recusa. Passados vários meses sem que a empresa obedecesse à ordem  e com a multa já perto de 12 milhões de reais,  o juiz decidiu tirar o aplicativo do ar por 48 horas, como forma de pressão – legal, diga-se – para que ele acatasse a decisão judicial.

A notícia de que o aplicativo, usado por milhões de pessoas no Brasil, iria ficar apagado por 24 horas, causou comoção nacional, com a grande maioria achando um absurdo tal fato, sem saber o motivo da suspensão. E não se sabia porque o processo corre em segredo de justiça, o que é mais um motivo para garantir que a senha dos bandidos não seria vazada por aí. A intromissão nas mensagens bandidas ia se dar exclusivamente para que a polícia tivesse mais condições de tirar de circulação marginais que ameaçam a segurança dos cidadãos. Ou seja, era para que polícia cumprisse seu papel de guardiã da sociedade.

Claro que todos os meios de comunicação usados por qualquer cidadão, em qualquer lugar do mundo, devem ser protegidos da intromissão alheia. Mas isso não quer dizer que quando a justiça ou a polícia de um país precisa monitorar marginais (ou terroristas, né?), tenha de se avocar algum direito para protegê-los. A se manter a decisão de que sigilos de aplicativos não podem ser quebrados de forma alguma, o Brasil (ou o mundo) estará dando a marginais de todos os naipes uma formidável arma para que eles realizem seus intentos. O resultado dessas ações será sempre, de alguma forma, uma desgraça para a sociedade. E a polícia existe exatamente para evitar essas ações que causam desgraças ou, se não for possível evitar, prender e levar à Justiça quem as praticou para a devida punição, de acordo com a lei.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

“Doutor” Hélio foi eleito em Campinas com dinheiro sujo do PT


A prova de que a campanha de Hélio de Oliveira Santos (PDT) em 2004 foi irrigada com dinheiro sujo da corrupção foi revelada hoje, através da divulgação do depoimento do empresário e amigo de Lula, José Carlos Bumlai. 

Depois de confirmar que emprestou R$ 12 milhões, em 2004, junto ao banco  Schahin  e que esse dinheiro era para o PT, Bumlai afirmou que a metade foi para Santo André e que ficou sabendo depois que era para pagar a chantagem que o empresário Ronan Maria Pinto estava fazendo à cúpula do partido: se não recebesse o dinheiro, diria o que sabia sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel (PT). E se o PT pagou é porque o que o chantagista sabia, envolvia a alta cúpula petista, ou seja, está quase provado que o PT mandou matar Celso Daniel.

Bumlai jamais pagou o empréstimo ao banco, o que acabou sendo feito através da Petrobras. 

Mas o fato que diz respeito a Campinas vem logo em seguida. Diz o empresário em sua delação premiada que soube que parte do dinheiro iria para Campinas por causa da presença de marqueteiros que atuavam na campanha daquela cidade.

Vamos lembrar então da campanha de 2004 em Campinas. Eu trabalhava então no Correio Popular, era responsável pela coluna Xeque Mate e recebia muitas informações. O primeiro turno terminou com Carlos Sampaio (PSDB) em primeiro e, surpreendentemente, Hélio de Oliveira Santos (PDT) em segundo.  Luciano Zica, o candidato do PT, que esteve em segundo lugar durante boa parte do primeiro turno acabou perdendo por pouco do “doutor”.

Sampaio despontava como franco favorito no segundo turno, pois o PT estava fora e Hélio não parecia ter fôlego para continuar disputando. Foi aí que o PT de Brasília, através de José Dirceu, então poderoso ministro chefe da Casa Civil de Lula, veio em socorro de Hélio.

Essa entrada do PT federal na campanha irritou Luciano Zica. Chamado ao Planalto para colaborar na campanha de Hélio, saiu de lá esbravejando, pois havia sido deixado à míngua por Brasília no primeiro turno e, agora, pediam para que ele apoiasse o candidato do PDT. Na garagem do Palácio do Planalto, soltou vários palavrões contra a cúpula do PT que foram ouvidos por um repórter do jornal O Estado de São Paulo. O repórter do Estadão publicou o fato no dia seguinte e eu repiquei na coluna depois. Não sem antes ligar para Zica, que confirmou a notícia.

Ora, se Zica ficou à míngua e o PT mandou dinheiro para Campinas, só pode ter sido para a campanha do “doutor” Hélio. Para o PT era importante vencer um adversário do PSDB.

Para confirmar mais ainda o envio de dinheiro sujo pra a campanha de Hélio, eu, como colunista, havia recebido a informação de que o candidato do PDT estava quase desistindo do segundo turno, pois não tinha mais dinheiro. Eu ia publicar essa informação quando soube que um emissário do PT havia chegado a Campinas com muito dinheiro, em malas até. E a campanha de Hélio, no segundo turno, ganhou enorme impulso, com marqueteiros da equipe do PT de Brasília e muitos recursos visuais que, agora, o dinheiro podia comprar.

O homem da mala enviado por Zé Dirceu a Campinas era seu grande amigo Luiz Carlos Rocha Gaspar que, no governo de Hélio, foi nomeado presidente da empresa municipal  Companhia do Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia. Eu cheguei a entrevistá-lo uma vez e perguntei sobre a amizade dele com Zé Dirceu (já então cassado e preso). Ele confirmou e disse que eram amigos desde as aventuras cubanas. De resto, foi um dos secretários mais omissos que Campinas já teve. E só saiu da Ciatec um ano depois da posse do atual prefeito Jonas Donizette (PSB).

O apoio financeiro do PT acabou contagiando os petistas de Campinas que viram na eleição de Hélio a possibilidade de derrotar o PSDB e fazer parte do governo.  Com os votos de Zica indo todos para Hélio e com o clima de já ganhou da campanha de Carlão muito bem aproveitado pelo adversário, não foi difícil para os experientes marqueteiro do PT reverter a tendência eleitoral. Eleito no segundo turno, Hélio iniciaria, em 2005, uma trajetória na Prefeitura que seria marcada pelo maior escândalo de corrupção da história da cidade.

Hélio de Oliveira colocou sua mulher, Rosely dos Santos como chefe de Gabinete e, através dela, a corrupção correu solta em Campinas durante quase sete anos. Ela hoje está condenada a uns 40 anos de prisão e Hélio foi cassado pela Câmara por corrupção, estando inelegível, nesse processo, até 2018.

Como se vê, os boatos que circularam à época – e que eu não pude publicar por falta de provas – tinham seu fundo de verdade: Hélio foi eleito com dinheiro sujo do PT e, fazendo jus à aliança inicial, cometeu um governo eivado de corrupção. 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A esquerda só sobrevive na mentira

No livro “Adeus China - O último bailarino de Mao”, escrito pelo próprio bailarino – Li Cunxin – que, depois de se tornar o primeiro na China, fez uma apresentação nos EUA e pediu asilo, causando um incidente diplomático, há uma passagem que demonstra bem o caráter das esquerdas no mundo.

Pois o bailarino, depois de estabelecido legalmente nos EUA, resolveu trazer a mãe que havia ficado na China, para sua casa em Los Angeles. A velha senhora havia casado e criado sete filhos sob o terror da ditadura comunista de Mao Tse Tung, o que significou morar quase toda a vida numa favela, não ter certeza se conseguiria algumas raízes para comer no dia seguinte, se algum filho morreria por falta de remédios ou de comida, se seria possível sobreviver ao próximo inverno e outras agruras que a “revolução” de Mao causava e que provocaram, em algumas décadas, a morte de dezenas de milhões de chineses.

A mãe foi colocada num avião e o filho foi esperá-la no aeroporto. Já no carro, ela, encantada, perguntava ao filho onde estavam os conflitos de rua, os mortos no trânsito e na violência reinante no país, já que ela não via nenhum cadáver estirado ao chão e o trânsito seguia suave por amplas e belas avenidas. O filho respondeu que os EUA eram assim, um país completamente diferente do que o governo comunista contava ao povo chinês. E o povo, sem acesso a qualquer fonte de informação que não fosse a oficial, acreditava na mentira. A mãe não entendia como um país podia ser tão bonito, como as pessoas podiam ter casas daquele tamanho, como podia haver tantos carros nas ruas.

Mas o que mais impressionou a mãe não foi a beleza das largas avenidas, o trânsito pesado, mas fluente, o carro macio e a ausência de cadáveres espalhados pelas ruas. Foi uma singela torneira instala da cozinha da casa do filho. Ela não podia acreditar no que via: um mecanismo que trazia a água para dentro de casa, evitando que alguém saísse e enfrentasse a escuridão da noite, o frio cortante ou a neve para conseguir um pouco de água a quilômetros de distância. E isso ocorreu antes de ela entrar no banheiro e conhecer um chuveiro do qual jorrava água quente!

A mentira que sobreviveu na China durante décadas fazia parte da estratégia de manutenção no poder do governo comunista. A verdade, se contada, poderia causar revolta no povo explorado, mantido na miséria e enfrentando a morte diariamente.

Pois é só na mentira que regimes autoritários – principalmente de esquerda – sobrevivem. Aqui no Brasil, nos dias de hoje, não espanta, portanto, que o PT divulgue, à exaustão, duas enormes mentiras na tentativa completamente desonesta de tentar se livrar do impeachment e da morte política do partido.

A primeira delas é a difusão por todos os meios possíveis de que o impeachment é um golpe contra a democracia. Isso equivale a aceitar que a Constituição do país é golpista, pois o ato está lá previsto com todas as letras. E quando intelectuais e artistas, que sabem ler, repetem, como papagaios treinados, a mentira petista, podemos entender que está em curso o mecanismo safado que a esquerda usou e usa para se manter no poder.

Porque não é possível que essa gente aceite – chegam a escrever artigos em jornais bancando a mentira – essa tese pois ela é de uma falsidade primária. O próprio PT pediu a saída antes do fim do mandato de todos os presidentes que governaram o país após a queda da ditadura. Ainda estão na memória de muita gente os gritos de “Fora” Sarney, Collor, Itamar e FHC, todos proferidos pela turba petista. 

E hoje sabemos que a indignação petista se dava apenas pelo fato de não ter ela chegado ao poder. As razões elencadas para querer tirar do poder os presidentes eram meras desculpas retóricas, já que os crimes denunciados (a maioria não cometida, diga-se) o próprio PT os cometeria em larga escala quando chegasse ao poder. Enfim, uma mentira que o PT e seus aliados tentam transformar em verdade, na maior cara de pau.

Outra mentira, essa um pouco mais difícil de desmascarar, são as chamadas pedaladas ficais. Para não estender esse post além do razoável, assinalo apenas que os crimes fiscais vão muito além das chamadas pedaladas: afrontam a Constituição, o Congresso e a Lei da Responsabilidade Fiscal. E apenas uma das três afrontas já seria suficiente para o devido afastamento do cargo da autoridade responsável, ou seja, do presidente da República.

Mas o PT espalha por aí a gigantesca mentira de que o governo gastou mais dinheiro do que arrecadou apenas para continuar pagando os programas sociais, tentando produzir uma imagem de intransigente quanto à manutenção da melhoria de vida de milhões de brasileiros que estão pendurados na esmola mensal do Bolsa Família.

Pois grande parte do gasto acima do que a lei permite – e foram dezenas de bilhões de reais gastos sem que esse dinheiro estivesse nos cofres do governo – serviu para grandes empresas não pagarem impostos ou para pagamento mesmo dessas empresas que, como se sabe hoje, estavam envolvidas até o pescoço em escândalos de corrupção, vale dizer, em roubar dinheiro público através dos mais variados esquemas e devolver boa parte desse dinheiro aos agentes do governo para enriquecimento pessoal ou uso em campanhas políticas. Foi assim que Lula e Dilma fizeram campanhas bilionárias em 2006, 2008 e 2012. São, ambos, passíveis de perdas de direitos políticos por isso, conforme diz a lei.

Eis aí, portanto, a versão atualizada do uso da mentira pelas esquerdas para se manter no poder, uso esse que remonta às ditaduras comunistas de Mao e Stalin (sim, o russo também usou e abusou da mentira e do terror para se manter no poder) e que hoje encontra campo fértil em países cuja maioria da população é ignorante, não tem acesso à informação honesta e considera a esmola de alguns programas sociais como o máximo que podem conseguir na vida. Esse é o Brasil do PT que, espero, esteja chegando ao fim.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O circo brasileiro


Depois de uma queda de braço que teve de tudo, até agrados mútuos e chantagens várias, Eduardo Cunha (PMDB) leu o pedido de impeachment contra a presidente petista Dilma Rousseff. Esta, por sua vez, mandou acirrar os ânimos no Conselho de Ética, onde Cunha sofre processo por ter mentido à Câmara sobre contas secretas em bancos no exterior.

A leitura do pedido de impeachment abriu o processo e, para continuar, era necessária  uma comissão especial, eleita pelo plenário para analisar o pedido e decidir se sugere sua admissibilidade. A sugestão é votada no plenário que pode acatá-la ou não.

No Conselho de Ética, onde o, agora, carrasco de Dilma é réu, é preciso que o parecer do relator seja votado pelos membros. O parecer já estava pronto e sugeria a cassação de Cunha, mas a tropa de choque do presidente da Câmara inventou tanta tramoia que foi adiando a votação até que a Mesa Diretora da Câmara destituiu o relator. Motivo alegado: ele pertence ao mesmo bloco parlamentar do investigado (Cunha) e, por isso, não pode ser o relator.

Na Câmara, a comissão especial (são 65 membros) geralmente é indicada pelos líderes dos partidos, que nomeiam os membros titulares e suplentes e depois essa chapa é votada pelo plenário e, claro, aprovada.

No Conselho de Ética, após a mudança de relator, o presidente tem de escolher outro. Para escolher outro precisa de uma lista tríplice, conseguida via sorteio. Sortearam os três, mas um se disse impedido e o presidente então escolheu entre os outros dois.

Na Câmara, a lista de membros da comissão especial escolhidos pelo líder do PMDB desagradou a maior parte da bancada, pois dos oito membros, cinco eram favoráveis ao governo. Então a bancada rebelde se aliou a partidos de oposição e, juntos,  produziram outra lista para disputar com a lista anterior.

No Conselho de Ética, após a escolha do novo relator, o debate se acirrou. A tropa de choque de Cunha queria que começasse tudo de novo, que o novo relator – petista, por sinal - escrevesse novo relatório e não simplesmente copiasse o do relator anterior.

Na Câmara, a lista da oposição, depois de horas de discussões e até de brigas e destruição de urnas, a votação foi encerrada com um placar de 274 a 199 para a lista de oposição, uma derrota acachapante do governo.

No Conselho de Ética, a tropa de choque de Cunha levantou uma questão de ordem: a escolha do novo relator deveria ter sido feita a partir de três nomes sorteados. Como um desistiu e o presidente escolheu entre dois, o sorteio não valeu.

Na Câmara, depois da derrota do governo, uma deputada do PCdoB apelou ao STF com um pedido de liminar para anular tudo, pois entendia que a votação não poderia ter sido secreta e, sim, aberta para que todos soubessem quem votou em quem.

No Conselho de Ética, o presidente aceitou a tese de que deveria haver três membros  e vai escolher novo relator que deverá começar tudo de novo. E se Cunha conseguir continuar melando as reuniões e humilhando o Conselho de Ética, a votação do relatório deve acontecer talvez no fim deste século.

Na Câmara, o STF entendeu que, por não haver uma regra explícita sobre a votação (se ela deve ser secreta ou não), suspendeu os trabalhos do impeachment até que o plenário do tribunal decida de a eleição valeu ou não. Se valeu, tudo bem. Se não valeu, tem de fazer outra, com o voto aberto. Mas o STF não se reúne assim toda hora. A decisão do só vai sair na próxima quarta-feira.

Enquanto isso, a inflação ultrapassou o recorde de 2003 do próprio PT, batendo em mais de 10%, o PIB continua murchando, a Petrobras cavando prejuízos, o desemprego aumentando, as epidemias comendo solta por aí e Dilma e o PT continuam fingindo que governam o Brasil. Fazem isso há quase 13 anos. 

domingo, 6 de dezembro de 2015

O grande erro de Alckmin



O governador Geraldo Alckmin (PSDB) está parecendo aquele personagem da Escolinha do Professor Raimundo, que responde tudo certo, mas erra na última resposta e estraga tudo.
Pois Alckmin fez isso em 2015. Eleito em primeiro turno ano passado, dando uma surra histórica no PT, estava fazendo o governo que dele se espera, sem muitos arroubos, com muitas obras e surfando em percentuais altamente positivos de aprovação.

Pois foi só dar sinal verde para uma reforma no ensino público estadual e o inferno se fez presente.

Fica difícil imaginar quem foi o responsável pela gigantesca falha de implantação de uma reforma importante que tinha como principal objetivo reordenar o ensino, acabar com salas ociosas e, principalmente, dividir os alunos por ciclos, de modo que cada escola tivesse alunos da faixa etária que estivessem cursando o mesmo ciclo. As escolas que ficassem ociosas – as tais que “fechariam”, conforme muito se disse por aí – seriam reaproveitadas para creches  e outros equipamentos públicos que necessitam de prédios. E cada aluno não ficaria a mais de 1,5 km da escola que frequentaria.

Um projeto como esse exige planejamento de gente grande, muitas reuniões de convencimento de lideranças, de políticos de todos os partidos para que os radicais fiquem isolados e de muita conversa com alunos (a infiltração de partidecos políticos na massa estudantil atinge apenas a minoria e não fica difícil isolá-los também).

Mas tudo isso exige muito trabalho, ainda mais que os professores – que também fazem parte da população a ser convencida – têm uma entidade de classe cujo objetivo maior não é atender a clientela sindicalizada e sim derrubar o PSDB do domínio paulista e colocar o PT governando o maior estado do Brasil.

Pois parece que Alckmin deixou a coisa toda unicamente para a Secretaria de Educação que, convenhamos, não deve ter a estrutura política e de relações institucionais para realizar a preparação de todos os campos para a implantação do projeto.

O resultado foi o desastre a que todos assistimos. Se Alckmin achou, por conta própria, que o projeto seria implantando sem dificuldades, ele  desconhece totalmente a esquerda raivosa que quer derrubá-lo a qualquer custo. Se foi convencido de que a tarefa seria fácil, está pessimamente assessorado.

Foi tudo tão ruim que se alguém fizer uma pesquisa séria, hoje, sobre o que era a reforma pretendida pelo governo, a principal resposta vai ser que “o governador queria fechar um monte de escolas e deixar todos os alunos longe dos locais em que estudam”. A pesquisa vai descobrir também que “tudo não passa de uma armação do governo Alckmin para que o ensino púbico estadual seja privatizado”. Essa última resposta eu ouvi de um “educador” em entrevista à CBN.

O fato é o que governo paulista ofereceu de mão beijada a bandeira que as esquerdas queriam para peitar o PSDB em São Paulo, com amplo respaldo da imprensa – houve coberturas que nem a assessoria de imprensa do PT faria melhor.

A radicalização do movimento já estava devidamente planejada desde o momento em que os alunos nos prédios invadidos começaram a chamar as respectivas turmas invasoras de “coletivos”. Em todas elas foi criada uma espécie de aparelho para resistir, até sabe-se lá quando, a “devolução do bem expropriado da direita burguesa”.

As fotos de “estudantes” (na verdade, muitos profissionais desse tipo de movimento foram infiltrados para fazer a frente de luta) enfrentando desarmados a PM, com bombas e cassetetes comendo solto, estampadas nas primeiras páginas dos jornais ou na cobertura televisiva com amplos espaços em horários nobres, podem ter estragado os últimos cinco anos de relações públicas do governo Alckmin e causado sérios danos às suas pretensões políticas.

O que restou ao governo foi cancelar o projeto, perder um secretário sério e um desgaste gigantesco que Alckmin dificilmente conseguirá recuperar em sua plenitude. Corre risco até seu projeto de ser candidato a presidente da República. Imagino que, por conta do péssimo trabalho realizado com esse projeto, seu destino, daqui a dois anos, poderá ser não o de protagonista de uma corrida presidencial e sim de coadjuvante, apoiando o candidato do PSDB.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O PT não tem mais argumentos


Ao tentar recorrer ao STF para desautorizar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), de iniciar o processo de impeachment, o PT mostrou estar sem qualquer argumento para se defender de outra forma. Ao atribuir a Cunha simples desejo de vingança depois de uma suposta chantagem não ter dado resultado e assim iniciar o processo, o PT revelou que seu infantil argumento de acusar o acusador é o que lhe resta nessa história.


Em ambos os casos o partido se deu mal. No primeiro caso o tiro acabou lhe saindo pela culatra. Ao saber que o ministro sorteado para analisar o pedido de liminar que melaria a decisão de Cunha foi Gilmar Mendes, o partido, através de seus advogados, tentou desistir da ação. E só piorou a situação. Primeiro que, ao tentar desistir, demonstraram que preferiam outro juiz, revelando ou que não confiam em Mendes ou há juízes na Corte que lhes são confiáveis. E isso é grave, muito grave.

Tão grave que o ministro se pronunciou da seguinte maneira sobre as tentativas do PT: “Insta salientar que os impetrantes sequer disfarçam a tentativa de burlar o princípio do juiz natural e as regras atinentes à competência, em atitude flagrantemente ilegal, com a desistência imediatamente posterior à ciência do relator a quem foi distribuída esta demanda. A toda evidência, tal atitude configura-se como clara fraude à distribuição processual e constitui ato temerário ao Poder Judiciário".

Mendes foi além, pois, por conta de possível fraude para desistir do processo e entrar com outra ação, que poderia ter novo relator, o ministro ordenou que o caso seja analisado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil: "Oficie-se ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para examinar a eventual responsabilidade disciplinar por ato atentatório à dignidade da Justiça", afirmou em sua sentença.

Para o ministro do STF, "ninguém pode escolher seu juiz de acordo com sua conveniência. Razão pela qual tal prática deve ser combatida severamente por esta Corte, de acordo com os preceitos legais pertinentes. Ademais, verifica-se que o causídico não tem poderes específicos para desistir da presente demanda. Assim, indefiro a homologação do pedido de desistência", finalizou.

Durante todo o dia de hoje, nas hostes petistas o que se viu foi uma negação genérica dos inúmeros crimes que Dilma é acusada de ter cometido, alegações de que ela nunca roubou (o que não está sendo discutido, diga-se) e um esforço muito grande para desqualificar Cunha.

Ora, o deputado Eduardo Cunha já está mais do que desqualificado por conta da descoberta de suas contas na Suíça e por conta de denúncias que o implicam no rateio de propinas oriundas do Petrolão. É um deputado marcado para ser cassado talvez antes do Carnaval de 2016.

Mas a ele, e só a ele, cabia a iniciativa da abertura do processo de impeachment, contido num calhamaço de 75 páginas e assinado por dois juristas notáveis do Brasil – Hélio Bicudo e Reali Jr.- e uma advogada que com apenas uma entrevista se tornou famosa pela firmeza e convicção de seus pensamentos. Sem contar que quase 70% da população brasileira são hoje favoráveis ao impeachment.

Mas o PT continua com a velha – e infantil – mania de desmerecer o acusador para enfraquecer a acusação. Só que em tempos de notícias e comentários espalhados à velocidade da luz pelas redes sociais, as respostas desqualificando tal postura chegam aos montes. E ainda temos as delações premiadas, todas sendo feitas por corruptos ativos e passivos e que, nem por isso, mereçam desconsideração. Pelo contrário: elas estão, de fato, levando à descoberta e muitos outros crimes.

A conclusão a que se chega é que o PT está exaurido de tanto se debater no mar de lama que ele próprio criou. Suas mentiras são motivo de piadas nas redes sociais e suas justificativas não encontram eco na realidade.

O PT acabou. Não tem mais argumentos factíveis para se defender. Não tem mais moral alguma perante a grande maioria do eleitorado. Não tem mais capacidade de reação. Vai ficar sozinho a defender uma indefensável presidente diante de um Congresso que não vê a hora de se livrar desse arremedo de ditadura que o PT instalou o país, baseado na impunidade, na mentira, na desonestidade e na corrupção. 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A última batalha começa agora




O longo pedido de impeachment lido hoje na Câmara dos Deputados mostra que o governo de Dilma Rousseff foi, em boa parte do primeiro mandato e no primeiro ano do segundo, um governo de ficção, que governava sem qualquer base financeira legal, que usava e abusava de recursos ilícitos para conseguir sobreviver ao mês seguinte. E que enganava os brasileiros – pelo menos a maioria deles – na maior cara de pau.


Para quem não se lembra, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, era uma piada de mau gosto. Errava todas as previsões que fazia, mentia descaradamente e assinava decisões – que geralmente Dilma assinava também – ao arrepio da Lei de Responsabilidade Fiscal, ao arrepio da Lei Orçamentária, ao arrepio da Constituição.

Ao ouvir a primeira metade do pedido de impeachment, fiquei abismado com tantos crimes – e a peça tinha outra metade mais eivada de crimes ainda. E fiquei mais abismado ainda ao perceber que o Brasil conviveu com isso por muitos anos sem tomar uma medida sequer que impedisse que a situação chegasse ao caos econômico que chegou.

O Brasil é, definitivamente, um país de frouxos que, de vez em quando, toma alguma medida que o enobrece um pouco. O impeachment de Collor foi uma delas. Os protestos nas ruas, a partir de 2013, foram outra demonstração e parecem ter provado que a frouxidão pertencia àquela metade que elegeu o PT. Os cidadãos indignados – mais preocupados em cuidar da própria vida – perceberam que a política estava não só impedindo-o de melhorar, estava conduzindo-o a uma situação precária.

Agora, com a decisão tomada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que também deve ser cassado em breve, caberá à oposição levar adiante a vontade da maioria do povo brasileiro e fazer esse processo chegar ao fim que essa maioria deseja: o impedimento de o PT continuar no poder.
Não será tarefa fácil e a oposição precisará de todos nós para conseguir o objetivo. Sem o apoio do povo nas ruas, o PT, que vai usar todos os recursos disponíveis – legais e ilegais – para se manter no poder, pode levar vantagem na empreitada.

Os tais “movimentos sociais” movidos a ônibus grátis e pão com mortadela, já estão marcando protestos por aí. Nós não podemos ficar para trás. E se eles resolverem partir para o confronto, não haverá outra saída a não ser enfrentá-los.

Há, nas redes sociais, também a notícia da organização de uma grande manifestação a favor do impeachment no próximo dia 13, um domingo, às 13 horas, para acabar com o 13, como estão dizendo. Pois é hora do cidadão que não aguenta mais esse estado de coisas adiar qualquer compromisso e convidar todo mundo para engrossar as fileiras democráticas para que os deputados e senadores que  estão em dúvida, se sintam pressionados. E os que já têm convicção do voto contra o PT, se sintam mais sintonizados ainda com a vontade popular.

Só assim poderemos vencer a definitiva batalha dessa guerra que começa agora. 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Curto e grosso

Vou escrever o post mais curto deste blog até hoje. 
A história é rápida às vezes. Cunha tirou o pino da granada do impeachment. O que talvez acontecesse só na semana que vem, aconteceu hoje. O PT se virou contra Cunha; Cunha usou sua arma mais poderosa contra Dilma. Se Dilma e Cunha forem cassados, o Brasil ainda tem chance.

Cordas bambas


Hoje a decisão está tomada: o PT votará a favor do prosseguimento da ação contra Eduardo Cunha (PMDB) o que pode levar à cassação do mandato do presidente da Câmara. Os três votos do PT na Comissão de Ética devem fazer pender o placar contra Cunha, que tem garantidos apenas 9 votos dos 20 possíveis (são 21 membros, mas o presidente só vota em caso de empate).

Ato contínuo à derrota, Cunha deverá admitir um dos requerimentos que tem em suas gavetas, que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Admitido o requerimento, a presidente será afastada do poder por 180 dias, será formada uma comissão que aprovará ou não o pedido e, caso aprove, terá sua decisão submetida ao plenário. Se aprovada, ela vai para o Senado, onde o impeachment será julgado, sob o comando do presidente do STF. Se 54 dos 81 senadores votarem contra Dilma, ela será afastada definitivamente do cargo e terá seus direitos políticos cassados por oito anos. O vice-presidente assume o cargo de presidente até o fim do mandato.

Esse é mais ou menos o roteiro para o Brasil se livrar da praga do PT e de Dilma. Eu digo mais ou menos porque o Brasil é o país do cipoal de leis, das decisões estapafúrdias, das viradas de mesa, da impunidade geral e das tenebrosas transações.  Ou seja, tudo pode acontecer, inclusive o processo ter um andamento totalmente legal e correto.

Mas, além desse “tudo pode acontecer”, há outro detalhe para se ficar atento. Eu escrevi na abertura deste post que “hoje a decisão está tomada”. Isso porque a Comissão de Ética da Câmara encerrou a sessão de hoje apenas meia hora depois de iniciada, sem que a votação, que já tem 7 votos contra Cunha e um a favor, tivesse prosseguimento. O argumento usado pelo presidente foi que uma sessão deliberativa do Congresso Nacional havia sido iniciada e, nesse caso, o regimento impede sessões de qualquer comissão.

Aí, nova sessão da comissão foi marcada para terça-feira que vem, dia 8 de dezembro, e só então a votação poderá ser concluída. Isso significa que o Planalto, que tenta convencer a ala petista que quer afastar Cunha, para votar a favor dele e impedir que ele inicie o processo de impeachment, ganhou uma semana para novas tentativas de negociações dentro do partido.

Como o poder de “negociação” de quem tem a caneta na mão é enorme e como estamos falando de três deputados petistas, tudo pode acontecer mesmo. Por enquanto, para votar contra Cunha, essa ala petista está dizendo que absolvê-lo seria determinar o fim do PT. A outra ala argumenta que cassá-lo seria o fim do governo petista. Como se vê, embora eu seja fortemente adepto da decisão de cassar Cunha e Dilma, a outra decisão, que mantém Dilma, mas extermina o PT não deixa de ser interessante. Mas acho que o Brasil não pode arriscar mais. Assim, será melhor que o país se livre do corrupto presidente da Câmara e do corrupto e incompetente governo petista. 

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O tal Xandão do Gabinete

Um amigo leitor do blog me enviou um e-mail sobre o assessor da Prefeitura de Campinas que foi preso  hoje de manhã. O e-mail, eu diria, é deveras sugestivo e, por isso, faço questão de compartilhá-lo com os leitores do blog. Ele fez rápida pesquisa nos arquivos disponíveis e descobriu sobre Alexandre Cora Francisco, o tal Xandão, o seguinte:

- Foi candidato a vereador em Hortolândia pelo PTB, como “Xandão do Transporte Público” (teve 42 votos) e foi diretor da Cooperativa do Transporte Alternativo de Hortolândia;

- À Justiça Eleitoral declarou zero de patrimônio, mesmo sendo proprietário da Alexandre Cora Francisco Transportes Ltda. - ME, empresa de transporte rodoviário de passageiros, com CNPJ 74.439.498/0001-20, aberta em 1994 e ativa até hoje. Empresa é patrimônio de declaração obrigatória, mesmo que deficitária;

- Teve as contas de campanha rejeitadas pelo TER;

- Em janeiro de 2013 virou Assessor XI do Gabinete do Secretário das Relações Institucionais com salário (atual) de R$ 6.992,00;

- Foi nomeado dias depois (em 16/01/2013) “representante do Gabinete do Prefeito na Força-Tarefa para, em regime de urgência, formular plano de ação visando à regularização do comercio informal”;

- De quebra, segundo o mesmo Diário Oficial, passou a acumular cadeira como titular do Conselho Municipal de Meio Ambiente, o Condema;

Esse meu amigo não resiste às ironias e pergunta: “Agora, cá entre nós, com tanta informação correndo solta pela web nestes anos todos, com essas pequenas contradições no currículo, você acha que alguma empresa de capital privado contrataria o Xandão para Analista de Assuntos Institucionais ou algo parecido, mesmo com os 4 semestres do curso de Administração Pública na Anhanguera?

O Jonas afirmar que são questões de ordem pessoal e exonerar rapidinho o assessor XI logo, logo, vai parecer pouco. Teria que ser estilo “mulher de César”, teria que levantar urgente e por conta própria tudo em que o cidadão esteve envolvido ou de que participou nos conselhos e na administração. Para quem gosta de um visual cosmético, nada melhor para enfeitar a pílula. Cosmético ou não, seria a hora de fazer um pente fino e se livrar de figuras inconvenientes com currículos parecidos com o do Assessor XI. Duro é ter peito pra fazer isso.”

Pois é, caro amigo, já foi o tempo em que Campinas tinha um prefeito que era também um líder político. O último morreu em fevereiro de 1996.

A desonesta petralhada



Não, não bastam os escândalos todos que inundaram o Brasil desde o Mensalão e cujas consequências estão aí pra qualquer um constatar: o Brasil em recessão, desacreditado no mundo, uma enorme empresa estatal praticamente falida pela corrupção petista, membros do partido e aliados na cadeia, denúncias diárias cada vez mais cabeludas, os principais dirigentes petistas engolfados num mar de lama, Lula desacreditado até por quem votou nele, Dilma perdida sem saber o que fazer e dizendo bobagens atrás de bobagens e mentiras atrás de mentiras, o Congresso estagnado sem conseguir votar ou decidir coisa alguma e a corrupção campeando pelo Brasil afora, com milhares de políticos assanhados pela impunidade ou pela demorada punição.

O Brasil só não está em convulsão social porque é grande e ainda há instituições garantindo a paz interna.

Mas ao PT parece não bastar tudo isso.

O partido que vai passar para a história como o mais corrupto que o Brasil já teve – e olha que a concorrência é gigantesca – para se manter no poder vai salvar da cassação o político que, há menos de duas semanas, era o mais execrado nas redes sociais exatamente pelos petistas. Ao perceberem que um corrupto comprovado estava presidindo a Câmara dos Deputados e que esse corrupto era “adversário” do governo Dilma, a petezada não teve dúvida: centrou fogo no homem de tal forma a transformá-lo no demônio da hora e, com isso, mostrar ao Brasil que “um inimigo do governo Dilma só podia ser mesmo essa espécie de político; mentiroso, conservador, retrógrado e corrupto”.
Foram milhares, talvez milhões, de postagens crucificando Eduardo Cunha (PMDB) e exigindo a cassação dele, como se sua morte política resolvesse todos os problemas do Brasil.

Pois o tiro saiu pela culatra. Como Cunha não é bobo, percebeu que tinha em mãos forte argumento para enfrentar a turba petista que exigia sua cabeça. Com a maior cara de pau começou a usar o seu poder de iniciar um processo de impeachment contra Dilma Rousseff como moeda de troca por seu mandato.

Se o PT votar a favor dele no Conselho de Ética, evitando o prosseguimento da ação que vai inevitavelmente cassá-lo por estar envolvido no Petrolão e em contas secretas na Suíça, ele engaveta todos os pedidos de impeachment que restam contra a presidente. Caso contrário, antes de ser cassado, inicia a ação, admitindo o processo mais robusto que tem em mãos.

Ou seja, ele é tudo aquilo que os paus mandados do PT denunciaram nas redes sim, só que agora está sendo preservado por interesses pessoais dessa cambada.

E aquela petralhada que, a mando do partido, resolveu enfeitar as páginas das redes sociais com bravatas e mais bravatas contra Cunha, como se fossem paladinos da moral? Ora, enfiaram os rabos entre as pernas e agora rezam para o “santo” Eduardo Cunha ser absolvido dos crimes e ter seu mandato mantido graças ao PT.

A petralhada está calada, cessou seu jogo desonesto, inverteu seu objetivo, mudou repentinamente de opinião para justificar sua retrógrada ideologia ou, pior, manter a boquinha financeira que o sujo poder petista lhe dá.

Esse é o PT que, para se manter no poder, eleva bandidos e corruptos à condição de heróis nacionais.